09/12/2025, 13:43
Autor: Laura Mendes

As questões linguísticas e culturais dos países da América do Sul frequentemente geram interesse, principalmente em relação a idiomas coloniais como o francês e o holandês. Recentemente, a discussão sobre onde aprender esses idiomas no Suriname e na Guiana Francesa ganhou relevância, levando diversas pessoas a questionarem quais cidades são mais apropriadas para esse fim. Nos dois países, o holandês no Suriname e o francês na Guiana Francesa não são somente idiomas de comunicação, mas também ferramentas essenciais para a educação e a integração cultural em contextos distintos.
No Suriname, o idioma oficial é o holandês, resultado do período colonial sob controle dos Países Baixos, e a capital, Paramaribo, é a principal cidade onde se concentra a oferta de aprendizado da língua. A Anton de Kom University é uma das instituições mais notáveis, oferecendo cursos que incluem diferentes áreas do conhecimento, desde medicina até geociências, que são bastante procuradas por estudantes surinameses. É interessante observar que, embora a quantidade de opções seja limitada, a universidade desempenha um papel vital na formação acadêmica do país, com programas especialmente desenhados para atender tanto estudantes locais quanto internacionais.
Por outro lado, a Guiana Francesa, considerada uma província ultramarina da França, é um espaço onde o francês se torna um idioma padrão. As propriedades do francês guianês e sua similaridade com o francês europeu são fóruns de discussão frequentes. Nesses diálogos, é possível notar que a maioria dos falantes na Guiana Francesa utiliza o francês metropolitano, participando do mesmo sistema educacional que existe na França, incluindo a realização de exames como o Baccalauréat, evidenciando uma imersão na cultura e estrutura europeia.
Além disso, a Université de Guyane, localizada em Caiena, é um centro de aprendizado destacável, oferecendo um ambiente educativo que reflete a diversidade cultural da região. Entretanto, como mencionado por alguns habitantes locais e visitantes, a cidade se caracteriza por opções limitadas em comparação a grandes centros de aprendizado em outras partes do mundo. A influência das minorias, como os haitianos e os descendentes de escravos, traz nuances culturais ao francês falado, enriquecendo o patrimônio lingüístico da região.
As comparações entre os diferentes tipos de francês falados na Guiana e nas outras ilhas do Caribe, bem como suas variações, ilustram como as raízes culturais e históricas das regiões moldaram a forma como a língua é utilizada. É relevante notar que, enquanto alguns haitianos falam crioulo como língua materna e o francês é mais um idioma de prestígio dentro da estrutura social, nas ilhas Martinica e Guadalupe, os padrões de uso do francês são não apenas mais homogêneos, como também alienados de variações que existem no continente.
Ambas as localidades, Paramaribo e Caiena, são cidades relativamente pequenas quando comparadas a grandes metrópoles do Brasil ou mesmo do Caribe, portanto, os viajantes ou estudantes interessados em aprender holandês ou francês encontrarão um ambiente mais intimista. Essa intimidade pode ser tanto uma desvantagem quanto uma vantagem na experiência de aprendizado, onde a imersão cultural é uma parte fundamental do processo. Para muitos intercambistas, a vivência da cultura local e a interação com nativos são aspectos importantes que vão além da sala de aula, proporcionando um aprendizado que conecta linguagem, história e identidade.
Além da educação formal, turistas e estudantes têm oportunidades de explorar os diversos aspectos culturais enquanto se preparam para aprender esses idiomas. Em Paramaribo, por exemplo, os visitantes podem se explorar a arquitetura colonial, que reflete a mistura histórica entre os colonizadores e as culturas indígenas. Da mesma forma, na Guiana Francesa, as influências francesas são evidentes em suas tradições, festivais e na gastronomia local, o que enriquece ainda mais a experiência dos falantes que buscam aprender e entender a língua em um contexto autêntico.
Iniciativas de intercâmbio e programas de verão estão começando a surgir, aumentando as opções de aprendizado do holandês e do francês em contextos mais dinâmicos. A troca cultural entre esses locais não só beneficia os estudantes, mas também vem a cumprir um papel importante na promoção do multiculturalismo e no fortalecimento das relações interregionais na América do Sul e além. No total, a busca de aprender holandês e francês no Suriname e na Guiana Francesa reflete um campo fértil para a formação de laços culturais significativos, transcendendo fronteiras geográficas e linguísticas.
Fontes: Folha de São Paulo, BBC, G1, Estadão
Detalhes
A Anton de Kom University, localizada em Paramaribo, Suriname, é a principal instituição de ensino superior do país. Fundada em 1968, a universidade oferece uma variedade de cursos em áreas como medicina, ciências sociais e geociências, atendendo tanto estudantes locais quanto internacionais. Seu papel é fundamental na formação acadêmica e no desenvolvimento educacional do Suriname, refletindo a diversidade cultural e as necessidades do país.
A Université de Guyane, situada em Caiena, Guiana Francesa, é uma instituição de ensino superior que integra o sistema educacional francês. Oferecendo cursos em diversas áreas, a universidade é um centro de aprendizado que reflete a diversidade cultural da região. A imersão no francês metropolitano e a realização de exames como o Baccalauréat destacam a conexão da Guiana Francesa com a França, além de enriquecer a experiência educacional dos estudantes.
Resumo
As questões linguísticas e culturais na América do Sul despertam interesse, especialmente em relação ao aprendizado de idiomas coloniais como o francês e o holandês. Recentemente, a discussão sobre onde aprender essas línguas no Suriname e na Guiana Francesa ganhou destaque. No Suriname, o holandês é o idioma oficial, com Paramaribo sendo a principal cidade para seu aprendizado, destacando-se a Anton de Kom University. Na Guiana Francesa, o francês é o idioma padrão, e a Université de Guyane, em Caiena, é um importante centro de aprendizado. Ambos os locais oferecem experiências culturais ricas, com influências de minorias, como haitianos e descendentes de escravos, que enriquecem o patrimônio linguístico. A imersão cultural é essencial para o aprendizado, e iniciativas de intercâmbio estão começando a surgir, promovendo o multiculturalismo e fortalecendo relações interregionais. A busca por aprender holandês e francês nessas regiões reflete um campo fértil para a formação de laços culturais significativos.
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