30/12/2025, 13:40
Autor: Ricardo Vasconcelos

No dia de hoje, 29 de outubro de 2023, uma onda de protestos eclodiu em diversas cidades do Irã, com manifestantes clamando por mudanças radicais e exigindo a derrubada do regime atual. Os ativistas saíram às ruas pedindo pelas palavras "morte ao ditador", um chamado que reverbera fortemente contra o governo dos aiatolás, que há décadas controla o país com uma mão de ferro. As manifestações, que começaram inicialmente em um número reduzido de cidades, rapidamente ganharam força, com vídeos se espalhando nas redes sociais mostrando grupos de iranianos protestando contra a repressão e a deterioração das condições de vida.
O movimento atual, embora menor em comparecimento quando comparado a protestos anteriores, como as grandes mobilizações de 2009 e 2022, possui um elemento de espontaneidade que preocupa as autoridades. Os manifestantes parecem determinados a desafiar as políticas opressivas do regime, embora um analista local tenha mencionado que a quantidade de protestantes tem sido apenas de algumas centenas em algumas áreas. Isso levanta a questão: serão esses protestos suficientes para desafiar um regime que possui um controle rigoroso e mecanismos de repressão eficazes?
Segundo informações que circulam, o descontentamento popular se intensifica por diversos fatores, incluindo a corrupção generalizada, a pobreza endêmica e as constantes violações de direitos humanos por meio da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC). A organização militar está sob intensa crítica não apenas pelos abusos internos, mas também por seu papel em conflitos regionais e sua substancial contribuição para a instabilidade no Oriente Médio. De acordo com comentários de ativistas, a IRGC tem sido fundamental nas operações de repressão dentro do Irã e em ações militares no exterior, desestabilizando nações como a Síria e lambendo seus tentáculos em conflitos até mesmo na América do Sul e África.
"Muitos iranianos já não suportam mais a opressão," afirma um dos líderes do protesto que falou de forma anônima. "É hora de acabarmos com esse reinado de terror, e isso começa aqui, nas ruas." O ressentimento em relação à administração atual é palpável, com uma preocupação crescente sobre como essa situação se desdobrará. Comentários contundentes expressam a urgência de um apoio externo ao povo iraniano, que, segundo alguns, poderia ser desenfreado se a comunidade internacional tomasse uma posição firme contra o regime.
A atmosfera em 2023 é diferente da vivida em 1979, quando o regime do Shah foi derrubado após uma revolução popular, em grande parte impulsionada por greves e mobilizações em massa dos trabalhadores de diversas classes. Agora, observa-se um movimento isolado, que carece do mesmo nível de organização coletiva. No entanto, a ênfase nos grevistas do setor de petróleo e bazar como potenciais agentes de transformação sinaliza uma esperança renovada para um protesto efetivo e forte. Há quem acredite que uma greve organizada poderia desestabilizar o regime, criando um cenário de mudança.
À medida que os protestos se espalham, a resposta do governo iraniano tem sido endurecer ainda mais as restrições à liberdade de expressão, aumentando a censura sobre qualquer forma de crítica. A reação da população tem sido diferente da evidenciada anteriormente, com mensagens de apoio aos protestos crescendo nas redes sociais, apesar do risco pessoal elevado para aqueles que se manifestam contra a repressão.
Entre os comentários, um internauta arriscou uma análise comparativa das épocas, dizendo que o cenário atual não é otimista em comparação aos testes enfrentados em revoltas anteriores. Por outro lado, as palavras de um comentador ecoaram em reverberação histórica, citando que "as palavras de Churchill ressoam hoje: 'Você teve a escolha entre a guerra e a desonra.'" Isso sugere que muitos acreditam que agir agora pode evitar um futuro ainda mais sombrio sob este regime opressor.
Além de questões internas, a situação no Irã está efetivamente entrelaçada com a geopolítica global, com a possibilidade de aumentos de tensões entre o Irã e sua vizinhança, especialmente Israel. A ideia de que um ataque militar contra o Irã possa ocorrer em virtude de sua atividade nuclear é um tema que permeia o discurso da mídia e da análise internacional, acrescentando uma camada de complexidade à já turbulenta situação.
As repercussões dessas manifestações ainda estão em desenvolvimento, mas várias fontes já começam a notar um aumento no número de cidadãos que se opõem ao regime, clamando por liberdade e por melhores condições de vida, desafiando o status quo e expressando a urgência de uma mudança do que consideram uma situação insustentável que, se não tratada, pode levar a um aumento da violência e repressão ainda maior.
Fontes: BBC, Al Jazeera, The Guardian, New York Times
Detalhes
A Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC) é uma força militar de elite do Irã, criada após a Revolução Islâmica de 1979 para proteger o regime e seus valores. Além de sua função de defesa interna, a IRGC tem um papel significativo em operações externas e na política do Oriente Médio, sendo acusada de apoiar grupos militantes e de atuar em conflitos regionais. A organização é frequentemente criticada por suas violações de direitos humanos e repressão a dissidentes dentro do Irã.
Resumo
No dia 29 de outubro de 2023, protestos eclodiram em várias cidades do Irã, com manifestantes exigindo mudanças radicais e a derrubada do regime dos aiatolás. Os ativistas, que clamavam "morte ao ditador", mostraram determinação em desafiar a repressão e as condições de vida deterioradas. Embora o número de participantes seja menor em comparação a protestos anteriores, a espontaneidade do movimento preocupa as autoridades. O descontentamento popular é alimentado por corrupção, pobreza e violações de direitos humanos pela Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC), criticada por seus abusos internos e papel em conflitos regionais. A resposta do governo tem sido endurecer as restrições à liberdade de expressão, enquanto a população, apesar do risco, expressa apoio aos protestos nas redes sociais. A situação no Irã também está interligada à geopolítica global, especialmente em relação a Israel e à atividade nuclear do país. As manifestações refletem um crescente clamor por liberdade e melhores condições de vida, desafiando um regime opressor que pode enfrentar um aumento da violência e repressão.
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