14/10/2025, 15:41
Autor: Felipe Rocha
A recente derrota da Seleção Brasileira de Futebol, ocorrida no dia 14 de outubro, trouxe à tona importantes discussões sobre a saúde emocional e o estado psicológico dos atletas, que, em grande parte, é desconsiderado na cultura do esporte. Críticos apontam que a ideia de que “não sou louco” tem se tornado um mantra entre os jogadores, ignorando a seriedade com que o acompanhamento psicológico deve ser tratado, especialmente em um ambiente de alta pressão como o futebol profissional.
A partida em questão não apenas expôs falhas táticas, mas também uma aparente fragilidade emocional dos atletas, que, após momentos críticos no jogo, demonstraram desespero e frustração. Um dos comentários que repercutiu entre os torcedores refletiu exatamente isso: a dificuldade que jogadores brasileiros têm em lidar com a pressão e a frustração, exacerbada pela aversão à consulta a psicólogos. Este tipo de resistência frequentemente resulta em performances aquém do esperado, como aconteceu em várias situações em que a seleção enfrentou adversidades.
Um dos principais símbolos desse debate é Neymar, que em diversas ocasiões se posicionou contra a necessidade de acompanhamento psicológico, usando frases como “eu não sou louco, não preciso de psicólogo”. Essa postura, infelizmente, reflete um sentimento generalizado entre muitos jogadores, que preferem buscar orientações informais, muitas vezes de "pastores coaches", em detrimento dos profissionais de saúde mental qualificados. Essa escolha, segundo especialistas, é um reflexo de um tabu cultural que ainda persiste no Brasil, onde buscar ajuda psicológica é muitas vezes associado à fraqueza.
A discussão não se limita apenas a Neymar e à Seleção Brasileira. Fortes comentários surgiram após a conversa, mencionando como o futebol brasileiro, em muitos clubes, tem se afastado do suporte psicológico dedicado, independentemente da elite europeia, onde a maioria dos atletas brasileiros hoje participa. Embora se argumente que jogadores estão em contato com psicólogos em seus clubes estrangeiros, a realidade é que muitos ainda negam a necessidade desse suporte quando retornam ao cenário da seleção nacional.
Muitos torcedores e comentaristas notaram que, ao longo da história recente, a gestão da saúde mental não tem sido priorizada. A Seleção Brasileira, que já contou com a presença de um psicólogo durante a Copa do Mundo em 2002, parece ter se distanciado desta prática. Isso levanta a questão sobre quem deve assumir a responsabilidade por essa omissão: a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), os clubes ou os próprios atletas. Enquanto a CBF tenta se reestruturar sob a nova liderança de Carlo Ancelotti, a necessidade por suporte emocional urgente e uma mudança de mentalidade se tornam ainda mais prementes.
Vários comentários refletiram a percepção de que, antes de um desempenho técnico, a constituição psíquica dos atletas é fundamental para o sucesso. Uma mente forte, capaz de lidar com os altos e baixos do esporte, pode ser mais decisiva do que uma técnica infalível. Isso evidencia a importância de um acompanhamento adequado, que deverá ser considerado dentro da formação e evolução do atleta.
Além disso, a recente demissão de uma psicóloga que trabalhava com um dos clubes de futebol de elite revelou uma prática preocupante que se estende em diversos estabelecimentos: a devalução do suporte psicológico. A dinâmica que envolve a saúde mental no esporte profissional é complexa e multifacetada, envolvendo não apenas os desafios pessoais dos atletas, mas também a cultura que cerca o esporte em si.
Outra questão importante levantada nos comentários foi o papel dos psicólogos dentro do ambiente esportivo. Uma crítica recorrente afirma que a presença de um profissional na seleção ou em um clube por um curto período dificilmente promoverá mudanças significativas no comportamento dos jogadores. Sim, a terapia leva tempo e pode não funcionar para todos, mas ter pelo menos esse apoio visível pode criar um ambiente mais saudável e receptivo para o desenvolvimento emocional e psicológico dos atletas.
A realidade é que, enquanto a cultura do "não sou louco" prevalecer entre os jogadores, estarão fadados a enfrentar dificuldades não apenas em campo, mas também fora dele. As conversas sobre saúde mental devem se transformar em ações concretas, com instituições e clubes investindo no bem-estar emocional dos jogadores, rompendo com estigmas e promovendo um ambiente onde buscar ajuda seja visto não como uma fraqueza, mas sim como uma força.
Um futuro promissor para o futebol brasileiro pode dependender dessa mudança cultural, onde o feminino e o masculino, o técnico e o emocional andem lado a lado, fundamentando uma nova abordagem que priorize a mente tanto quanto o corpo do atleta. Se a CBF e seus clubes começarem a agir agora, poderá ser possível reverter o quadro e transformar a atual cultura em um novo paradigma, onde a saúde mental é uma prioridade e os jogadores têm seu apoio garantido.
Fontes: Globo Esporte, ESPN Brasil, Folha de São Paulo
Detalhes
Neymar é um dos jogadores de futebol mais reconhecidos mundialmente, conhecido por sua habilidade técnica e estilo de jogo. Atuando como atacante, ele teve passagens por clubes como Santos, Barcelona e Paris Saint-Germain, além de ser uma figura central na Seleção Brasileira. Neymar tem sido uma voz controversa em relação à saúde mental no esporte, frequentemente expressando resistência à ideia de acompanhamento psicológico, o que gerou debates sobre a importância do suporte emocional para atletas em ambientes de alta pressão.
Resumo
A recente derrota da Seleção Brasileira de Futebol em 14 de outubro trouxe à tona a necessidade de discutir a saúde emocional dos atletas, frequentemente ignorada na cultura esportiva. Críticos destacam que a resistência dos jogadores em buscar apoio psicológico, simbolizada por Neymar, que afirmou não precisar de psicólogo, reflete um tabu cultural no Brasil. Essa postura pode prejudicar o desempenho em campo, especialmente em situações de pressão. Embora alguns jogadores tenham acesso a psicólogos em clubes europeus, muitos ainda negam essa necessidade ao retornar à seleção. A falta de priorização da saúde mental é evidente, com a Seleção Brasileira tendo abandonado práticas que antes incluíam suporte psicológico. A discussão se estende à responsabilidade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), dos clubes e dos próprios atletas em promover um ambiente que valorize a saúde mental. Para o futuro do futebol brasileiro, é essencial que a cultura mude, reconhecendo a importância do bem-estar emocional dos jogadores como parte fundamental do sucesso.
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