11/12/2025, 12:08
Autor: Felipe Rocha

Nos últimos dias, a operadora VIVO tem sido alvo de intensas críticas por parte de seus usuários, que relatam o recebimento indesejado de e-mails promocionais e de spam. Os consumidores estão preocupados com a possibilidade de que seus dados pessoais tenham sido vazados ou vendidos para empresas externas, uma situação que parece cada vez mais comum em um cenário de crescente digitalização e descaso com a privacidade.
Diversas denúncias de clientes apontam para o recebimento de mensagens não solicitadas, como uma recentemente compartilhada que oferecia um cartão de crédito para a compra de calçados. O usuário, que optou por se identificar apenas como "Fala pessoal, bom dia", expressou sua indignação ao receber um e-mail direcionado a um endereço específico criado para interagir apenas com uma empresa. A queixa é um reflexo de uma prática já conhecida, onde as operadoras acabam por compartilhar informações pessoais com terceiros, possivelmente sem o conhecimento explícito dos usuários.
De acordo com o relato de alguns clientes, a VIVO pode não estar garantindo que os contratos de prestação de serviços estejam claros quanto ao compartilhamento de dados. Alguns lembraram que muitos contratos incluem cláusulas oferecendo consentimento para o uso de dados para marketing, mas isso não impede que os consumidores sintam-se traídos se tais práticas não forem transparentes. Uma das preocupações levantadas é a falta de opções claras para que os clientes optem por não compartilhar seus dados com parceiros, algo que outras operadoras, como a Claro, teriam implementado de forma mais eficaz.
O problema do spam e da privacidade de dados não se limita apenas ao e-mail, mas se expande para uma questão mais ampla sobre o manejo de informações pessoais no Brasil, especialmente após a promulgação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em 2020. A LGPD estabelece diretrizes rigorosas sobre como as empresas devem coletar, armazenar e usar os dados pessoais, oferecendo aos consumidores o direito de saber como suas informações estão sendo utilizadas. Entretanto, a aplicação da lei ainda enfrenta desafios, como identificado em um comentário que informava que as queixas para a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) muitas vezes são tratadas como processos de baixa prioridade, o que levanta questionamentos sobre a efetividade da regulamentação.
Outro usuário, que também se identificou com a prática de criar e-mails únicos para cada cadastramento, afirmou: "A única coisa que posso fazer é ter certeza de nunca mais visitar esta loja e tentar migrar da VIVO quando acabar minha fidelidade." Isso reflete uma crescente frustração por parte de consumidores que se sentem impotentes diante de situações onde não têm controle sobre suas informações pessoais.
Observadores do setor têm apontado que os vazamentos de dados podem ter raízes estruturais em empresas que utilizam terceirizadas para fornecer serviços. Um usuário sugeriu que muitos problemas de segurança começam nas etapas de instalação, nas quais a mesma empresa pode atender a vários fornecedores, tornando a rede de proteção de dados extremamente vulnerável. Esta afirmação é relevante, uma vez que reflete a complexidade do ecossistema digital em que as operadoras podem estar de alguma forma, insensíveis à segurança de dados pessoais.
Assim, os consumidores são chamados a agir com cautela e a se informar sobre as políticas de privacidade de possíveis prestadores de serviços. Apesar das frustrações, muitos ainda insistem em um rastreamento mais ativo das empresas em que confiam seus dados. Além disso, processos judiciais e queixas formais estão se tornando, para muitos, um recurso para aumentar a pressão sobre as empresas a fim de melhorar a segurança dos dados e oferecer mais transparência em suas operações.
A saga do spam e dos vazamentos de dados na VIVO levanta questões críticas sobre a integridade das empresas em relação à privacidade do consumidor e à proteção de dados. À medida que mais casos emergem, a necessidade de uma abordagem mais robusta para a proteção dos dados dos cidadãos e o cumprimento da LGPD tornam-se tarefas urgentes para as operadoras e restantes da indústria. Com as regulamentações em voga, é essencial que os consumidores ajam ativamente para proteger suas informações pessoais e que as empresas abordem essa questão com seriedade, garantindo que sua integridade não esteja em jogo.
À medida que o debate sobre proteção de dados continua a evoluir, espera-se que mais luz seja lançada sobre a responsabilidade das empresas e o respeito dos direitos de privacidade dos consumidores, uma vez que o descontentamento entre os usuários e a confiança nas operadoras de telefonia, se não abordadas devidamente, poderá resultar em um cenário de crise em um mercado já saturado.
Fontes: Estadão, Folha de São Paulo, Tecnoblog, UOL
Detalhes
A VIVO é uma das principais operadoras de telecomunicações do Brasil, oferecendo serviços de telefonia fixa e móvel, internet banda larga e TV por assinatura. Parte do grupo Telefónica, a VIVO é reconhecida por sua ampla cobertura e por investir em tecnologia e inovação. A empresa tem enfrentado críticas e desafios relacionados à privacidade e ao manejo de dados pessoais, especialmente após a implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil.
Resumo
Nos últimos dias, a operadora VIVO enfrentou críticas de usuários que relataram o recebimento de e-mails promocionais indesejados, levantando preocupações sobre a privacidade e o possível vazamento de dados pessoais. Clientes expressaram indignação ao receber mensagens não solicitadas, sugerindo que a VIVO pode não estar garantindo clareza nos contratos sobre o compartilhamento de dados. Embora muitos contratos incluam cláusulas de consentimento para uso de dados, a falta de opções claras para não compartilhar informações gera descontentamento. O problema se agrava no contexto da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que estabelece diretrizes rigorosas, mas enfrenta desafios na aplicação. A insatisfação dos consumidores é evidente, com alguns considerando processar a empresa para pressionar por melhorias na segurança de dados. Observadores do setor apontam que a vulnerabilidade pode estar relacionada ao uso de terceirizadas. A situação destaca a urgência de uma abordagem mais robusta para a proteção de dados e a necessidade de as empresas garantirem a transparência nas operações.
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