Japão rejeita proposta da UE sobre uso de ativos russos congelados

Japão sinaliza incapacidade de contribuir com ativos russos para financiar a Ucrânia, frustrando esforços da União Europeia em busca de apoio global.

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09/12/2025, 14:23

Autor: Ricardo Vasconcelos

Uma reunião formal entre líderes do G7 em uma mesa luxuosa, com bandeiras de vários países, enquanto uma tela ao fundo mostra gráficos e dados sobre ativos congelados. No ar, um clima tenso com expressões de preocupação entre os participantes e documentos sobre a mesa destacando a questão da Ucrânia.

Em um desenvolvimento significativo nas relações internacionais, o Japão decidiu se opor ao plano da União Europeia (UE) que visa utilizar ativos estatais russos congelados para financiar a Ucrânia. Esta decisão foi anunciada durante uma reunião recente de ministros das finanças do G7, acentuando as divisões entre os aliados ocidentais na resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia. De acordo com informações recebidas de fontes diplomáticas na UE, o Japão declarou que não poderia disponibilizar aproximadamente 30 bilhões de dólares em ativos russos congelados em seu território para criar um empréstimo destinado à Ucrânia, como propunha Bruxelas.

A proposta da UE buscava não apenas garantir o suporte financeiro à Ucrânia, mas também criar um precedente para outro tipo de fenômeno internacional — a formação de um consenso global na utilização de bens congelados. No entanto, a reação do Japão foi um balde de água fria sobre as esperanças do bloco europeu, que tinha a expectativa de que os aliados colaborassem para o financiamento da resistência ucraniana. A ministra das Finanças do Japão, Satsuki Katayama, expressou que a utilização desses ativos levantava sérias preocupações legais, uma justificativa que, segundo diplomatas da UE, poderia refletir a relação delicada entre Tóquio e Washington.

A posição do Japão é complexa. Enquanto tenta manter uma posição firme frente à agressão russa, o país também busca preservar seus interesses econômicos e políticos. Um aspecto relevante dessa situação é o potencial impacto sobre a confiança no mercado japonês. Muitos especialistas acreditam que uma mudança nessa abordagem poderia despedaçar as relações de confiança necessárias em um período incerto, tanto do ponto de vista local quanto internacional. Além disso, o temor de que o Sul Global começasse a reconsiderar o uso de ativos soberanos poderia provocar uma reação em cadeia, levando a uma crescente desconfiança em relação à proteção de bens internacionalmente.

Além de considerações legais e diplomáticas, existe um sentido de ironia em meio a essa situação; a Europa, ao tentar fortalecer sua postura em relação à Rússia, pode estar minando um dos pilares da ordem mundial baseada em regras. A resposta do Japão ilustra uma desconfiança mais ampla entre países, considerando as diferentes posições que surgem em resposta às demandas dos Estados Unidos, que na verdade se encontram divididos em suas próprias táticas para lidar com a Rússia.

Outro fator complicador ao fundo dessa narrativa é a crescente influência da China na região. Enquanto os países pequenos da UE se mostram mais expostos ao investimento chinês, a estratégia japonesa busca evitar qualquer ação que possa ser vista como uma provocação direta a Pequim. A perspectiva de um realinhamento de ativos e de influências no Pacífico pode ser mais um motivo que levou a Tóquio a adotar uma posição cautelosa.

Reações aos desenvolvimentos têm sido variadas. Comentários de analistas e líderes de opinião exaltam que a pressão para que o Japão se posicione lealmente ao lado da UE ignora o fato de que a situação internacional é mais multifacetada do que a simples adição de um aliado a uma frente. A validade dos interesses geopolíticos de cada país em relação a suas respectivas posturas na crise da Ucrânia não pode ser subestimada. Observadores se questionam sobre a credibilidade das alegações da UE ao demandar coesão e, ao mesmo tempo, falhar em manter uma linha uniforme entre seus próprios membros.

Além disso, a posição do Japão encoraja uma discussão mais ampla sobre até que ponto os países devem ir em nome de alianças e posturas unificadas contra atos de agressão. O Japão, tendo sido um aliado com a experiência de passar por tensões na história, pode estar refletindo um desejo mais profundo por uma diplomacia que evite o enfrentamento frente a potências que poderiam ser consideradas opressoras, como é o caso da Rússia em sua invasão à Ucrânia.

O desdobramento dessa situação traz à tona a necessidade de uma reflexão crítica sobre as relações internacionais e como as alianças podem ser tanto um pilar de força quanto uma fonte de tensão. À medida que os eventos se desenrolam, a dinâmica entre o Japão, a União Europeia e os EUA continuará a influenciar profundamente o cenário geopolítico global, refletindo padrões de interação que vão muito além das simples decisões de apoio militar ou econômico. Portanto, a decisão do Japão de não se envolver na proposta da UE pode ser vista não apenas como uma escolha nacional, mas como uma mensagem clara em um contexto internacional que continua a evoluir rapidamente.

Fontes: POLITICO, BBC News, The Guardian

Resumo

O Japão manifestou sua oposição ao plano da União Europeia de utilizar ativos estatais russos congelados para financiar a Ucrânia, durante uma reunião do G7. A proposta da UE visava garantir suporte financeiro à Ucrânia e estabelecer um precedente global para o uso de bens congelados. No entanto, a ministra das Finanças do Japão, Satsuki Katayama, expressou preocupações legais sobre a utilização desses ativos, refletindo a delicada relação entre Tóquio e Washington. Essa posição do Japão busca equilibrar a firmeza contra a agressão russa com a preservação de seus interesses econômicos. Especialistas alertam que essa decisão pode afetar a confiança no mercado japonês e provocar desconfiança em relação à proteção de bens internacionalmente. Além disso, a crescente influência da China na região complica a situação, levando o Japão a adotar uma postura cautelosa. A decisão do Japão também levanta questões sobre a validade das alianças e a necessidade de uma diplomacia que evite confrontos diretos com potências opressoras.

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