Mianmar registra 24 mortes em bombardeio durante festival budista

Bombardeio com parapente em Mianmar deixa pelo menos 24 mortos em meio a festival budista, aumentando temor por ataques a civis.

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08/10/2025, 02:21

Autor: Felipe Rocha

Uma cena de devastação em uma comunidade rural de Mianmar, com casas destruídas e pessoas em busca de sobreviventes, enquanto a fumaça se eleva ao fundo. O clima é de desespero e tristeza, com rostos preocupados que mostram a tensão e a ansiedade pela segurança de seus entes queridos.

Em um trágico incidente que chocou a comunidade internacional, pelo menos 24 pessoas perderam a vida durante um ataque a um festival budista em Mianmar, realizado em 28 de outubro de 2023. O ataque, realizado por forças militares usando parapentes, foi um desdobramento terrível da contínua violência que assola o país, onde a junta militar tem intensificado suas táticas de ataque contra civis nos últimos meses. Segundo informações coletadas, o bombardeio ocorreu enquanto os membros da comunidade estavam reunidos para festividades, momentos que deveriam ser de celebração, mas que se tornaram uma cena de desespero e luto.

De acordo com um comunicado da Anistia Internacional, essa estratégia preocupante de ataque aéreo com veículos não convencionais, como os parapentes motorizados, reflete a crescente dificuldade da junta militar em manter operações aéreas tradicionais, devido a sanções internacionais que limitaram seu acesso a aviões e helicópteros. Joe Freeman, pesquisador da Anistia, destacou a gravidade da situação, afirmando que o ataque é um "chamado de atenção horrível" para a necessidade urgente de proteção de civis em Mianmar, que continuam expostos a uma violência indiscriminada.

O uso de parapentes para ataques a áreas populosas levanta questões não apenas sobre a eficácia militar, mas também sobre a total indiferença demonstrada pela junta em relação à vida humana. Esses eventos são parte de uma tendência mais ampla que tem sido observada desde que a junta tomou o poder em fevereiro de 2021, quando um golpe militar derrubou um governo democraticamente eleito. Desde então, Mianmar tem sido palco de uma brutal repressão a protestos e manifestações civis, com milhares de mortos e muitos mais deslocados.

Além do impacto imenso na vida das comunidades afetadas, o uso de táticas de ataque como essa demonstra a desespero da junta frente à crescente resistência de grupos rebeldes. Esses grupos, alguns dos quais são bem armados e experientes em combate, tornaram-se uma força significativa contra a junta militar. A maioria das armas em posse dos rebeldes foi obtida através da captura de bases militares ou do apoio de países como a China, que tem sido criticada por sua relação com a junta.

A tragédia ocorrida em 28 de outubro é um reflexo da dinâmica complexa em Mianmar, onde a luta pelo controle e pela sobrevivência leva à escalada da violência. Muitas testemunhas relataram o terror que sentiram durante o ataque, descrevendo como estavam reunidos para celebrar tradições religiosas quando o céu foi repentinamente rasgado pelo som dos motores dos parapentes, despejando morte e destruição. O impacto emocional e psicológico sobre as comunidades que vivenciam tais horrores é incalculável, pois a incerteza e o medo têm se tornado parte da vida cotidiana de muitos.

A resposta internacional a esse ataque ainda está em desenvolvimento, mas a pressão sobre o governo de Mianmar deve aumentar à medida que mais detalhes sobre o incidente emergirem. Organizações de direitos humanos pedem cooperação internacional para sanar a situação, enquanto várias nações buscam sanções adicionais contra a junta militar. A comunidade global continua a acompanhar de perto os desdobramentos em Mianmar, na esperança de que ações concretas possam proteger os mais vulneráveis e trazer uma solução pacífica ao conflito.

Com o ambiente de tensão e medo crescente, muitos esperam que a comunidade internacional não apenas condene esses atos, mas também atue para proteger os civis e pressionar por um retorno à democracia em Mianmar. O desejo por justiça e paz é uma constante entre os que anseiam por um futuro sem temor, refletindo uma resiliência que continua a brilhar mesmo em meio a tanta treva.

Fontes: BBC, Anistia Internacional, The Guardian

Detalhes

Anistia Internacional

A Anistia Internacional é uma organização não governamental que defende os direitos humanos em todo o mundo. Fundada em 1961, a organização atua para investigar e expor abusos de direitos humanos, mobilizando a opinião pública e pressionando governos para que respeitem os direitos fundamentais. Com uma presença em mais de 150 países, a Anistia é conhecida por suas campanhas contra a tortura, a pena de morte e a discriminação, além de promover a liberdade de expressão e de reunião.

Resumo

Um ataque a um festival budista em Mianmar em 28 de outubro de 2023 resultou na morte de pelo menos 24 pessoas, chocando a comunidade internacional. O ataque, realizado por forças militares com parapentes, é parte de uma escalada de violência perpetrada pela junta militar, que intensificou suas táticas contra civis nos últimos meses. A Anistia Internacional denunciou o uso de parapentes como uma estratégia preocupante, refletindo a dificuldade da junta em realizar operações aéreas tradicionais devido a sanções internacionais. Joe Freeman, pesquisador da Anistia, chamou o ataque de um "chamado de atenção horrível" para a proteção dos civis em Mianmar. A situação se agravou desde o golpe militar de fevereiro de 2021, que derrubou um governo democraticamente eleito, resultando em uma repressão brutal e milhares de mortos. O uso de táticas de ataque não convencionais demonstra o desespero da junta frente à resistência de grupos rebeldes armados. A resposta internacional ao ataque ainda está em desenvolvimento, com organizações de direitos humanos pedindo ações concretas para proteger os civis e restaurar a democracia no país.

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