Finlândia propõe transferência de 200 bilhões de ativos russos para a Ucrânia

A Finlândia sugere a transferência de 200 bilhões de euros em ativos congelados da Rússia para a Ucrânia como um incentivo para a paz.

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18/10/2025, 23:07

Autor: Ricardo Vasconcelos

Uma imagem impactante de uma mesa de negociação internacional com representantes da Finlândia, da Ucrânia e da Rússia, rodeados de pilhas de dinheiro e ativos congelados, simbolizando poder e crise. O ambiente deve ser tenso, com expressões sérias e gestos dramáticos, focando nas complexidades da guerra econômica.

Em um movimento ousado no cenário geopolítico, a Finlândia apresentou uma proposta que poderia alterar o equilíbrio na guerra entre Rússia e Ucrânia. A ideia é transferir aproximadamente 200 bilhões de euros em ativos russos congelados na Europa para a Ucrânia. Essa medida visa pressionar o Kremlin a buscar um acordo de paz, mas traz consigo uma série de questões legais e econômicas que precisam ser cuidadosamente abordadas.

A proposta finlandesa surge em um momento em que o conflito já dura mais de três anos e as esperanças de um cessar-fogo parecem distantes. O governo finlandês, aparentemente consciente da crescente frustração com a resistência da Rússia em negociar, acredita que liberar esses ativos poderia servir como um poderoso motivador para a ação russa. Finlândia, um país que tem se posicionado de forma clara em apoio à Ucrânia, argumenta que a urgência da situação exige uma abordagem inovadora e decisiva.

Os ativos russos que estão sob custódia da Euroclear, uma empresa belga de serviços financeiros, foram congelados devido a sanções relacionadas à invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. O bloqueio desses fundos reflete o crescente isolamento econômico da Rússia no cenário global, resultante das decisões da comunidade internacional de punir o Kremlin por suas ações. Entretanto, para que uma transferência ou apreensão seja realizada, todos os estados membros da União Europeia e o país que abriga os ativos precisam chegar a um consenso, uma tarefa que pode se mostrar complexa e cheia de desafios legais.

A ideia de utilizar os ativos congelados como forma de pressão sobre a Rússia levanta preocupações sobre as implicações a longo prazo para a reputação da UE e sua relação com outros países. Se a proposta avançar e os ativos forem confiscados, a imagem da Europa como um destino seguro para investidores internacionais poderá ser comprometida. Afinal, países com histórico de instabilidade política, incluindo a Rússia e outros, podem ver essa ação como um alerta alarmante. A confiança dos investidores poderia ser abalada, desencorajando aportes financeiros em países europeus que praticam a apreensão de ativos com base em vias políticas.

Os comentários sobre a proposta ressaltam essa dicotomia. Há quem acredite que a liberação gradual dos ativos congelados – como um tipo de "cenoura" – poderia oferecer à Rússia uma saída digna, permitindo que o governo encontrasse motivação para buscar a paz. Outros, no entanto, são céticos sobre a disposição de Vladimir Putin em ceder. Para eles, a continuidade da guerra até que a Rússia esteja economicamente exaurida parece uma estratégia mais plausível, destacando a determinação do Kremlin em manter seu status de potência, mesmo diante de sanções massivas.

Os defensores da proposta argumentam que, à medida que a guerra avança, as destruições e as perdas humanas somente aumentam, e que um acordo de paz é o único caminho que pode garantir um futuro estável para a região. Muitos acreditam que a economia russa está em sérios apuros, o que poderia colocar pressão sobre Putin, que, enfrentando uma grave crise, pode se ver obrigado a negociar. O metal precioso e grandes reservas do Banco Central da Rússia estão se esgotando, dificultando ainda mais a capacidade da Rússia de continuar seus esforços bélicos.

Além disso, enquanto a guerra continua, as consequências econômicas são sentidas não apenas na Rússia, mas também em toda a Europa. Os altos preços de energia e a inflação decorrente da guerra afetam diretamente a vida de cidadãos em todo o continente. A criação de novos estados ou conciliações entre diversas regiões que buscam independência em relação ao Kremlin é outro ponto levantado em discussões sobre o futuro da Rússia. Enquanto isso, a Ucrânia busca apoio militar e financeiro de seus aliados ocidentais, fortalecendo suas forças enquanto tenta recuperar território e estabilizar sua economia.

As incertezas políticas em torno da proposta da Finlândia e o estado atual das relações entre Rússia e Europa ainda permanecem delicadas. Novas negociações são necessárias, mas o caminho para a paz continua sendo um desafio complicado, repleto de implicações econômicas, legais e políticas. O desenrolar deste cenário internacional será observado de perto, visto que cada movimento pode modificar o futuro das relações deste conflito duradouro e seu impacto em toda a região. Em meio a esses eventos, é sem dúvida evidente que o clamor pela paz é mais urgente do que nunca.

Fontes: Folha de São Paulo, BBC, The Guardian

Detalhes

Euroclear

Euroclear é uma empresa belga de serviços financeiros que atua como um depositário central de valores mobiliários. Fundada em 1968, a Euroclear facilita a liquidação e a custódia de transações financeiras em diversos mercados ao redor do mundo. A empresa é reconhecida por seu papel na administração de ativos e na mitigação de riscos associados a transações financeiras internacionais.

Resumo

A Finlândia apresentou uma proposta ousada para transferir cerca de 200 bilhões de euros em ativos russos congelados na Europa para a Ucrânia, buscando pressionar o Kremlin a negociar um acordo de paz. Com o conflito entre Rússia e Ucrânia já ultrapassando três anos, a medida é vista como uma forma inovadora de incentivar a ação russa. Os ativos, sob custódia da Euroclear, foram congelados devido a sanções após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. No entanto, a transferência desses fundos requer consenso entre todos os estados membros da União Europeia, o que pode ser um desafio legal complexo. A proposta levanta preocupações sobre a reputação da UE como um destino seguro para investidores, já que a apreensão de ativos pode desencorajar investimentos em países europeus. Enquanto isso, a guerra continua a causar danos econômicos significativos na Europa e na Rússia, com a Ucrânia buscando apoio militar e financeiro de aliados ocidentais. O futuro das relações entre Rússia e Europa permanece delicado, e a busca por um acordo de paz é mais urgente do que nunca.

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