21/09/2025, 18:47
Autor: Felipe Rocha
Uma investigação recente revelou que mais de 15.000 soldados russos mobilizados na Ucrânia foram oficialmente identificados como mortos, acentuando a pressão sobre o governo de Vladimir Putin e levantando dúvidas sobre a duração do conflito. Os dados obtidos por meio de investigações geraram preocupações sobre a veracidade das informações oficiais da Rússia, que frequentemente subestima suas baixas e apresenta uma narrativa distorcida para a população e para as famílias dos soldados.
Conforme relatos, estima-se que as baixas reais entre os soldados russos sejam significativamente maiores, variando de 700.000 a até 1,1 milhão, com uma reportagem mencionando que apenas na recente frente de Pokrovsk, aproximadamente 94.000 dos 110.000 soldados mobilizados teriam sido perdidos. Muitas dessas perdas são atribuídas ao uso de estratégias de mobilização que não consideram a segurança e a formação adequadas dos novos recrutas, em um cenário onde a Rússia está se permitindo sacrificar vidas humanas para manter sua posição no conflito.
O impacto das municões fornecidas pela Coreia do Norte foi destacado como um fator significativo na dinâmica do conflito. De acordo com o porta-voz ucraniano Andriy Yusov, entre 40% e 60% dos projéteis de artilharia disparados contra as forças ucranianas são provenientes da Coreia do Norte. Esta dependência reflete a situação desesperadora da logística militar russa, que, sem esse suprimento externo, enfrentaria uma drástica diminuição em suas capacidades de ataque.
Há também um questionamento sobre o apoio da população russa em relação à guerra. Apesar dos altos números de mortos, muitos se surpreendem com a aparente falta de protestos ou de clamor popular para a cessação do conflito. A análise da perda de vidas mostra que aproximadamente 42% dessas mortes ocorreram no primeiro ano após Putin ter instaurado a "mobilização parcial", que durou um mês, em setembro de 2022. As regiões mais atingidas foram Bashkortostan e Tatarstan, onde as fatalidades foram particularmente elevadas.
Os relatos indicam que houve uma resistência por parte do governo em comunicar os números exatos, já que isso pode impactar o moral da população e reduzir o apoio à guerra. Em muitos casos, os mortos foram classificados como "desaparecidos em ação" (MIA), uma manobra que também impedido pagamentos adequados às famílias enlutadas. Essa prática levanta questões éticas sobre a maneira como o governo lida com as vidas de seus soldados, explorando o patriotismo e a pressão social para justificar a contínua participação na guerra.
Parentes de soldados que foram para a linha de frente relataram que muitos foram coagidos a assinar contratos para se juntar às forças armadas, sob a ameaça de serem enviados a campos de batalha de alto risco sem preparação ou equipamentos adequados. A média de idade dos soldados que perderam a vida é de 35 anos, o que reflete uma demografia mais velha do que a imaginada, muitos deles sendo pais de família.
As reações aos dados divulgados incluem tanto indignação em relação ao governo quanto uma reflexão sobre a natureza do conflito. Comentários sobre a situação ressaltaram a falta de humanidade e racionalidade por parte do líder russo, enfatizando que os soldados estão sendo tratados como meros números em um jogo político em que Putin busca suas próprias soluções para conflitos históricos. A realidade é de que a mobilização não apenas tem consequências terríveis para os soldados em si, mas gera um clima de incerteza e angústia nas famílias que devem lidar com as repercussões da guerra.
Além disso, a diferença nas doutrinas de combate entre os EUA e a Rússia foi amplamente discutida, com uma ênfase em que os EUA priorizam a preservação de tropas treinadas, enquanto a Rússia parece disposta a sacrificar recrutas não treinados e mal equipados. Isso, em grande parte, resulta em altas taxas de fatalidade e em uma guerra que parece ser cada vez mais insustentável para ambos os lados, mas especialmente devastadora para os soldados mobilizados sem o preparo necessário.
A combinação de baixa moral, pressões sociais e uma administração militar que parece mais focada em números do que em vidas humanas continua a ser um desafio significativo para a Rússia enquanto a guerra na Ucrânia persiste e a conta de vidas a se paga se torna cada vez mais alarmante.
Fontes: BBC, Al Jazeera, Reuters, Folha de São Paulo
Resumo
Uma investigação revelou que mais de 15.000 soldados russos mobilizados na Ucrânia foram oficialmente identificados como mortos, aumentando a pressão sobre o governo de Vladimir Putin e levantando dúvidas sobre a duração do conflito. Estima-se que as baixas reais sejam entre 700.000 e 1,1 milhão, com perdas significativas na frente de Pokrovsk. A falta de estratégias adequadas na mobilização e a dependência de munições da Coreia do Norte refletem a fragilidade logística russa. Apesar dos altos números de mortos, a população parece não protestar, e muitos soldados foram coagidos a se alistar sem preparação. A média de idade dos mortos é de 35 anos, e a maneira como o governo lida com as baixas levanta questões éticas. A diferença nas doutrinas de combate entre os EUA e a Rússia também foi discutida, com os EUA priorizando a preservação de tropas treinadas, enquanto a Rússia sacrifica recrutas mal equipados, resultando em altas taxas de fatalidade. A situação continua alarmante para os soldados e suas famílias.
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