27/09/2025, 09:24
Autor: Laura Mendes
A Sabesp, companhia de saneamento básico de São Paulo, está sob crescente vigilância após o aumento da captação de água do Sistema Cantareira, recurso hídrico vital para milhões de habitantes da capital. De acordo com relatos de engenheiros que atuam em comitês de bacia, nas últimas semanas a empresa não só intensificou a retirada de água, mas também escalou essa captação a níveis sem precedentes na história, em um esforço aparentemente para aumentar a pressão nas tubulações e, consequentemente, acelerar o faturamento. Essa manobra, porém, levanta questões preocupantes sobre a sustentabilidade e a responsabilidade da empresa em gestão de recursos hídricos.
Os dados coletados e divulgados indicam que a Sabesp vem operando nos limites máximos de captação permitidos, sem a mesma cautela demonstrada pelas administrações anteriores que priorizavam a conservação dos reservatórios. Com a pressão da privatização nos serviços, a companhia passou a adotar uma postura mais agressiva em relação à água, levando muitos especialistas e cidadãos a questionar a assertividade dessa estratégia, especialmente com a possibilidade de uma nova crise hídrica à vista.
Discussões sobre a crise hídrica e a sua relação com a gestão privada têm ganhado força, com muitos moradores afirmando que estão vivenciando o resultado negativo de uma política neoliberal que ignora os riscos associados à exploração excessiva dos recursos naturais. A privatização da Sabesp, em especial, é vista por alguns como um golpe à gestão sustentável, sendo que o foco parece estar mais voltado para lucro a curto prazo do que para a preservação do meio ambiente.
Um engenheiro que participou recentemente do encontro nacional sobre bacias hidrográficas, o ENCOB, mencionou que as práticas atuais da Sabesp são alarmantes. Ele destacou que, além do aumento na captação, observou-se um incremento no consumo doméstico, o que inevitavelmente resulta em contas de água mais elevadas para os cidadãos. Segundo o profissional, nunca antes a Sabesp retirou tanta água dos reservatórios nos últimos trimestres, elevando o nível de tensão entre a defesa dos direitos dos consumidores e a operação da empresa.
Especialistas apontam que essa prática de retirar água em maior escala pode ser um movimento para manipular o consumo e fortalecer o faturamento da empresa, criando um cenário adverso para a população e impulsionando a conta de água no fim do mês. Com um futuro incerto para o abastecimento de água em São Paulo, a necessidade de gestões mais responsáveis e sustentáveis se torna urgente.
Cidadãos preocupados são encorajados a se expressarem a respeito, muitos já tomaram a iniciativa de denunciar essa prática ineficaz ao Ministério Público e à Agência Nacional de Águas, clamando por um acompanhamento mais rigoroso e responsável das ações da Sabesp. A necessidade de uma abordagem holística que considere o impacto ambiental e o bem-estar dos habitantes é premente.
As vozes em alerta ressaltam que a falta de gestão adequada dos recursos hídricos pode levar a consequências devastadoras não apenas para a economia local, mas principalmente para a saúde e qualidade de vida de milhões. Recentemente, o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de água para a maior parte da população da metrópole, apresentou um nível de 29% de sua capacidade, o que acende um sinal vermelho para todos os setores, especialmente em relação ao uso de água potável e outras demandas essenciais.
Diante deste cenário, a pressão para mudar a postura da Sabesp se intensifica, e a esperança é de que o diálogo com a sociedade civil e as autoridades resulte em práticas mais sustentáveis e voltadas à preservação dos nossos valiosos recursos hídricos. O tempo para agir é agora, e a comunidade paulista faz um apelo à responsabilidade e transparência na gestão da água, um bem essencial para a vida e um direito que não pode ser negligenciado. É crucial educar a população sobre os recursos hídricos e envolvê-la em discussões acerca das políticas que regem a sua utilização, promovendo uma abordagem mais consciente e respeitosa em relação ao meio ambiente.
Fontes: CNN Brasil, O Globo
Resumo
A Sabesp, empresa de saneamento básico de São Paulo, está sob crescente vigilância devido ao aumento da captação de água do Sistema Cantareira, essencial para milhões de habitantes. Relatos de engenheiros indicam que a companhia intensificou a retirada de água a níveis sem precedentes, levantando preocupações sobre a sustentabilidade e a responsabilidade na gestão de recursos hídricos. A Sabesp opera nos limites máximos de captação, adotando uma postura mais agressiva em relação à água, o que gera críticas de especialistas e cidadãos sobre a possibilidade de uma nova crise hídrica. A privatização da empresa é vista como uma ameaça à gestão sustentável, priorizando o lucro em detrimento da preservação ambiental. Com o aumento no consumo doméstico, as contas de água também estão elevadas, e há um movimento crescente de denúncias ao Ministério Público e à Agência Nacional de Águas. A falta de uma gestão adequada pode ter consequências devastadoras para a economia e a qualidade de vida da população, e a pressão por mudanças na postura da Sabesp se intensifica, com um apelo por práticas mais responsáveis e sustentáveis.
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