Rússia sofre perdas significativas na guerra enquanto debates sobre novas alianças se intensificam

A Rússia enfrenta uma série de desafios significativos em sua guerra na Ucrânia, incluindo perdas militares e pressão econômica, enquanto novas dinâmicas políticas surgem.

11/12/2025, 11:16

Autor: Felipe Rocha

A guerra entre Rússia e Ucrânia continua a impactar a geopolítica global, com um aumento significativo nas tensões e uma reconfiguração potencial das alianças internacionais. Em 29 de dezembro de 2023, as consequências da invasão russa ainda são sentidas, revelando não apenas perdas militares, mas também uma dinâmica econômica que se torna cada vez mais complexa. Dados recentes indicam que a Rússia perdeu uma aeronave militar An-22 em um incidente que resultou na morte de oito pilotos experientes, um golpe preocupante para a força aérea do país, conforme reportado por fontes locais. Esta perda é um reflexo de um padrão mais amplo de comprometimento das capacidades militares russas, que enfrentam críticas internas enquanto a pressão externa aumenta.

Além das perdas humanas, a economia russa também está se ressentindo. A fabricante de veículos Lada reportou uma queda de 27% nas vendas de janeiro a novembro de 2025, um reflexo tanto da economia em declínio quanto da diminuição do interesse de consumidores locais e internacionais. O chefe da AvtoVAZ, que fabrica os carros Lada, afirmou que a empresa conseguiu evitar prejuízos, embora não tenha divulgado publicamente suas demonstrações financeiras desde 2020. A grande preocupação, segundo analistas, é que os subsídios estatais estão mascarando um verdadeiro colapso no setor automotivo russo, o que poderá levar a um cenário catastrófico se as condições não melhorarem.

Com o colapso industrial em andamento, observadores militares e econômicos têm falado sobre uma possível reconfiguração na ordem mundial, especialmente no que diz respeito ao envolvimento dos Estados Unidos. Um novo relatório sugere que a estratégia de segurança não classificada dos EUA pode estar propondo um novo G7 que exclui a Europa, mas inclui a Rússia, China e Índia. Isso poderia potencialmente redefinir as relações políticas e econômicas que têm caracterizado as últimas décadas. No entanto, a implementação desta nova estratégia poderá encontrar grande resistência tanto dentro como fora dos Estados Unidos.

Além da complexidade política, as dificuldades financeiras da Rússia desencadeiam uma crise de confiança no governo. Analistas estão percebendo uma movimentação em massa de capitais, com investimentos europeus deixando o país devido ao ambiente instável. Os comentários sobre a disposição de Putin de desmantelar a União Europeia por meio de alianças políticas questionáveis, incluindo um alegado "pacto" com ex-presidente Donald Trump, culminam em especulações sobre a viabilidade de tal aliança. As opiniões suscitam a ideia de que, enquanto a Rússia continua a perder sua influência, os Estados Unidos poderiam estar entrando em um ciclo de autossabotagem sob a liderança de Trump.

O clima atual da guerra também se reflete em ações específicas, como atingimentos de infraestruturas cruciais. A Ucrânia ter supostamente atingido uma plataforma de petróleo da Lukoil no Mar Cáspio representa um ponto significativo no conflito, desafiando a percepção de que a distância geográfica protegeria a produção de energia russa. É a primeira vez que a infraestrutura de produção de petróleo russa no Mar Cáspio se torna alvo direto, levantando questões sobre a viabilidade da estratégia russa para preservar seus ativos críticos.

Enquanto isso, a situação política na Rússia continua a se deteriorar, com muitos relatando que a burocracia militar, que aumenta significativamente, cria um ambiente propenso a ineficiências. Mesmo assim, o governo russo ainda parece alicerçar seus recursos em subsidiações destinadas a impedir um colapso total do setor automotivo e industrial, prevendo um aumento nas alocações para esse fim nos próximos anos.

A posição do ocidente, em contraste, permanece firme, com a possibilidade de um aumento no apoio militar à Ucrânia, que continua a aplicar pressão ao regime russo. As estatísticas de perdas ucranianas e russas revelam a gravidade da situação, e muitos analistas acreditam que a guerra fatalmente se intensificará se as negociações não avançarem.

Neste cenário mundial em rápida mudança, a presença crescente da China como uma superpotência e o potencial fortalecimento do BRICS destacam um momento crucial na política internacional. As ações da Rússia sob a liderança de Putin, combinadas com as reações dos Estados Unidos e da União Europeia, sugerem que os próximos meses poderão ser decisivos não apenas para a Ucrânia, mas para a estabilidade global em geral.

A luta pela soberania e a manutenção de governos democráticos continuam sendo desafios relevantes, e o desfecho da guerra poderá, de maneira significativa, moldar a arquitetura política e econômica do século XXI.

Fontes: Folha de São Paulo, Ukrainska Pravda, The Guardian