Governo suíço restringe viagens para solicitantes de asilo

O governo da Suíça anunciou novas restrições às viagens de solicitantes de asilo, poupando apenas ucranianos, revelando um dilema humanitário e político.

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23/10/2025, 10:25

Autor: Ricardo Vasconcelos

Uma representação impactante de cidadãos ucranianos atravessando a fronteira suíça, onde algumas pessoas carregam bandeiras da Ucrânia enquanto outras parecem preocupadas, refletindo a situação tensa que atravessam em busca de abrigo. Ao fundo, uma paisagem que mescla a natureza serena da Suíça e a guerra na Ucrânia, simbolizando a dicotomia de segurança e conflito.

O governo suíço divulgou no dia 31 de outubro de 2023 uma proposta que visa restringir as viagens de requerentes de asilo e outras categorias de refugiados, com uma exceção específica para cidadãos ucranianos. De acordo com a nova legislação a ser discutida, apenas os cidadãos da Ucrânia que fugiram do país em decorrência da guerra terão permissão para viajar para fora da Suíça. A proposta, que agora está em consulta pública até 5 de fevereiro de 2024, visa implementar mudanças na Lei de Estrangeiros e sua Integração, que já havia sido aprovada pelo parlamento em 2021, mas ainda não havia entrado em vigor devido a pendências legais e administrativas.

Com a medida, a Secretaria de Estado da Migração (SEM) só poderá permitir a saída de requerentes de asilo e pessoas sob proteção temporária em casos excepcionais, como a morte de um parente ou em situações de saúde crítica. Essa restrição representa um ajuste às mudanças na política de imigração suíça, que havia criado um ambiente mais favorável à mobilidade dos ucranianos devido ao impacto da invasão russa, considerada um dos conflitos mais devastadores da Europa nas últimas décadas. Por outro lado, os que têm direito à proteção, mas não são da Ucrânia, terão que justificar em detalhes suas razões pessoais para quaisquer solicitações de viagem.

A decisão do governo suíço é parte de um movimento mais amplo em relação à política de imigração na Europa, que tem visto uma crescente inclinação política para a direita, especialmente em relação ao tratamento de imigrantes e refugiados. O clima político e social na Suíça tem se polarizado, com muitos a favor de um endurecimento das regras de asilo, argumentando que os sistemas de proteção têm sido sobrecarregados por migrantes econômicos e não por aqueles que realmente necessitam de proteção. Ao mesmo tempo, há um sentimento de compreensão e empatia em relação aos cidadãos ucranianos, que, segundo a opinião pública, enfrentam uma situação crítica.

Comentários em relação à nova política sugerem que, embora haja um suporte generalizado ao acolhimento dos ucranianos, a exceção pode causar descontentamento entre outras comunidades de refugiados, que alegam estar sendo desconsideradas. A posição do governo suíço reafirma um princípio de que aqueles que conseguem retornar a seus países de origem, mesmo que para breves visitas, podem não estar enfrentando um risco tão severo que justifique o status de refugiado.

Na Ucrânia, muitos cidadãos agora possuem a autorização de permanecer em seu país por períodos de 15 dias a cada seis meses, uma mudança que demonstra uma tentativa de facilitar uma possível reintegração e reconstrução na medida em que o conflito permita. A questão da mobilidade para outros refugiados que não se encaixam nas normas específicas dos ucranianos levanta um debate intenso sobre as realidades da migração forçada e o direito a asilo, ao mesmo tempo em que destaca as disparidades nos diferentes tipos de status que os refugiados podem ocupar.

Essa mudança legislativa também reflete uma crescente pressão internacional sobre países europeus para criarem políticas de imigração mais rigorosas enquanto, por outro lado, tentam acolher aqueles que são considerados “refugiados legítimos”. A necessidade de equilibrar segurança, direitos humanos e continuidade do apoio humanitário está em destaque, não apenas em ambientes políticos, mas também nas percepções sociais sobre a aceitação da diversidade e a solidariedade em tempos críticos.

As tabelas de asilo na Europa têm mostrado um panorama complexo onde muitos que buscam refúgio têm que navegar por diferentes políticas, muitas vezes ganhando um status que não reflete exatamente suas circunstâncias. O descontentamento com a maneira como as políticas de asilo são geridas tem gerado tensão não apenas entre os países europeus, mas também nos próprios grupos de solicitantes de asilo que se sentem deixados de lado, levando a uma discussão mais aprofundada sobre o que significa ser um solicitante de asilo em uma Europa que continua a enfrentar pressões migratórias sem precedentes.

Assim, a nova política suíça representa mais que uma simples mudança nas regras de viagem – é um reflexo das tensões modernas em torno da identidade, segurança e os deveres humanitários que os países enfrentam. A implementação destas medidas ainda aguarda a contribuição pública e aprovação legislativa, e seu impacto sobre a vida dos refugiados e a política de imigração na Suíça e na Europa será uma questão monitorada de perto por defensores dos direitos humanos e cidadãos.

Fontes: Agência EFE, BBC Brasil, The Guardian

Resumo

O governo suíço apresentou em 31 de outubro de 2023 uma proposta para restringir as viagens de requerentes de asilo e refugiados, permitindo exceções apenas para cidadãos ucranianos que fugiram da guerra. A nova legislação, que está em consulta pública até 5 de fevereiro de 2024, visa modificar a Lei de Estrangeiros e sua Integração, aprovada em 2021, mas ainda não implementada. A Secretaria de Estado da Migração (SEM) poderá permitir a saída de refugiados apenas em casos excepcionais, como morte de parentes ou problemas de saúde. Essa mudança reflete uma política de imigração mais rígida na Suíça, em um contexto europeu de crescente pressão para endurecer regras de asilo. Embora haja apoio à acolhida de ucranianos, a proposta pode gerar descontentamento entre outras comunidades de refugiados. A situação na Ucrânia, onde cidadãos podem retornar temporariamente, destaca as disparidades nos direitos dos refugiados e as tensões sobre a identidade e segurança em um cenário de migração forçada.

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