06/12/2025, 15:01
Autor: Felipe Rocha

O presidente sírio, Bashar al-Assad, fez novas declarações controversas sobre o conflito com Israel, afirmando que o Estado hebreu está “lutando contra fantasmas” e deve agir para cumprir um acordo de desconflicto estabelecido há anos. As afirmações de Assad surgem em meio a uma crescente tensão entre as duas nações, exacerbada por recentes ataques aéreos israelenses em território sírio, que resultaram na morte de civis, incluindo mulheres e crianças.
No último mês, Israel intensificou suas operações na Síria com o objetivo declarado de neutralizar grupos terroristas e ameaças provenientes do regime apoiado pelo Irã. Segundo Assuntos de Direitos Humanos, os ataques aéreos têm se direcionado a áreas onde se acredita que militantes estejam operando ou se escondendo. No entanto, essas investidas têm causado um número alarmante de vítimas civis, gerando críticas não apenas dentro da Síria, mas também na arena internacional.
Um dos comentários mais relevantes que se destacou das reações à declaração do presidente sírio foi a crítica sobre a real eficácia das ações israelenses. Como mencionado, a história recente revela que os ataques têm alimentado um ciclo de ressentimento e hostilidade entre comunidades que outrora viam Israel com oportunidade de cooperação. Um comentarista apontou que, antes do aumento nos ataques israelenses, algumas áreas da Síria, como vilas historicamente marginalizadas, costumavam ter algum grau de relação com Israel, inclusive em aspectos médicos. No entanto, essa dinâmica mudou drasticamente, levando a um sentimento de desprezo e animosidade.
Os críticos das ações de Israel argumentam que, ao expandirem suas atividades militares sem considerar a segurança dos civis, as autoridades israelenses estão criando novas gerações de oposição e insegurança que podem reverberar por anos. O fato de que a Síria abriga organizações terroristas, incluindo o ISIS e grupos apoiados pelo Irã, é frequentemente citado como justificativa para as operações de segurança realizadas por Israel. No entanto, a maneira como esses ataques são conduzidos geram um debate sobre se estão, de fato, diminuindo a ameaça ou apenas a exacerbar.
Além disso, um comentarista destacou que a Síria, sob o regime de Assad, enfrenta a ameaça de outros grupos que não apenas desafiam Israel, mas também representam riscos internos significativos. Assumindo uma posição defensiva em relação a essas realidades, o governo israelense reafirma sua necessidade de operações de segurança, alegando que não pode se dar ao luxo de permitir que um regime considerado hostil ou instável atue sem supervisão.
Enquanto isso, no cenário geopolítico mais amplo, a relação entre Israel e a Turquia – com seu presidente, Recep Tayyip Erdogan, apoiando Assad – problema que complica ainda mais as questões de segurança na região. A hostilidade de Erdogan em relação a Israel, aliada à dinâmica no Oriente Médio, adiciona uma camada adicional de complexidade ao conflito.
O uso de tecnologia militar avançada por parte de Israel também gerou especulações. Há quem afirme que, com as novas tecnologias militares, o país tem a capacidade de estabelecer armadilhas armadas que possam neutralizar ameaças antes mesmo delas se materializarem. Essa perspectiva mostra uma modalidade de contenção que, embora moderna, levanta questões éticas sobre os métodos utilizados em combate.
Por outro lado, críticos dos ataques aéreos de Israel argumentam que a abordagem militar à segurança não permite alternativas diplomáticas e pacíficas, que poderiam levar a um resultado mais favorável para a região. A ausência de um esforço significativo em prol da paz tem, na conciliação de opiniões, levado muitos a acreditar que tanto Israel quanto a Síria precisam repensar suas estratégias antes que o cenário se intensifique ainda mais.
À medida que a batalha pelo fortalecimento da segurança se intensifica, as vozes de civis e seus apelos por paz se tornam cada vez mais urgentes. Com um conflito armado que parece não ter fim à vista, as potências regionais e internacionais provavelmente terão de reexaminar suas posições e ações. A possibilidade de um retorno à mesa de negociações é o que muitos anseiam, mas, enquanto as hostilidades persistirem, esse desejo pode continuar a ser ofuscado pela realidade amarga do conflito.
Fontes: Folha de São Paulo, The Guardian, Times of Israel
Detalhes
Bashar al-Assad é o presidente da Síria desde 2000, sucedendo seu pai, Hafez al-Assad. Seu governo tem sido marcado por uma repressão severa a opositores e pela guerra civil síria, que começou em 2011. Assad é apoiado por aliados como a Rússia e o Irã, mas enfrenta críticas internacionais por violações de direitos humanos e uso de força militar contra civis.
Israel é um país localizado no Oriente Médio, estabelecido em 1948. Desde sua fundação, Israel tem enfrentado conflitos com países árabes vizinhos e grupos militantes. O país é conhecido por seu desenvolvimento tecnológico e militar avançado, além de ser um dos principais aliados dos Estados Unidos na região. As políticas de segurança de Israel frequentemente geram controvérsias, especialmente em relação aos palestinos e outros vizinhos.
Recep Tayyip Erdogan é o presidente da Turquia, cargo que ocupa desde 2014, após ter sido primeiro-ministro de 2003 a 2014. Ele é um membro do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) e é conhecido por suas políticas conservadoras e por um governo autoritário. Erdogan tem se posicionado como um defensor do mundo muçulmano e frequentemente critica Israel, especialmente em relação ao tratamento dos palestinos.
Resumo
O presidente sírio, Bashar al-Assad, fez declarações polêmicas sobre o conflito com Israel, afirmando que o Estado hebreu está “lutando contra fantasmas” e deve cumprir um acordo de desconflicto. Suas afirmações surgem em um contexto de crescente tensão, exacerbada por ataques aéreos israelenses na Síria, que resultaram em mortes de civis. Israel intensificou suas operações com o objetivo de neutralizar grupos terroristas, mas os ataques têm gerado críticas, tanto na Síria quanto internacionalmente, por causarem um número alarmante de vítimas civis. Críticos argumentam que as ações militares israelenses alimentam um ciclo de hostilidade, enquanto a Síria enfrenta ameaças internas significativas. A relação entre Israel e a Turquia, com o apoio de Recep Tayyip Erdogan a Assad, complica ainda mais a situação. O uso de tecnologia militar avançada por Israel levanta questões éticas, e muitos acreditam que a abordagem militar não oferece alternativas diplomáticas. À medida que a busca por segurança se intensifica, os apelos por paz entre os civis se tornam mais urgentes, enquanto o desejo por negociações enfrenta a dura realidade do conflito.
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