Pesquisa revela que 75% dos ucranianos rejeitam proposta de paz

A pesquisa recente indica que a maioria dos ucranianos não vê a retirada do Donbas como uma solução viável para o fim do conflito com a Rússia.

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16/12/2025, 18:55

Autor: Felipe Rocha

Uma cena de um campo de batalha na Ucrânia, com soldados ucranianos em posição de defesa, bandeiras nacionais ao vento e fumaça no horizonte. O céu está nublado, transmitindo uma sensação de tensão e incerteza. Perto do solo, um grupo de civis se refugia, olhando com preocupação para o conflito, simbolizando o impacto da guerra nas vidas cotidianas da população.

Recentemente, uma pesquisa revelou que 75% dos ucranianos se opõem a um plano de paz que envolve a retirada das forças ucranianas da região do Donbas, atualmente controlada por separatistas apoiados pela Rússia. Com o conflito já se estendendo por mais de quatro anos, a percepção pública sobre a resolução do conflito vive um momento crucial. Embora exista um desejo por paz, muitos cidadãos acreditam que a retirada do Donbas, uma proposta que vem sendo discutida entre algumas potências globais, não acabaria efetivamente com a guerra. Isso é evidenciado pelos comentários de diversos cidadãos em resposta ao tópico em discussão, onde se nota uma persuasão comum: aceitar perder território poderia resultar na continuidade de hostilidades.

Os sentimentos sobre a proposta de paz refletem a exaustão da população, que, após anos de combate, já está ciente de que ceder áreas estratégicas pode ser visto como uma derrota, e pior ainda, uma garantia de novos conflitos no futuro, principalmente se considerarmos a postura de Vladimir Putin, que é vista por muitos como um adversário que não hesitaria em buscar novas razões para justificar uma nova ofensiva. Defensores da soberania ucraniana expressam receio de que, ao entregar o Donbas, a Ucrânia abra precedentes para futuras agressões russas, reiterando que a paz substancial só pode ser alcançada quando a integridade territorial do país for respeitada.

Críticos da pesquisa mencionam que não representa as vozes de todos os ucranianos, especialmente aqueles que estão no fronte em vez dos que estão fora. Muitos comentam que as opiniões expressas nas pesquisas podem não incluir os sentimentos da base militar que, cansada de combates incessantes, pode ter uma perspectiva diferente. Esse argumento evidenciou um possível abismo entre cidadãos que estão na retaguarda e os que estão enfrentando o conflito de frente, insinuando que o fato de muitos ucranianos estarem fora do país pode afetar a percepção do que realmente a população deseja em termos de resolução.

Essas opiniões podem ser corroboradas pelo fato de que a pesquisa foi conduzida com 547 entrevistados adultos em áreas sob controle do governo ucraniano e excluiu aqueles que estão em regiões ocupadas temporariamente ou que deixaram o país desde fevereiro de 2022, levantando questões sobre a representatividade dos dados e como eles refletem o panorama real e variado das emoções na Ucrânia.

A resposta à pesquisa é complexa e multifacetada. Embora uma retratação conhecida seja o desejo de que a guerra termine, muitos acreditam que qualquer acordo que envolva a perda de território serve apenas para acentuar o conflito, em vez de mitigá-lo. Isto é, um acordo que cede terreno poderia ser percebido como uma carta branca para novas perdas no futuro. Os que defendem a soberania plena argumentam que apenas uma solução que restabeleça o controle total sobre o Donbas poderá pacificar efetivamente a região e garantir a segurança da Ucrânia a longo prazo.

A comunidade internacional também tem um papel a desempenhar, com algumas vozes clamando por uma intervenção mais decisiva. Enquanto a ONU é frequentemente mencionada como uma entidade que poderia ajudar a mediar a paz, críticos observam que as suas ações têm sido limitadas e ineficazes em resolver a crise. As tensões permanecem latentes, e o desejo de reconciliação é frequentemente ofuscado por desconfianças mútuas entre as partes envolvidas.

Nesse cenário, a análise de vozes rebeldes que critiquem tanto os planos de paz quanto a estratégia do governo ucraniano é igualmente importante. Algumas opiniões expressam a frustração com a situação atual, considerando os sacrifícios exigidos dos cidadãos e dos soldados, e a necessidade de que qualquer solução resultante seja legitimada por um referendo. A sensação de impotência e a luta contínua contra um potente adversário como a Rússia trazem à tona um clamor por um realinhamento na abordagem diplomática e uma busca genuína por uma solução inclusiva, que considere os reais sentimentos da população ucraniana.

Os desdobramentos deste conflito em curso e as implicações da pesquisa indicam que, embora anseiem por paz, os ucranianos resistem a qualquer solução que envolva cedências que possam resultar em uma nova escalada de violência, sinalizando uma necessidade urgente de um acompanhamento mais cuidadoso das opiniões populares em meio a este conflito prolongado.

Fontes: BBC, Al Jazeera, The Guardian, Reuters

Resumo

Uma pesquisa recente revelou que 75% dos ucranianos se opõem a um plano de paz que envolve a retirada das forças ucranianas do Donbas, região controlada por separatistas apoiados pela Rússia. Apesar do desejo por paz, muitos acreditam que a entrega do Donbas não acabaria com a guerra, mas sim perpetuaria novas hostilidades. A população, exausta após anos de combate, teme que ceder território seja visto como uma derrota e um convite a novas agressões russas. Críticos da pesquisa argumentam que ela não representa todos os ucranianos, especialmente os que estão na linha de frente. Além disso, a pesquisa foi realizada com 547 adultos em áreas sob controle do governo, excluindo aqueles em regiões ocupadas ou que deixaram o país, levantando questões sobre a representatividade dos dados. A resposta à pesquisa é complexa, com muitos ucranianos acreditando que qualquer acordo que envolva perda de território poderia intensificar o conflito. A comunidade internacional, incluindo a ONU, é chamada a desempenhar um papel mais ativo na mediação da paz, enquanto a necessidade de uma solução inclusiva que reflita os verdadeiros sentimentos da população se torna cada vez mais urgente.

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