09/12/2025, 13:19
Autor: Felipe Rocha

A execução do hino nacional antes das partidas de futebol no Brasil tem gerado uma crescente onda de manifestações contrárias entre torcedores e especialistas do esporte. Recentemente, essa discussão ganhou destaque quando o jogador Filipe Luís questionou a relevância da prática, propondo um olhar mais crítico sobre um costume adotado em muitos estádios.
O debate é recorrente entre os fãs do esporte, mas para Filipe Luís, que é candidato a deputado estadual, a questão é mais do que uma simples opinião: trata-se de um apelo para que a tradição possa ser reavaliada no contexto atual do futebol brasileiro. “Temos que começar pelo básico. Por que tocar o hino nacional antes de cada jogo do Brasileiro? Ninguém respeita, ninguém canta, os torcedores dão risada, cantam outra música por cima. Que campeonato!” declarou ele, refletindo a insatisfação de muitos que veem o ato como uma formalidade sem sentido.
Nos estádios, a situação tem se tornado cada vez mais inusitada. Comentários de torcedores acerca do hino revelam um padrão claro de descontentamento. Muitos afirmam que a execução do hino nacional, bem como de hinos estaduais e municipais, mais atrapalha do que ajuda, especialmente em uma época onde a atmosfera do jogo é caracterizada pela festa e o apoio à equipe. Frases como "toque o hino apenas em jogos de seleção" e "sou mais a torcida do meu time do que o hino" ressoam frequentemente nas arquibancadas.
O cenário atual do futebol, em que os ritmos e o clima dos pré-jogos são dominados por músicas dos times, faz com que a execução do hino esteja em um contexto de desvalorização. De acordo com algumas opiniões, seria mais sensato retirar o hino das partidas regulares e deixá-lo apenas para situações de representatividade nacional, como jogos da seleção. “Não faz sentido tocar em jogo que não seja de seleção, mas é obrigatório”, destacou um torcedor, revelando a frustração de muitos em relação a uma legislação que, para muitos, é vista como uma “imposição desnecessária”.
Além disso, o impacto emocional da execução do hino, que poderia gerar momentos de reflexão e patriotismo genuíno, acaba comprometido pela prática. Para muitos torcedores, o ato se tornou um mero ritual, sem a reverência que se esperaria. "O pior é que quando o hino toca, a torcida do meu time canta e grita o nome do clube em cima dele. O respeito ficou de lado”, comentou um fã, ilustrando um exemplo típico da dinâmica atual.
Percebe-se que o dilema do hino também é um reflexo de um contexto mais amplo, onde a experiência do torcedor dentro do estádio deverá ser reavaliada. Músicas que fervilham a atmosfera dos jogos se sobrepõem ao hino, causando um cenário em que poucos se importam com a execução da música nacional. Isso, por sua vez, encontra eco em críticas sobre a legislação que dita essa prática, advogada por alguns políticos que acreditam que o hino deve ser uma contínua celebração do patriotismo, mas que, na prática, acaba banalizando seu significado.
Além do hino nacional, a discussão se estendeu para o minuto de silêncio que é obrigatório antes das partidas em homenagem a pessoas que faleceram, mas que, para muitos, se tornou algo igualmente desrespeitado. Um torcedor lamentou: “Ninguém respeita o minuto de silêncio. Assim que a cerimônia começa, o narrador já começa a falar sobre o jogo. É um desprezo total”. Essa percepção revela não apenas uma frustração com a burocracia que esse tipo de cerimônia envolve, mas também a desvalorização de momentos que deveriam ser solenes.
Diversos outros tópicos surgem dentro desse amplo debate, como a proposta de simplificar as cerimônias pré-jogo, limitando-as a datas e eventos especiais. Para alguns, a realidade do futebol brasileiro precisa ser reinterpretada, e o espaço para inovações deve ser cultivado. As pessoas parecem desejar interesse e respeito genuíno, e não apenas mais uma regra a ser seguida de forma mecânica.
Assim, os apelos para uma reavaliação da execução do hino dentro dos jogos de futebol vão além da mera questão estética ou técnica; eles se conectam com a filosofia de como se deve vivenciar o futebol. No final, a experiência do torcedor deve ser uma celebração e um espaço coletivo, onde a música e a cultura do esporte norteiam a vivência dentro e fora dos estádios, em vez de um mero cumprimento de formalidades que há tempos deixaram de causar impacto. Essa discussão não apenas reflete a relação dos brasileiros com seu hino, mas também com sua cultura e suas expressões sociais em tempos modernos.
Fontes: ESPN, Globo Esporte, Folha de São Paulo, UOL Esporte
Detalhes
Filipe Luís é um jogador de futebol brasileiro, conhecido por sua carreira como lateral-esquerdo em clubes como Flamengo e Atlético de Madrid, além de ter sido parte da seleção brasileira. Ele é reconhecido não apenas por suas habilidades em campo, mas também por seu engajamento em questões sociais e políticas, tendo se tornado candidato a deputado estadual nas eleições recentes.
Resumo
A execução do hino nacional antes das partidas de futebol no Brasil tem gerado crescente descontentamento entre torcedores e especialistas. O jogador Filipe Luís, que também é candidato a deputado estadual, questionou a relevância dessa prática, sugerindo que a tradição deve ser reavaliada no contexto atual do futebol. Ele destacou que, em muitos casos, o hino é desrespeitado, com torcedores cantando músicas de apoio ao seu time durante sua execução. Essa insatisfação é refletida nas arquibancadas, onde muitos defendem que o hino só deveria ser tocado em jogos da seleção. Além disso, a execução do hino e o minuto de silêncio em homenagem a falecidos têm sido vistos como rituais sem reverência, com torcedores expressando frustração sobre a falta de respeito por esses momentos. A discussão sobre a execução do hino se conecta com a necessidade de reinterpretação da experiência do torcedor, buscando uma vivência mais autêntica e significativa dentro dos estádios.
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