21/12/2025, 11:21
Autor: Ricardo Vasconcelos

Em um movimento que surpreendeu muitos analistas de segurança internacional, a Rússia anunciou o encerramento de vários acordos militares com países europeus, destacando um aumento generalizado de tensões na região e levantando questões sobre a futura capacidade de defesa da Europa. Esta decisão ocorre em um momento crítico, em que a perspectiva de um exacerbamento do conflito na Ucrânia e as dinâmicas de poder global estão em constante mudança.
Os comentários de vários especialistas e cidadãos comuns refletem a profunda preocupação com este desdobramento. Enquanto alguns veem a Rússia como uma potência militar em declínio, incapaz de sustentar uma campanha de invasão significativa à Europa Ocidental, outros alertam para o aumento de ativos militares russos na Bielorrússia, sugerindo que a Rússia pode estar se preparando para um cenário mais agressivo. Um deputado alemão mencionou a presença de 360 mil soldados russos na região, o que representa um aumento considerável desde o início da invasão da Ucrânia.
A retórica em torno da situação está se intensificando. Após décadas de algum nível de colaboração e limites entre potências, muitos cidadãos da Europa estão se questionando sobre a eficácia da dependência de um aliado tradicional como os Estados Unidos. A percepção é que os EUA estão cada vez mais focados em rivalidades no Pacífico, particularmente com a China, e menos dispostos a oferecer o mesmo nível de suporte militar que anteriormente. Isso leva a uma tensão crescente entre as nações europeias, que parecem estar se preparando para se defender sem o respaldo direto dos EUA.
A declaração russa também gerou discussões sobre o papel da Otan e a eficácia dos acordos e tratados de segurança existentes. Em diversas opiniões expostas, ficou clara a desconfiança em relação à capacidade da Rússia de honrar acordos, especialmente após a quebra do Memorando de Budapeste em 1994. Este tratado, que exigia segurança para a Ucrânia em troca da renúncia de suas armas nucleares, é frequentemente apontado como um exemplo claro da tendência da Rússia em não cumprir compromissos. Comentários expressaram que os países europeus devem reavaliar sua abordagem para com a Rússia e considerar estratégias preventivas, evitando o que poderia ser uma escalada significativa da violência no continente.
Em meio a essas tensões, surgem vozes que advogam por uma preparação mais robusta e um reexame das políticas de defesa da Europa. Alguns argumentam que a região precisa fortalecer suas próprias capacidades militares e de resposta, diante da incerteza com a postura dos EUA. Consequentemente, há um chamado para que políticas de segurança sejam mais independentes, enfatizando que a segurança europeia não deve mais depender da intervenção americana.
Outro ponto notável nas discussões é o potencial de uma nova ordem de segurança a nível global. A Rússia, ao romper acordos, parece estar sinalizando uma mudança em suas intenções estratégicas. A ideia de que a Rússia tem ambições imperialistas, buscando reverter as mudanças políticas na Europa pós-Guerra Fria, é recorrente entre diversos comentários e análises. Há um consenso que simplesmente construir barreiras de segurança militar não será suficiente se não houver um entendimento mais amplo sobre um novo equilíbrio entre potências.
Entretanto, é importante destacar que uma série de vozes expressaram ceticismo em relação a qualquer possibilidade de um "acordo de paz". Muitos acreditam que qualquer discussão com a Rússia é fútil e apenas um desperdício de tempo, dado o histórico recente. Resoluções diplomáticas parecem cada vez mais distantes à medida que a confiança entre as partes continua a se deteriorar.
Diante deste contexto geopolítico em transformação, o futuro da segurança europeia permanece incerto. A Europa pode ter que se preparar para um cenário de maior autonomia em defesa e segurança, efetivamente criando estratégias para lidar com o que pode ser uma era de uma nova Guerra Fria, a medida que preocupações com a Rússia e seus vizinhos se intensificam. O impacto dessa reavaliação poderá influenciar gerações, à medida que o continente busca um equilíbrio em um mundo cada vez mais polarizado.
Fontes: Folha de São Paulo, BBC, Al Jazeera
Resumo
A Rússia anunciou o encerramento de vários acordos militares com países europeus, gerando preocupações sobre a segurança na região em meio ao conflito na Ucrânia. Especialistas e cidadãos expressam temores sobre a crescente presença militar russa, especialmente na Bielorrússia, com um deputado alemão destacando 360 mil soldados russos na área. A retórica está se intensificando, levando europeus a questionarem a eficácia de depender dos Estados Unidos para segurança, especialmente com o foco americano se deslocando para a rivalidade com a China. A declaração russa também levantou discussões sobre a Otan e a validade de acordos de segurança, como o Memorando de Budapeste, que a Rússia não cumpriu. Há um apelo para que a Europa reavalie suas políticas de defesa, buscando maior autonomia e preparando-se para uma possível nova Guerra Fria. O futuro da segurança europeia é incerto, com a necessidade de estratégias que reflitam um novo equilíbrio de poder global.
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