23/12/2025, 12:42
Autor: Felipe Rocha

A recente conquista do Corinthians na Copa do Brasil de 2023 provocou uma onda de críticas, especialmente do presidente do Cuiabá, que se manifestou em termos contundentes sobre o faturamento do clube paulista e suas obrigações financeiras. O dirigente, ao refletir sobre a situação do futebol brasileiro, qualificou a situação como um "estelionato esportivo", em virtude das dívidas significativas que o Corinthians ainda mantém com outros clubes e jogadores, incluindo um montante devido ao Cuiabá pela transferência do jogador Raniele.
Um dos pontos centrais da reclamação do presidente do Cuiabá é que, enquanto a equipe paulista celebrava seu título, carregava uma dívida acumulada de aproximadamente R$ 18 milhões, o que coloca em xeque a responsabilidade financeira no esporte. O Corinthians, que reconhece seus débitos, ainda não conseguiu resolver a questão do chamado "transfer ban", imposto pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD). O banimento se deu após a equipe falhar no cumprimento de pagamentos de parcelas acordadas em negociações de jogadores. Este cenário levanta questões sobre a integridade e a ética das competições no Brasil, visto que alguns clubes são capazes de montar elencos fortes apesar de suas obrigações financeiras pendentes.
As informações sobre as dívidas do Corinthians não são novas, mas a relevância delas foi novamente trazida à tona após a vitória do time na final da Copa do Brasil. O presidente do Cuiabá alegou que é moralmente intolerável que um clube possa continuar competente e competitivo mesmo enquanto ignora suas obrigações monetárias com outros times, gerando um impacto negativo na credibilidade das competições. A indignação se fortaleceu ao considerar que o Corinthians arrecadou prêmios financeiros, como os R$ 77 milhões pela conquista, em meio a um cenário de inadimplência.
Além do comentário do presidente do Cuiabá, outros dirigentes e torcedores também se manifestaram, mostrando que a insatisfação é parte de um debate maior sobre a saúde financeira dos clubes no Brasil. Diversos comentários expostos ressaltam que todos os clubes operam em níveis de endividamento, mas a diferença estaria na maneira como cada um lida com suas responsabilidades financeiras. A comparação entre clubes, especialmente quando se trata de grandes equipes, geralmente ignora dessas pendências, resultando em apontamentos e rivalidades que vão além dos gramados.
Muitos torcedores questionaram a aparente desigualdade no tratamento das dívidas entre os clubes. Enquanto o Cuiabá, por exemplo, se vê forçado a se restringir financeiramente e a negociar seus recursos, outros clubes, em situações semelhantes, parecem continuar a operar normalmente, levantando questionamentos sobre a responsabilidade e a ética no futebol. A lealdade financeira se tornou um tema central, e há uma expectativa crescente de que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tome medidas para endereçar essas discrepâncias.
Alex Dresch, presidente do Cuiabá, expressou sua frustração ao afirmar que a continuidade das dívidas do Corinthians enquanto se compete em alto nível é um peso para a credibilidade do próprio campeonato, e que muitos clubes estão "fazendo sacrifícios" para honrar suas obrigações, enquanto outros se beneficiam da falta de ações punitivas. A relação entre gestão de dívidas e desempenho esportivo cada vez mais levanta discussões sobre o que realmente significa ser bem-sucedido no futebol, e se a vitória deve ser considerada relevante quando alicerçada em uma gestão irresponsável e na falta de comprometimento com os demais protagonistas do esporte.
O clamor por uma regulamentação mais rigorosa quanto aos gastos e dívidas pode estar ganhando força entre as federações e confederações esportivas. Não é difícil imaginar que, nos próximos anos, veremos um movimento crescente visando regular de perto os comportamentos financeiros dos clubes. A comparação com ligas de outros países, como a NBA, onde existem restrições para evitar desequilíbrios financeiros e esportivos, é um indicativo do que pode ser o futuro do futebol brasileiro.
A situação do Cuiabá e outros clubes que se encontram em contextos semelhantes gera um desafio não só para os dirigentes, mas também para a estrutura e os fundamentos do esporte. A capacidade de inovar dentro de dificuldades financeiras se tornará cada vez mais relevante para os clubes que desejam manter-se competitivos a longo prazo em um cenário tão incerto. A expectativa é que, caso essa problemática não seja tratada com seriedade, percalços financeiros se tornarão cada vez mais comuns, afetando a estabilidade e integridade do futebol como um todo.
Finalmente, a provocação feita pelo presidente do Cuiabá não é apenas um desabafo, mas um chamado à ação. A necessidade de um futebol mais responsável e eticamente gerido se faz cada vez mais premente, trazendo à tona debates que, embora intensos, são essenciais para a evolução e saúde do nosso futebol. A vigilância e a atuação de entidades como a CBF serão determinantes para moldar essas discussões e para que práticas mais justas sejam estabelecidas. Assim, a administração das dívidas e as ações cabíveis em casos de inadimplência se apresentam como um dos principais desafios contemporâneos para o esporte brasileiro.
Fontes: CNN Brasil, UOL Esporte, ESPN Brasil
Detalhes
O Cuiabá Esporte Clube, fundado em 2001, é um clube de futebol brasileiro com sede em Cuiabá, Mato Grosso. O time, conhecido como "Dourado", disputa a Série A do Campeonato Brasileiro e tem se destacado por sua gestão financeira responsável e por promover talentos locais. O clube busca consolidar-se como uma força no futebol nacional, enfrentando desafios em um cenário competitivo.
Resumo
A vitória do Corinthians na Copa do Brasil de 2023 gerou críticas, principalmente do presidente do Cuiabá, que denunciou a situação financeira do clube paulista, caracterizando-a como um "estelionato esportivo". O Corinthians enfrenta uma dívida de cerca de R$ 18 milhões, incluindo valores devidos ao Cuiabá pela transferência do jogador Raniele. Apesar de reconhecer suas obrigações financeiras, o clube ainda não conseguiu resolver o "transfer ban" imposto pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) por não cumprir pagamentos acordados. A indignação sobre a capacidade do Corinthians de competir enquanto ignora suas dívidas levanta questões sobre a ética no futebol brasileiro. Outros dirigentes e torcedores também expressaram preocupações sobre a desigualdade no tratamento das dívidas entre clubes. A situação do Cuiabá reflete um desafio maior para a gestão financeira no esporte, destacando a necessidade de regulamentações mais rigorosas e um debate sobre a responsabilidade financeira dos clubes. O presidente do Cuiabá, Alex Dresch, enfatizou que a continuidade das dívidas do Corinthians prejudica a credibilidade do campeonato, clamando por um futebol mais responsável.
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