06/12/2025, 15:07
Autor: Ricardo Vasconcelos

O setor de resorts de esqui nos Estados Unidos está atualmente em uma encruzilhada crítica. A combinação de um clima político hostil e preços exorbitantes está afastando tanto turistas internacionais quanto locais, gerando preocupações sobre a sustentabilidade da indústria de turismo associada ao esqui. As implicações de tais mudanças estão inspirando uma investigação mais aprofundada sobre a forma como essas estações de esqui operam, especialmente em um momento em que muitos destinos estão se adaptando para atrair visitantes.
Nos últimos anos, especialmente após as eleições de Donald Trump e as políticas que se seguiram, a percepção global dos EUA como um destino turístico amistoso começou a mudar. Muitos viajantes internacionais expressaram insegurança ao visitarem o país, citando o tratamento hostil de turistas, especialmente aqueles que não se identificam como brancos. Comentários refletem uma tendência crescente entre turistas que الآن consideram alternativas como os Alpes e outras estações de esqui fora dos Estados Unidos, onde a experiência é não apenas mais acessível, mas aparentemente mais acolhedora.
O preço para esquiar em resorts americanos se tornou um ponto de contenda significativo. De acordo com relatos de frequentadores e trabalhadores da área, o custo de passes diários pode ultrapassar os 300 dólares, enquanto opções semelhantes em locais europeus estão disponível abaixo desse preço. Essa diferença de preços tem levado muitos a reconsiderar suas viagens, preferindo voar para Europa em vez de gastar fortunas nas montanhas americanas. Comentários de usuários indicam que muitos turistas já estão tomando suas decisões com base em uma análise custo-benefício, e neste contexto, as estações de esqui dos EUA estão em desvantagem.
Muito além da questão de preços, a capacidade de atrair trabalhadores sazonais estrangeiros também está em risco. Com a hostilidade em relação aos imigrantes e as mudanças nas políticas de imigração, muitos resorts estão lutando para encontrar mão de obra suficiente. Comentários apontam que a falta de trabalhadores temporários não é apenas uma questão de encontrar pessoas dispostas a trabalhar, mas também reflete a percepção de que os EUA não são um lugar seguro para os estrangeiros, o que torna o trabalho na indústria do esqui mais difícil.
As consequências econômicas de um turismo em declínio são palpáveis, já que muitos destinos dependem de visitantes que gastam dinheiro não apenas em passes, mas também em hospedagem, alimentação e entretenimento. Um efeito cascata começa a surgir, afetando não apenas os resorts de esqui, mas toda a economia local que se baseia no turismo. Vários relatos de pessoas dentro da indústria indicam que muitos proprietários estão fechando andares inteiros de seus hotéis ou até mesmo parando de operar durante a alta temporada, por não conseguir cobrir custos operacionais crescentes.
Além disso, a tensão crescente entre o apoio a um turismo que depende da diversidade e a política de fechamento dos EUA tem desencadeado uma resposta negativa de potenciais visitantes. Cidades e estados que tradicionalmente apoiavam a conservação dos resorts de esqui agora se vêem como alvos de críticas, sendo acusados de alienarem seus aliados e potenciais visitantes. Isso não se limita apenas à percepção internacional, mas também afeta o turismo interno, com muitos cidadãos americanos optando por não visitar áreas nas quais se sentem descontentes com a política local ou as altas taxas.
Os efeitos sobre o turismo foram tão severos que até os locais começaram a questionar se é vantajoso manter suas viagens anuais para as montanhas. A alta dos preços tem desanimado os esquiadores frequentes, que notaram que mesmo em épocas de pico ainda há espaço disponível nas pistas, um reflexo claro da queda na demanda.
À medida que o cenário se molda, os resorts de esqui nos EUA precisarão reavaliar suas estratégias. Eles devem considerar a acessibilidade como uma prioridade e, ao mesmo tempo, trabalhar para melhorar a imagem do país como um destino turístico acolhedor. Com grandes eventos, como a Copa do Mundo da FIFA, se aproximando, a capacidade de atrair visitantes não só internacionais, mas também locais, será crucial para evitar um colapso mais profundo na experiência de esqui nos EUA.
Em conclusão, a indústria de esqui dos Estados Unidos se encontra em um ponto crítico, onde a política, a economia e as percepções dos turistas conflitam. À medida que as decisões são tomadas sobre futuros investimentos e estratégias de marketing, o futuro da indústria dependerá de uma abordagem que não apenas reconheça, mas também valorize a diversidade e a hospitalidade, elementos essenciais para um turismo saudável e sustentável.
Fontes: The New York Times, CNN, Reuters
Detalhes
Donald Trump é um empresário e político americano, conhecido por ter sido o 45º presidente dos Estados Unidos, exercendo o cargo de 2017 a 2021. Antes de sua presidência, ele era um magnata do setor imobiliário e uma figura proeminente na mídia. Sua administração foi marcada por políticas controversas e uma retórica polarizadora, que impactaram a percepção global dos EUA como um destino turístico.
Resumo
O setor de resorts de esqui nos Estados Unidos enfrenta uma crise devido a um clima político hostil e preços elevados, que afastam turistas internacionais e locais. A percepção negativa do país como destino turístico, especialmente após as eleições de Donald Trump, contribui para a insegurança entre viajantes. Muitos estão optando por alternativas mais acessíveis e acolhedoras, como os Alpes europeus. O custo de passes diários em resorts americanos, que pode ultrapassar 300 dólares, é um fator decisivo para muitos esquiadores. Além disso, a hostilidade em relação a imigrantes dificulta a contratação de trabalhadores sazonais, afetando a operação dos resorts. O declínio do turismo impacta negativamente a economia local, levando a fechamentos de hotéis e a uma reconsideração das viagens anuais dos locais. Para reverter essa situação, os resorts precisam priorizar a acessibilidade e melhorar a imagem do país como um destino acolhedor, especialmente com eventos importantes se aproximando.
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