16/12/2025, 23:04
Autor: Felipe Rocha

Mick Foley, uma das figuras mais icônicas do universo da luta livre, anunciou recentemente sua decisão de romper com a World Wrestling Entertainment (WWE) em um ato de protesto contra a relação da empresa com o ex-presidente Donald Trump. Em um comunicado dividido em suas redes sociais, Foley expressou sua indignação em relação ao tratamento que o governo Trump destinou a imigrantes e a outros grupos vulneráveis, qualificando as ações do presidente como "cruéis e desumanas". Essa ruptura não é apenas uma questão pessoal para Foley, mas também uma declaração pública diante do crescente descontentamento em relação à política atual e suas repercussões culturais.
"Eu não desejo mais representar uma empresa que dá suporte a um homem tão destituído de compaixão enquanto ele leva nosso país em direção à autocracia", disse Foley. Essa posição gera interesse substancial entre os fãs e críticos da indústria, uma vez que Foley não é apenas admirado por suas façanhas no ringue, mas também pela sua postura ética proativa. A declaração ainda destaca a transformação social que a luta livre passou ao longo dos anos, refletindo como os fãs se tornaram mais progressistas e politicamente conscientes.
Os comentários de Foley vêm em um momento em que muitos fãs da WWE expressam uma crescente frustração com a política da empresa. Para muitos, sua declaração ressoa especialmente em um cenário onde figuras de destaque no mundo do entretenimento têm se manifestado de forma mais agressiva contra as políticas de Trump. Nos últimos anos, o ambiente na WWE tem sido um microcosmo das divisões políticas mais amplas da sociedade americana. Embora alguns dos lutadores que Foley elogia estejam no lado oposto do espectro político, como Chris Jericho e Triple H, a sua saída é simbólica para muitos fãs que valorizam tanto o entretenimento quanto a ética.
Foley também observou que se beneficiou muito do tempo que passou na WWE, mas chegou a um ponto em que suas convicções pessoais não podiam mais ser ignoradas. "Eu sempre adorei a WWE e sou grato pelas chances que tive, mas, em suas palavras, 'eu não posso suportar mais'", acrescentou, citando a famosa frase de Popeye, o marinheiro forte. Este gesto destaca como questões de moralidade e responsabilidade social estão se tornando cada vez mais visíveis nos esportes e no entretenimento.
Uma parcela significativa dos aficionados por luta livre, que costumam ser vistos como um grupo mais conservador, está agora se afirmando como progressista, desafiando estereótipos e abraçando a diversidade nas arenas e nas mensagens que desejam transmitir. Muitos comentários nas discussões em torno da declaração de Foley testemunham essa evolução, com fãs que defendem a inclusão e a justiça social e que estão dispostos a criticar figuras que representam ideais opostos.
A decisão de Foley, portanto, não se resume a uma simples divisão entre votos ou apoiar um lado político, mas representa uma mudança maior dentro da cultura da luta livre. Com empresas como a All Elite Wrestling (AEW) nadando contra a corrente e adotando lutadores LGBTQ+ e temas mais inclusivos, Foley parece estar chamando a atenção para um movimento de transformação que muitos fãs raramente consideraram possível. Essa mudança é vista como um sinal de que o esporte pode e deve representar um ethos mais inclusivo e ético.
Enquanto Foley encerra seu contrato com a WWE, a indústria da luta livre observa atentamente as reações. Seus colegas, como o ex-lutador Kevin Nash, têm dado apoio à sua posição, demonstrando que esse é um tema que ressoa de forma mais ampla. As reações dos fãs também variam, com alguns expressando apoio e admiração por sua coragem de se manifestar, enquanto outros reagem de forma negativa, alegando que sua decisão pode alienar parte da base da WWE.
À medida que Foley se afasta da WWE, sua decisão levanta questões mais profundas sobre a responsabilidade dos ícones do entretenimento na sociedade e como suas ações podem influenciar a percepção pública sobre questões sociais. É um tempo de reflexão não apenas para a WWE, mas para a cultura de luta livre como um todo. O futuro de Foley e da WWE permanece incerto, mas sua decisão pode muito bem ser uma chamada de atenção para outras figuras proeminentes, instando-as a considerar onde estão posicionadas em relação aos valores e atos que vão além do ringue.
Fontes: ESPN, Bleacher Report, The Guardian
Detalhes
Mick Foley é um ex-lutador profissional, escritor e comediante, conhecido por suas performances na WWE e por sua habilidade em contar histórias. Ele é amplamente reconhecido por seu estilo de luta extremo e por seu papel em popularizar o wrestling hardcore. Foley também é autor de vários livros e defensor de causas sociais, utilizando sua plataforma para abordar questões de justiça e inclusão.
A World Wrestling Entertainment (WWE) é uma das maiores organizações de entretenimento esportivo do mundo, conhecida por suas produções de luta livre profissional. Fundada em 1952, a WWE se tornou um fenômeno cultural, atraindo milhões de fãs globalmente. A empresa é famosa por suas histórias envolventes, personagens carismáticos e eventos ao vivo, como WrestleMania, que atraem grandes audiências. A WWE também tem sido um importante ator na indústria do entretenimento, expandindo suas operações para incluir filmes, programas de televisão e produtos licenciados.
Donald Trump é um empresário e político americano que serviu como o 45º presidente dos Estados Unidos de janeiro de 2017 a janeiro de 2021. Antes de sua presidência, Trump era conhecido por seu trabalho no setor imobiliário e como personalidade da mídia, incluindo seu papel como apresentador do reality show "The Apprentice". Sua presidência foi marcada por políticas controversas e um estilo de liderança polarizador, gerando debates acalorados sobre imigração, economia e direitos civis.
Resumo
Mick Foley, ícone da luta livre, anunciou sua saída da WWE em protesto contra a relação da empresa com o ex-presidente Donald Trump. Em suas redes sociais, Foley expressou indignação pelas políticas de Trump, especialmente em relação a imigrantes, chamando suas ações de "cruéis e desumanas". A decisão de Foley não é apenas pessoal, mas reflete um descontentamento crescente com a política atual e suas repercussões culturais. Ele afirmou que não pode mais representar uma empresa que apoia alguém sem compaixão, destacando a transformação social na luta livre, onde os fãs se tornaram mais progressistas. A saída de Foley é simbólica em um momento em que muitos fãs da WWE criticam a política da empresa, refletindo divisões mais amplas na sociedade americana. Sua decisão também ressalta a crescente inclusão e diversidade no esporte, à medida que outras organizações, como a All Elite Wrestling (AEW), adotam temas mais inclusivos. Enquanto Foley se afasta da WWE, sua ação levanta questões sobre a responsabilidade dos ícones do entretenimento na sociedade.
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