Settlers pressionam Netanyahu a desconsiderar EUA e anexar Cisjordânia

Far-right israelense se une e pressiona primeiramente o primeiro-ministro Netanyahu a ignorar a pressão americana, defendendo a anexação da Cisjordânia como prioridade.

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28/09/2025, 21:01

Autor: Ricardo Vasconcelos

Uma reunião tensa em uma sala de debate com líderes políticos israelenses, onde representantes far-right discutem planos para a anexação da Cisjordânia. Um mapa da região está visível, com áreas estrategicamente destacadas, enquanto as expressões faciais dos participantes refletem a seriedade e a polarização das atuais tensões.

Em meio a uma crescente tensão política e social, grupos de extrema direita em Israel estão pressionando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a desconsiderar as orientações da comunidade internacional, particularmente dos Estados Unidos, e a avançar com a anexação da Cisjordânia. Essa proposta é articulada sob o lema de "soberania em Judeia e Samária", que muitos no governo e entre os colonos acreditam ser a chave para garantir a segurança e a integridade territorial de Israel. A situação é ainda mais complexa devido ao contexto atual da guerra em Gaza, que tem gerado sentimentos intensos entre os israelenses e chamado a atenção global para a política de segurança do país.

Os comentários e análises em torno dessa temática revelam um quadro dividido. De um lado, há aqueles que consideram o extremismo como uma ameaça à estabilidade da própria Israel, advertindo que escutar as propostas radicais pode resultar em consequências devastadoras tanto para os israelenses quanto para o futuro das relações com a comunidade internacional. A insistência em desmantelar o Hamas, ainda que reconhecida, não parece satisfazer os que clamam pela anexação das terras palestinas. As opiniões expressas refletem uma preocupação geral com a radicalização da retórica política, que pode provocar um aumento da violência e mais conflitos regionais.

Como uma reação a essa pressão, Netanyahu tem enfrentado um dilema significativo. Por um lado, ele deve equilibrar as demandas dos grupos de extrema direita que compõem sua coalizão governamental e, por outro, manter relações diplomáticas com países ocidentais, especialmente os EUA, que historicamente têm sido um forte aliado de Israel. Enquanto alguns membros de sua base política encorajam ações mais agressivas, outros reconhecem que afastar-se de uma solução de dois Estados não apenas poderia afastar Israel de uma paz duradoura, mas também pode isolar o país no cenário internacional.

O apoio crescente ao extremismo entre os colonos é ilustrado por comentários que destacam a crença firme na necessidade de expandir as fronteiras de Israel como forma de segurança. No entanto, muitos analistas questionam essa abordagem, alegando que a simples expansão territorial não garantirá segurança a longo prazo, e, ao contrário, poderá exacerbar as tensões existentes. De fato, a pressão por uma anexação total da Cisjordânia tem sido vista como uma maneira de consolidar a influência dos assentamentos, que já são um ponto de discórdia nas negociações de paz.

Adicionalmente, um aspecto importante da questão é a crescente intromissão da política americana nesse debate. A administração Biden tem expressado preocupação com os movimentos de anexação e a construção contínua de assentamentos, no entanto, a resposta americana tem sido, em grande parte, a de simplesmente criticar os passos mais radicais. Diversos comentários realçam que, para que a postura de Netanyahu se torne mais moderada, uma pressão substantiva por parte dos EUA, como a interrupção do apoio militar, seria necessária. Sem isso, muitos acreditam que o primeiro-ministro permanecerá inibido por grupos de pressão em sua base que clamam pela anexação.

A situação é ainda mais complicada pelo contexto atual em Gaza, onde a operação militar em curso e o aumento das hostilidades têm gerado uma narrativa de "vencer a guerra" dentro do espectro público. A narrativa de que somente uma vitória militar completa poderia oferecer uma solução sustentável amplifica as vozes dos radicais. Estes grupos far-right argumentam que a ação militar é a única forma de garantir a segurança dos cidadãos israelenses, enquanto críticos da orientação do governo alertam que essa perspectiva reduz a complexidade da questão em meras ações bélicas, ignorando as soluções diplomáticas e políticas que poderiam ser mais benéficas a longo prazo.

À medida que a pressão cresce sobre Netanyahu para atender às demandas extremistas, a comunidade internacional observa atentamente os desenvolvimentos. À luz dos recentes eventos, muitos se questionam: até que ponto o governo israelense está disposto a ir para garantir a segurança dentro de suas fronteiras, e quão longe isso pode afastar Israel de uma paz duradoura que respeite os direitos dos palestinos? Com o futuro da Cisjordânia em jogo, a resposta para tais questões terá implicações não apenas para a política interna de Israel, mas também para a arquitetura de segurança no Oriente Médio.

Fontes: The New York Times, BBC, Al Jazeera

Resumo

Em um cenário de crescente tensão política em Israel, grupos de extrema direita estão pressionando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a avançar com a anexação da Cisjordânia, desconsiderando as orientações da comunidade internacional. Essa proposta, defendida sob o lema "soberania em Judeia e Samária", é vista por muitos como essencial para a segurança de Israel, especialmente no contexto da guerra em Gaza. No entanto, analistas alertam que essa radicalização pode ameaçar a estabilidade do país e suas relações diplomáticas, especialmente com os EUA, um aliado histórico. Netanyahu enfrenta um dilema ao tentar equilibrar as demandas de sua coalizão com a necessidade de manter um diálogo com o Ocidente. O apoio crescente ao extremismo entre os colonos e a pressão por uma anexação total são preocupações que podem exacerbar as tensões regionais. A administração Biden expressa preocupação com essas movimentações, mas críticos afirmam que a falta de pressão substancial pode permitir que Netanyahu continue a ceder às demandas radicais. A situação atual em Gaza e a narrativa de "vencer a guerra" também complicam ainda mais o cenário, levantando questões sobre o futuro da paz e segurança na região.

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