ONG revela uso de retórica anti-LGBTQ+ por políticos em 51 países

Em um novo relatório, ONG aponta que a retórica anti-LGBTQ+ foi utilizada por políticos de pelo menos 51 países durante eleições recentes, destacando uma crescente onda de discriminação.

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15/09/2025, 00:02

Autor: Laura Mendes

Uma colagem impactante mostrando líderes políticos de diferentes países com expressões desafiadoras, enquanto atrás deles se vêem símbolos de união e cores do arco-íris representando a diversidade LGBTQ+. Ao fundo, uma atmosfera sombria que sugere um ar de tensão social, simbolizando a luta pelos direitos da comunidade LGBTQ+ em um mundo em conflito.

Em um mundo que continua a lutar por direitos humanos e igualdade, uma nova pesquisa divulgada por uma organização não governamental sinalizou um alarmante e crescente uso de retórica anti-LGBTQ+ por políticos em pelo menos 51 países durante suas campanhas eleitorais. A ONG, que se dedica a analisar a situação dos direitos da comunidade LGBTQ+ globalmente, revelou que a retórica ofensiva e a desinformação estão se tornando ferramentas comuns em campanhas em diversos contextos políticos, procurando desviar a atenção de questões mais críticas e estruturais em sociedade.

As pesquisas sugerem que esta tendência de usar minorias, incluindo a comunidade LGBTQ+, como "bodes expiatórios" está ecoando uma estratégia política antiga e perigosa. Historicamente, o uso de um “inimigo comum” para galvanizar os eleitores tem mostrado eficácia, mas os detratores alertam que essa estratégia é não só moralmente repugnante como também prejudicial para a coesão social. Em tempos em que a polarização política e social aumenta, políticos têm se aproveitado do medo e da desinformação para consolidar seu poder, recorrendo a discursos que alimentam o preconceito.

Um aspecto que se destaca no estudo é a percepção de que políticos, ao invés de oferecer soluções para problemas reais, preferem direcionar seus ataques contra grupos vulneráveis. Tal abordagem gera um ciclo vicioso onde o ódio e a discriminação são reciclados a cada nova eleição, tornando-se uma norma aceitável nas práticas políticas. Comentários que surgiram em resposta a esta revelação enfatizam que a facilidade de utilizar a hostilidade em vez de oferecer respostas construtivas apresenta um sério desafio em contextos eleitorais, principalmente em democracias falhas ou em transição.

Entre os países mencionados, o Canadá também foi destacado, onde o atual líder dos Conservadores, identificado como um fundamentalista cristão, fez declarações públicas que desconsideram os direitos da comunidade LGBTQ+, frequentemente colocando-se contra a legalidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo e outros direitos fundamentais. Tais posturas têm incentivado a divisão em uma sociedade que ainda aguarda uma aceitação plena e respeitosa da diversidade.

É notável que as estratégias políticas têm uma ressonância global, refletindo padrões históricos de discriminação. Comentários sobre o tema indicam um eco de eventos históricos em que minorias foram usadas como alvos para desviar a atenção dos problemas, tal como o uso de judeus como bodes expiatórios na Europa na década de 1930. Este paralelo traz à tona questões sobre como a sociedade deve agir em resposta ao crescimento do discurso de ódio e da marginalização.

Vários analistas apontam que, enquanto alguns líderes tentam explorar a vulnerabilidade de grupos minoritários para assim garantir apoio popular, a realidade é que continuar esse ciclo de ódio e divisão pode ter consequências sérias e de longo alcance. O uso de mensagens de incitação ao ódio não só fere diretamente a integridade dos Direitos Humanos, mas pode também transformar essas minorias em alvo de violência, marginalização e repressão.

Além disso, a pesquisa revela um padrão de desinteresse entre muitos políticos que, por vezes, nunca interagiram com membros da comunidade LGBTQ+, mas ainda se sentem confortáveis em expressar hostilidade. Essa desconexão entre a retórica política e a verdadeira realidade da convivência social representa um desafio em si e levanta questões sobre quem realmente se beneficia desse tipo de discurso.

Os estudos trazem à tona a urgência de promover um caminho diferente; uma abordagem que busque incluir e não dividir. A construção de uma sociedade mais coesa exige que os líderes se afastem das táticas de medo e marginalização, e em vez disso, se esforcem para educar, promover a empatia e garantir os direitos de todos os cidadãos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

A questão central que emergiu da pesquisa é a necessidade de um compromisso renovado com a dignidade humana e a igualdade. A promoção de um diálogo aberto e inclusivo, onde se valorize cada indivíduo como parte da sociedade, é cada vez mais necessária para combater o ciclo de discriminação. Este compromisso pode ser transformador, não apenas para as comunidades LGBTQ+, mas para toda a sociedade, propondo um futuro onde a aceitação prevaleça sobre a divisão.

Em resumo, a retórica anti-LGBTQ+ utilizada durante as eleições em diversos países destaca um dos desafios sociais mais prementes de nosso tempo. Atacar minorias não é apenas um reflexo de questões políticas passageiras, mas uma luta que define o futuro da convivência pacífica e da igualdade nas sociedades contemporâneas. A lição que deve ser aprendida é de que os verdadeiros líderes comissionam bons exemplos, não aproveitam-se da fraqueza alheia para forjar apoio político.

Fontes: O Globo, BBC News, Al Jazeera, Human Rights Watch

Detalhes

ONG de Direitos Humanos

Organizações não governamentais (ONGs) de direitos humanos são entidades que atuam em defesa dos direitos fundamentais do ser humano, promovendo a igualdade e a dignidade. Elas frequentemente realizam pesquisas, campanhas de conscientização e advocacy para combater a discriminação e promover a inclusão de grupos marginalizados, como a comunidade LGBTQ+. Essas organizações desempenham um papel crucial na vigilância das políticas públicas e na promoção de mudanças sociais.

Resumo

Uma nova pesquisa de uma ONG revelou um alarmante aumento na retórica anti-LGBTQ+ utilizada por políticos em pelo menos 51 países durante campanhas eleitorais. A pesquisa destaca que essa retórica ofensiva e a desinformação estão se tornando comuns, desviando a atenção de questões sociais mais críticas. A estratégia de usar minorias como "bodes expiatórios" é uma tática política antiga, mas moralmente repugnante, que alimenta a polarização social. O estudo também menciona o Canadá, onde o líder dos Conservadores fez declarações que desconsideram os direitos da comunidade LGBTQ+, contribuindo para a divisão social. A pesquisa aponta que muitos políticos, sem nunca interagir com a comunidade LGBTQ+, ainda se sentem à vontade para expressar hostilidade. A urgência de promover um diálogo inclusivo e um compromisso com a dignidade humana é enfatizada como essencial para combater a discriminação e construir uma sociedade mais coesa. A retórica anti-LGBTQ+ não reflete apenas questões políticas passageiras, mas define o futuro da convivência pacífica e da igualdade nas sociedades contemporâneas.

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