Mianmar enfrenta crise humanitária com aumento da fome infantil

A crescente crise alimentar em Mianmar leva crianças a gritar por comida, enquanto cortes na ajuda humanitária dos EUA exacerbam a devastação no país.

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08/10/2025, 04:33

Autor: Laura Mendes

Uma cena dramática de um grupo de crianças famintas em uma vila rural de Mianmar, com rostos magros e olhares vazios, enquanto um céu nublado paira sobre o cenário, simbolizando a desolação e a desesperança. Algumas crianças estão ajoelhadas no chão, enquanto outras olham para o horizonte, buscando uma visão de esperança em meio à pobreza extrema.

Mianmar vive uma crise humanitária alarmante, com um número crescente de crianças atingidas pela fome extrema. Recentemente, cenas devastadoras de crianças famintas nas ruas se tornaram um retrato preocupante da situação que o país enfrenta, agravada pelos cortes na ajuda humanitária proveniente dos Estados Unidos. A situação crítica, que visa expor não apenas a miséria em Mianmar, mas também os impactos das políticas externas sobre a subsistência local, está causando uma onda de indignação global.

O país, que já passava por instabilidade política e conflitos prolongados, viu a situação se agravar drasticamente após o golpe militar de fevereiro de 2021, que resultou na suspensão de inúmeras ajudas internacionais, incluindo aquelas oferecidas pela USAID. Esses cortes representam uma perda significativa de recursos essenciais que já eram escassos. De acordo com dados de organizações humanitárias, cerca de 14 milhões de pessoas em Mianmar, ou seja, cerca de um terço da população, agora enfrentam insegurança alimentar severa. As estimativas indicam que a fome e a desnutrição entre as crianças podem ter alcançado níveis alarmantes, deixando muitas delas em risco sério de morte devido à falta de alimentos e cuidados médicos adequados.

A relação dos EUA com Mianmar tem suas raízes em décadas de colaboração em projetos de desenvolvimento e assistência. Contudo, com os atuais cortos e a mudança nas prioridades estratégicas do governo americano, a ao invés de auxílio, observadores alertam que as crianças estão pagando o preço. O impacto disso é visível nas comunidades locais, como no caso da família de Taher, que teve que reduzir suas refeições diárias de três para uma devido à escassez. Ele e sua esposa, ao lado dos cinco filhos, enfrentam um dia a dia em que a fraqueza se tornou uma constante, assim como a indagação de como conseguirão sobreviver ao próximo.

As respostas à situação têm sido variadas. Enquanto alguns segmentos da sociedade argumentam que a dependência de ajuda internacional não deve ser perpetuada, especialistas em relações internacionais advertem que os cortes na ajuda americana podem impulsionar Mianmar a procurar alianças diferentes, possivelmente voltadas para países como China e Rússia, que têm se mostrado mais flexíveis em oferecer assistência sem as condições estabelecidas por Washington. A crescente influência desses países na região levanta preocupações sobre como as dinâmicas de poder podem mudar, enquanto Mianmar fica à mercê de outra crise. Esta mudança não apenas impacta a mais de uma geração de crianças que crescem em meio a ruins condições de vida, mas também permite uma reconfiguração do cenário geopolítico na região.

Além disso, muitos são os que questionam a eficiência e a ética por trás de cortes na assistência humanitária. A visão de crianças famintas ignora o direito básico à alimentação, levantando um dilema moral sobre até que ponto a política deve influenciar decisões que afetam a vida humana. Enquanto isso, em um contraste irônico, os debates sobre a pobreza nos Estados Unidos incluindo discussões sobre assistência social e ajuda aos necessitados têm se proliferado nas redes sociais, onde pessoas destacam a hipocrisia percebida em ver crianças famintas em Mianmar enquanto questões alimentares internas também enfrentam resistência política.

É evidente que a vida das crianças em Mianmar não é apenas uma questão de números ou estatísticas, mas sim um testemunho alarmante de uma tragédia humana que poderia ser evitada. A história de crianças em Mianmar que gritam por comida serve como um lembrete sombrio da realidade enfrentada por muitas nações ao redor do mundo. À medida que o tempo avança e a situação só piora, a comunidade internacional se pergunta: o que pode ser feito para salvar essas vidas e restaurar a esperança em um futuro melhor? Sem um compromisso renovado por parte da comunidade global e dos doadores, corre-se o risco de que a fome extrema em Mianmar se torne uma calamidade que se prolongará por gerações.

Fontes: The New York Times, BBC, Al Jazeera, Human Rights Watch

Detalhes

USAID

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) é uma agência do governo dos EUA responsável por fornecer assistência econômica, de desenvolvimento e humanitária em todo o mundo. Criada em 1961, a USAID tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável, ajudar na recuperação de desastres e apoiar a democracia e os direitos humanos. A agência desempenha um papel crucial em crises humanitárias, oferecendo ajuda em situações de fome, saúde e educação, entre outras áreas.

Resumo

Mianmar enfrenta uma crise humanitária alarmante, com um aumento significativo de crianças afetadas pela fome extrema. Recentemente, imagens de crianças famintas nas ruas destacam a gravidade da situação, exacerbada por cortes na ajuda humanitária dos Estados Unidos. Após o golpe militar de fevereiro de 2021, a suspensão de assistência internacional, incluindo a da USAID, resultou em uma perda crítica de recursos. Atualmente, cerca de 14 milhões de pessoas, um terço da população, enfrentam insegurança alimentar severa, com as crianças em risco sério de morte devido à falta de alimentos e cuidados médicos. A relação histórica dos EUA com Mianmar, anteriormente focada em desenvolvimento, agora se deteriorou, levando a um debate sobre a dependência de ajuda internacional e as possíveis novas alianças do país com potências como China e Rússia. A situação levanta questões éticas sobre a política de assistência humanitária, enquanto a comunidade internacional se questiona sobre como restaurar a esperança e salvar vidas em meio a essa tragédia humana.

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