24/09/2025, 03:13
Autor: Laura Mendes
A moda tem se transformado ao longo das últimas décadas, respondendo a novas demandas sociais e culturais relacionadas à inclusão e à diversidade. Recentemente, um debate emergente destaca a invisibilidade de modelos masculinos plus size na indústria, refletindo um cenário em que as marcas têm se mostrado relutantes em adaptar suas campanhas para representar melhor a diversidade dos corpos masculinos. Embora as mulheres tenham feito um avanço significativo na luta pela aceitação e representação em diferentes tamanhos, o mesmo não se pode afirmar sobre os homens, que frequentemente permanecem à sombra do ideal de beleza tradicional.
Os comentários gerados em torno do tema mostram que muitos acreditam que os homens não se sentem tão impactados por questões de imagem corporal, como as mulheres. Um usuário mencionou que “homens não estão nem aí” para a sua representatividade, demarcando uma percepção generalizada de que os homens são menos afetados pela pressão dos padrões de beleza. Isso, porém, não diminui a importância da inclusão e do marketing direcionado para esses homens, que têm o direito de ver corpos semelhantes ao seu na publicidade e, mais importante, na representação dos produtos que consomem.
Um aspecto intrigante disso é a observação de que muitas marcas já utilizam modelos masculinos em campanhas voltadas para roupas plus size, mas estas ainda não recebem a mesma atenção que as campanhas femininas. Há uma noção de que os homens, ao contrário das mulheres, frequentemente não experimentam a mesma necessidade de ver modelos que representem sua experiência, como muitos comentaram sobre se sentirem confortáveis em comprar sem necessariamente se identificarem com o modelo da roupa. Um comentarista trouxe um ponto à tona ao mencionar que “a sociedade tem um monte de homens acima do peso, mas não é algo em que a gente realmente foca”.
Em contrapartida, outros ressaltaram que a representação dos corpos masculinos na moda poderia ter um efeito cumulativo, senão na autoimagem, pelo menos na aceitação geral dos corpos. Uma mudança nesse campo poderia estimular os homens a se engajar em diálogos sobre aceitabilidade, saúde e autoestima, algo que já começou a reverberar em algumas marcas de destaque como a Savage X Fenty. A marca de Rihanna já fez avanços, incluindo homens de diferentes tamanhos em sua linha. Essa inclusão significativa não é apenas sobre fornecer um vestuário, mas sim sobre criar um convite para a aceitação e empoderamento que todos os corpos merecem.
A evolução da aceitação do corpo entre homens masculinos, no entanto, é uma luta mais difícil. Um comentário observou que os homens geralmente tendem a se estadunidar com figuras ideais do que em campanhas que visam expressar bem-estar e aceitação, e esse pode ser um fator que impede as marcas de incluir modelos masculinos mais relevantes e diversos. O famoso “ideal masculino” em que a musculação extrema e a aparência atlética são frequentemente enaltecidas, faz com que homens corpulentos não se sintam representados. E, enquanto há uma onda crescente de representatividade na moda feminina, há ainda um caminho a percorrer para que a moda masculina possa se engajar de forma igualitária nesse movimento.
Ademais, é notável que o conceito de “plus size” entre homens muitas vezes é ofuscado por estigmas que consideram a obesidade como não aceitável e como um problema que deve ser abordado ou corrigido. E, enquanto a luta por inclusão ainda está no início, há um reconhecimento crescente de que os homens também devem se ver valorizados e expressos de maneira positiva em campanhas publicitárias. As disparidades na forma como homens e mulheres são tratados nesse aspecto da moda suscitam questões sobre preconceitos antiquados que ainda persistem na sociedade.
Além disso, outro aspecto revelador do debate se centrou na relação dos homens com estigmas associados a corpos não conformes aos padrões de beleza. Muitos participantes apontaram que o marketing geralmente direcionado para homens enfatiza a força e a força física idealizada, enquanto as mulheres têm um espectro mais amplo de representam em seus estilos e silhuetas. Um comentarista sintetizou a questão ao afirmar que "as mulheres buscam aceitação enquanto homens apenas precisam que os produtos existam".
Este cenário sugere que, para que as mudanças aconteçam, tanto a indústria da moda quanto os consumidores precisam desafiar a narrativa tradicional que tem dominado o marketing. Há um apelo crescente para que marcas se adaptem às novas demandas por representatividade e diversidade, e isso pode gerar impacto não apenas na percepção de beleza, mas também na aceitação da diversidade em todas as suas formas. Portanto, à medida que as marcas intensificam seus esforços em inclusão, a expectativa é de que um espaço mais equitativo possa se estabelecer, permitindo que homens de todos os tamanhos sejam vistos, valorizados e reconhecidos como parte integral do consumismo da moda contemporânea.
Fontes: Independent, Forbes, New York Times
Resumo
A indústria da moda está passando por transformações significativas em resposta a novas demandas sociais por inclusão e diversidade, especialmente no que diz respeito à representação de modelos masculinos plus size. Embora as mulheres tenham avançado na luta por aceitação em diferentes tamanhos, os homens ainda enfrentam desafios em ver seus corpos representados nas campanhas publicitárias. Muitos acreditam que os homens não se sentem tão impactados por questões de imagem corporal, mas isso não diminui a importância da inclusão. Embora algumas marcas já utilizem modelos masculinos em campanhas plus size, essas iniciativas não recebem a mesma atenção que as femininas. A inclusão de homens de diferentes tamanhos, como demonstrado pela marca Savage X Fenty de Rihanna, é um passo importante para promover aceitação e empoderamento. No entanto, a luta pela aceitação do corpo masculino ainda é complexa, com estigmas persistentes que dificultam a representação adequada. Para que mudanças significativas ocorram, a indústria da moda e os consumidores devem desafiar as narrativas tradicionais e promover uma maior diversidade e inclusão.
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