Presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol tentava impor lei marcial para eliminar rivais políticos

Yoon Suk Yeol, presidente deposto da Coreia do Sul, é acusado de tentar implementar lei marcial em um plano fracassado para consolidar poder.

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15/12/2025, 21:51

Autor: Ricardo Vasconcelos

Uma representação dramática e realista do presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol em uma sala de reuniões sombria, cercado por conselheiros, com uma bandeira da Coreia do Sul ao fundo. O clima é tenso e há sirenes ao fundo, simbolizando a instabilidade política. O destaque é para um mapa da Coreia do Sul com áreas em destaque, representando as tensões com a Coreia do Norte.

O cenário político da Coreia do Sul vivenciou uma crise sem precedentes nas últimas semanas, marcada pela tentativa do presidente deposto Yoon Suk Yeol de implementar uma lei marcial que visava consolidar seu poder e eliminar a oposição política. Essa revelação vem à tona após uma investigação que expõe os dilemas que Yoon enfrentou durante seu governo e os métodos que ele considerou para silenciar vozes dissidentes.

O parlamento sul-coreano, conhecido como Assembleia Nacional, desempenhou um papel crucial ao se opor aos esforços de Yoon, evidenciando a força das instituições democráticas no país. Vários especialistas e analistas políticos apontaram que a ação do legislativo foi exemplar ao remover Yoon, descrevendo como uma verdadeira manifestação do que se espera de um corpo legislativo em uma democracia funcional. Essa resistência legislativa tem sido vista como um reflexo da necessidade de se manter a integridade do estado de direito, especialmente em tempos de crise.

Informações obtidas na investigação revelaram que Yoon havia discutido a possibilidade de desencadear um conflito militar com a Coreia do Norte, provocando tensões na região. Relatos indicam que ele enviou drones para a zona desmilitarizada (DMZ) na esperança de provocar uma resposta militar do regime norte-coreano, que poderia justificar a declaração de lei marcial e permitir que ele assumisse o controle dos militares. No entanto, a Coreia do Norte não respondeu às provocações, reduzindo ainda mais a viabilidade do plano de Yoon. Especialistas sugerem que isso revela não só a falta de apoio militar a suas ações, mas também um desespero por parte do presidente em consolidar seu domínio sobre as instituições governamentais.

Adicionalmente, a ligação de Yoon com práticas não convencionais, como consultas a um xamã e um "especialista em acupuntura anal", foi amplamente discutida. Tais associações se tornaram motivo de escárnio público, levando muitos a questionarem a sanidade das decisões tomadas sob essas influências. A Igreja da Unificação, frequentemente associada a atividades manipuladoras no âmbito político, também emerge como um ator relevante neste enredo. O grupo supostamente fez doações tanto ao partido de Yoon quanto à oposição, levando a uma análise mais profunda sobre como extremismos religiosos podem afetar a saúde de democracias ao redor do mundo.

Os esforços de Yoon para estabelecer a lei marcial foram criticados não apenas pela falta de apoio de seu próprio partido, mas também pelas dificuldades em encontrar respaldo junto às forças armadas e à polícia. A situação ficou ainda mais complicada quando ficou claro que a atmosfera política dentro do país não estava disposta a aceitar tais manobras autoritárias. A falta de apoio militar faz com que muitos se perguntem se qualquer soldado estaria disposto a seguir ordens que poderiam levá-los a um confronto letal, especialmente em um cenário onde a lealdade ao presidente poderia equivaler à sua própria segurança.

Esse insólito teatro político culminou em uma série de eventos que muitos já consideram como uma tentativa frustrada, quase amadora, de manter o poder em meio a adversidades. O apoio ao plano de Yoon mostrou-se nulo, ao menos no que diz respeito à sua base política e militar, resultando em uma situação que, felizmente, terminou por não prosperar. O investigador responsável pelo caso, Cho, ressaltou que o fracasso de Yoon em suscitar apoio não apenas de suas forças armadas, mas também da população e das instituições, representa um ponto crucial na defesa da democracia sul-coreana.

As reflexões em torno das tentativas de Yoon apontam para uma frágil relação entre a política e a governança no país. Assim, enquanto a nação se recupera da turbulência causada pela administração de Yoon, surge a indicar a necessidade premente de fortalecer as instituições democráticas e assegurar que as vozes da oposição continuem a ser ouvidas. A situação atual é um lembrete de que, em um sistema democrático, é essencial que os líderes sejam responsabilizados por suas ações e que as instituições continuem a funcionar como um contrapeso ao poder excessivo.

Fontes: The Korea Times, The Diplomat, Al Jazeera, Reuters

Detalhes

Yoon Suk Yeol

Yoon Suk Yeol é um político sul-coreano que serviu como presidente da Coreia do Sul de 2022 até sua destituição. Antes de sua presidência, foi procurador-geral e ganhou notoriedade por sua postura firme contra a corrupção. Sua administração foi marcada por controvérsias, incluindo tentativas de implementar medidas autoritárias e sua relação com práticas não convencionais, o que gerou críticas e questionamentos sobre sua capacidade de liderança.

Resumo

O cenário político da Coreia do Sul enfrentou uma crise significativa com a tentativa do presidente deposto Yoon Suk Yeol de implementar uma lei marcial para consolidar seu poder e silenciar a oposição. A Assembleia Nacional se opôs fortemente a essas manobras, demonstrando a força das instituições democráticas no país. Investigação revelou que Yoon considerou provocar um conflito militar com a Coreia do Norte, enviando drones para a zona desmilitarizada, mas não obteve resposta do regime norte-coreano. Essa falta de apoio militar e a resistência política indicam um desespero em sua busca por controle. Além disso, a ligação de Yoon a práticas não convencionais e a influência da Igreja da Unificação levantaram questões sobre a sanidade de suas decisões. O fracasso em obter apoio tanto das forças armadas quanto da população evidencia a fragilidade da relação entre política e governança na Coreia do Sul, ressaltando a importância de fortalecer as instituições democráticas e garantir a voz da oposição.

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