14/10/2025, 14:12
Autor: Laura Mendes
Moscou tem sido frequentemente mencionada como um modelo de planejamento urbano eficaz, com áreas verdes e estrutura de transporte bem planejada, características que contrastam com a realidade de muitas cidades brasileiras, como Belo Horizonte e Feira de Santana. Recentemente, discussões sobre a arquitetura e o planejamento das cidades têm ganhado destaque, em virtude da comparação entre a capital russa e algumas cidades brasileiras, que lutam com problemas de infraestrutura e congestionamentos.
Um dos principais pontos que emergem nesta discussão é a questão da mobilidade urbana e como ela é tratada em diferentes contextos. Cidades como Moscou, que tem um desenvolvimento histórico que prioriza a integração de áreas verdes, possuem um sistema de transporte público que não só é eficiente, mas também acessível a todos os cidadãos. Esse planejamento tem sido reconhecido internacionalmente e serve de exemplo para diversas metrópoles ao redor do mundo. Enquanto isso, cidades brasileiras como Belo Horizonte enfrentam desafios diários relacionados ao tráfego e ao planejamento de suas avenidas, em particular a Avenida do Contorno, que ficou conhecida por sua expansão e os problemas que isso acarretou.
Na capital mineira, a Avenida do Contorno que inicialmente tinha como propósito contornar a cidade, agora se vê assimilada ao crescimento desordenado da urbanização, transformando-se em um símbolo de congestionamentos e caos urbano. A falta de alternativas viáveis para os motoristas tem gerado uma sensação de asfixia nas vias e enfatiza a necessidade de um planejamento mais efetivo, que leve em conta a inclusão de áreas para atividades sociais e naturais. No entanto, algumas vozes na comunidade urbana de Belo Horizonte expressam um desejo por transformações, como exemplificado pela sugestão de construir um anel viário que auxilie na circulação e alivie o trânsito intenso, uma ideia que também ganhou suporte entre usuários das redes sociais.
Por outro lado, em Feira de Santana, um dos principais desafios parece ser a valorização do que se tem. Comentários a respeito de um famoso ponto turístico que se tornou apenas uma caixa d'água refletem a realidade de locais que lutam por reconhecimento e investimento em seu patrimônio histórico. A cidade, que aguarda o desenvolvimento de um novo planejamento urbano, também possui suas belas áreas, mas enfrenta o preconceito e a ideia de que é um local sem atrativos. Moradores e defensores da cidade clamam por uma visão mais otimista e pelo reconhecimento de que Feira também possui belezas que podem ser aproveitadas.
Recentemente, uma comparação curiosa surgiu durante uma conversa a respeito de um jogo que simula a construção de cidades. Um dos jogadores relatou que ao criar uma cidade fictícia no Oceano Pacífico, o jogo acabou nomeando-a de “Feira de Santana”, refletindo uma percepção de que a cidade pode ser, paradoxalmente, inserida em cenários que fogem de sua realidade. Esse comentário provocou risos, mas também gerou reflexões sobre a identidade urbana e como as cidades são percebidas, mesmo em contextos fictícios. Esses cruzamentos entre realidades e fictícios indicam um forte desejo de que Feira de Santana possa realmente florescer em um contexto mais positivo e atrativo.
A percepção de que o planejamento urbano de Moscou é superior se repete em várias análises e opiniões, enquanto ineficiências de grandes capitais do Brasil, como São Paulo, também são discutidas. O rodoanel paulista, que ainda enfrenta desafios de finalização e críticas sobre o seu impacto na mobilidade, levanta questões sobre o que constitui uma boa infraestrutura para o tráfego urbano. Críticas de uma suposta alegação de que "paulista é tudo preguiçoso" por conta dos problemas de gerenciamento do tráfego na região parecem assegurar a necessidade de uma visão mais crítica sobre o papel das autoridades e politicas públicas que regem a mobilidade.
Essas discussões acentuam a diferença entre o que cidades como Moscou e Feira de Santana representam em termos de desenvolvimento urbano e transporte. Enquanto Moscou é vista como um exemplo positivo que usa bem seus espaços verdes e tem um planejamento que tece a cidade ao seu entorno, cidades como Feira de Santana e Belo Horizonte têm a oportunidade de evoluir, aprendendo com exemplos internacionais, a fim de criar um futuro mais harmonioso entre urbanidade e natureza.
O potencial de transformação é palpável, mas para que isso se concretize, é preciso que as vozes locais sejam ouvidas e que haja um engajamento verdadeiro em buscas de soluções criativas e eficazes para os problemas enfrentados diariamente por essas comunidades.
Fontes: Folha de São Paulo, Estadão, IBGE, pesquisas de planejamento urbano
Resumo
Moscou é frequentemente citada como um modelo de planejamento urbano, destacando-se por suas áreas verdes e um sistema de transporte público eficiente. Essa comparação com cidades brasileiras, como Belo Horizonte e Feira de Santana, evidencia os desafios enfrentados por elas em termos de infraestrutura e mobilidade urbana. A Avenida do Contorno em Belo Horizonte, por exemplo, tornou-se um símbolo de congestionamentos e caos, refletindo a necessidade de um planejamento mais eficaz que inclua espaços sociais e naturais. Em Feira de Santana, a luta por reconhecimento e valorização do patrimônio histórico é evidente, enquanto a cidade aguarda um novo planejamento urbano. Recentemente, uma comparação divertida surgiu em um jogo de simulação de cidades, onde Feira de Santana foi nomeada em um cenário fictício, gerando reflexões sobre a identidade urbana. Essas discussões ressaltam a diferença entre o desenvolvimento urbano de Moscou e as dificuldades enfrentadas por cidades brasileiras, sugerindo que é possível aprender com exemplos internacionais para criar um futuro mais harmonioso.
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