10/12/2025, 14:28
Autor: Felipe Rocha

No dia {hoje}, a administração do presidente Donald Trump anunciou uma nova e polêmica política de imigração que exigirá que turistas provenientes do Reino Unido forneçam seu histórico de redes sociais dos últimos cinco anos como parte do processo de entrada nos Estados Unidos. A medida, que faz parte das diretrizes da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, desencadeou uma onda de preocupações entre defensores dos direitos humanos e cidadãos preocupados com as implicações sobre a privacidade e a liberdade de expressão.
De acordo com informações divulgadas, a exigência se estenderá a todos os turistas e solicitantes de visto e será integrada ao Sistema Eletrônico para Autorização de Viagem (Esta), que já é um requisito para entrada de cidadãos de países que não precisam de visto para o comércio e turismo nos EUA. A medida tem como objetivo permitir que as autoridades analisem as postagens e interações dos visitantes nas redes sociais, a fim de identificar qualquer envolvimento em atividades que possam ser vistas como prejudiciais ou que ameacem a "liberdade de expressão" americana, conforme declarado por Marco Rubio, um dos principais defensores da nova política.
Educação e liberdade de expressão parecem ser temas centrais na narrativa atual da administração. Surpreendentemente, afirmações de que visitantes ou aqueles com intenção de viajar aos EUA que se envolveriam em "verificação de fatos" poderiam encontrar dificuldades em receber a entrada ao país já foram feitas. Na visão do crítico de leis de imigração e professora de Direito em Yale e Stanford, Lucas Guttentag, essa abordagem é uma tentativa de Trump de restringir as oportunidades para imigrantes legais, criando um ambiente hostil para aqueles que não compartilham de seus pontos de vista.
A reação do público à nova norma foi rápida e intensa. Comentários expressando preocupação com a perda de privacidade foram acompanhados de declarações sobre o potencial de uma "guerra contra a liberdade de expressão". Alguns usuários levantaram questões sobre a legalidade e a moralidade de tal acesso a dados pessoais, considerando que esses procedimentos poderiam muito bem ser comparados às práticas de vigilância em regimes autoritários ou totalitários.
Um dos comentaristas ressaltou que essa nova política poderia, de fato, alienar ainda mais turistas e, possivelmente, afastar aliados históricos do país. Tal sentimento parece ecoar entre muitos, uma vez que o turismo já enfrenta desafios significativos, agravados pela pandemia de COVID-19 e restrições contínuas. A nova exigência poderia ser o empurrão final que muitos visitantes em potencial precisariam para optar por destinos alternativos, como o Canadá ou o México, que são frequentemente sugeridos como melhores opções por aqueles desapontados com a situação atual nos EUA.
Além disso, as implicações práticas dessa regulamentação levantam cartazes de alerta sobre a viabilidade em aplicar tais regras. A ideia de que agentes de imigração fariam a triagem de perfis de mídias sociais à procura de postagens e interações relevantes é não apenas um ponto de preocupação, mas também uma questão de gerenciamento de recursos e tempo nas fronteiras. Muitos estão se perguntando sobre a capacidade logística das autoridades de realmente executar uma análise tão abrangente e minutada de dados que, para muitos, pode parecer absurdo e distante da realidade.
Embora Trump e seus apoiadores sustentem que o objetivo desta política seja proteger os cidadãos americanos e garantir a segurança nacional, críticos destacam o potencial de tal abordagem para exacerbar a xenofobia e a desconfiança em relação a países aliados e cidadãos estrangeiros. A natureza ambígua dessas novas diretrizes faz com que muitos se sintam inseguros em relação a como suas informações pessoais podem ser usadas, possivelmente como um meio para silenciar críticas ou vozes dissidentes.
Os efeitos já estão se fazendo sentir, com turistas se afastando dos Estados Unidos e alguns até mesmo decidindo não visitar durante as festas de fim de ano devido ao medo de represálias ou discriminação. O apelo de "não venham" que estourou nas redes sociais reflete um sentimento crescente de descontentamento com a atual administração e suas políticas.
Na ausência de uma resposta definitiva da administração sobre essas questões, a aplicação dessa política permanece incerta e suscetível a desafios legais. O tempo dirá se essa direção fraturada na política de imigração prevalecerá ou se haverá uma volta em direção a práticas que respeitem mais as normas de direitos humanos e protejam a privacidade dos cidadãos, tanto americanos quanto estrangeiros.
Fontes: The i Paper, Migration Policy Institute, Sun Herald
Detalhes
Donald Trump é um empresário e político americano que serviu como o 45º presidente dos Estados Unidos de janeiro de 2017 a janeiro de 2021. Antes de sua carreira política, ele era conhecido por seu trabalho no setor imobiliário e por ser uma figura proeminente na mídia. Sua presidência foi marcada por políticas controversas, incluindo uma postura rígida em relação à imigração e um estilo de comunicação direto e muitas vezes polarizador.
Resumo
A administração do presidente Donald Trump anunciou uma nova política de imigração que exigirá que turistas do Reino Unido forneçam seu histórico de redes sociais dos últimos cinco anos para entrar nos Estados Unidos. A medida, parte das diretrizes da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, gerou preocupações sobre privacidade e liberdade de expressão. A exigência se aplicará a todos os turistas e será integrada ao Sistema Eletrônico para Autorização de Viagem (Esta). Críticos, incluindo a professora de Direito Lucas Guttentag, argumentam que essa abordagem visa restringir oportunidades para imigrantes legais e criar um ambiente hostil. A reação pública foi intensa, com muitos expressando preocupação sobre a legalidade e moralidade do acesso a dados pessoais. A nova política pode alienar turistas e afetar negativamente o turismo nos EUA, já impactado pela pandemia de COVID-19. Embora Trump defenda a medida como uma questão de segurança nacional, críticos alertam que isso pode exacerbar a xenofobia e a desconfiança em relação a cidadãos estrangeiros. A aplicação da política permanece incerta, suscetível a desafios legais.
Notícias relacionadas





