EUA intensificam combate ao tráfico com ataques a barcos no Pacífico

As forças armadas dos EUA iniciaram novos ataques a barcos no Pacífico, reavivando a polêmica da guerra contra as drogas e seu impacto regional.

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23/10/2025, 09:12

Autor: Ricardo Vasconcelos

Uma imagem de um barco pesqueiro no Pacífico sendo interceptado por um navio de guerra dos EUA, com explosões ao fundo e a costa visível, simbolizando a intensificação da guerra contra as drogas.

Em um movimento que enfatiza sua posição militar e política global, os Estados Unidos aumentaram a ação militar na denominada "guerra contra as drogas", atacando recentemente barcos suspeitos de envolvimento com tráfico de narcóticos no Oceano Pacífico. A operação, que começou nas últimas semanas, gerou ampla discussão sobre as implicações legais, éticas e geopolíticas de tais manobras em um cenário já complexo e controverso.

As ações têm como objetivo reforçar o controle sobre as rotas de tráfico de drogas e sinalizar a determinação do governo em combater o problema que, segundo muitos especialistas, se perpetua há décadas sem soluções efetivas. A atual abordagem militar, liderada pela Administração Biden, conta com o uso de mísseis Tomahawk, uma medida que levanta questões sobre a legalidade e a eficácia das operações no combate ao tráfico. Muitos críticos apontam que a guerra às drogas não apenas falhou em resolver o problema, mas parece ter exacerbado a situação, resultando em um ciclo interminável de violência e repressão.

Na última década, países como Portugal adotaram abordagens alternativas para lidar com a epidemia de drogas, focando em medidas de despenalização e tratamento em vez de criminalização. Essas iniciativas, embora bem-sucedidas, frequentemente são vistas com ceticismo ou até hostilidade em contextos como o dos EUA, onde a guerra às drogas permanece uma guerra ideológica tão quanto militar. A crítica à chamada guerra às drogas não se limita apenas a questões de eficácia; inclui também um exame do impacto humanitário, que leva a um aumento nas mortes, prisões e destruições de comunidades.

Os novos ataques foram interpretados por muitos como uma abordagem agressiva, destinada a redirecionar a narrativa política e militar. Alguns comentários sugerem que essa escalada poderia servir a interesses mais profundos, incluindo a exploração de recursos, como o petróleo na Venezuela, que tem atraído a atenção de potências como os EUA em seus esforços para promover a "liberdade e democracia", um discurso que mais tarde se revela frequentemente distorcido por verdadeiros interesses econômicos. Muitos especialistas vêem esta ação como um reflexo da Doutrina Monroe, que historicamente se opôs a intervenções externas na América Latina, mas que agora parece ser reimaginada para justificar ações militares na era moderna.

Os efeitos dessas operações, contudo, vão além da esfera militar. O uso de força letal, em um contexto onde os operantes podem ser meros pescadores ou pequenas embarcações, levanta preocupações sobre a legalidade e a moralidade da força empregada. Existem indícios de que a designação de grupos em combate como organizações terroristas permite ao governo americano justificar intervenções sem supervisão adequada, colocando em questão aspirações de direitos humanos e processos judiciais básicos.

Enquanto isso, o cenário internacional continua aquecido com as tensões entre as potências marítimas, incluindo a presença de frotas de barcos de pesca de diversas nacionalidades, aumentando a complexidade da operação e seu desdobramento. Recentemente, relatos indicam que alguns dos barcos interceptados podem ter suas origens ligadas à República Dominicana, levantando ainda mais o debate sobre o papel dos EUA em ações que impactam a soberania de outras nações e os direitos de seus cidadãos.

A oposição interna também manifesta preocupação com a maneira como o presidente Biden e sua administração contemplam a implementação da força militar. As operações permanecem sujeitas à Resolução de Poderes de Guerra de 1973, que estabelece diretrizes para a ação militar, mas a interpretação flexível do presidente pode abrir a possibilidade de intervenções em massa, desconsiderando a supervisão legislativa.

A questão emergente é se os EUA, ao implementar um ataque militar em uma guerra que muitos argumentam que já foi perdida, realmente estão más "vítimas" do sistema ou meramente reescrevendo a narrativa da guerra às drogas. Com bilhões gastos e resultados infrutíferos, a dúvida persiste: as explosões e as operações militares estão contribuindo para uma solução ou serão apenas mais uma camada nas complexas dinâmicas do tráfico de drogas e suas consequências?

Conforme se observa, a "guerra às drogas" não só perdura como também evolui, exigindo um novo olhar sobre a eficácia das estratégias e o impacto sobre a vida das pessoas. Uma abordagem que deve ser repensada diante do desmonte do sistema atual e suas repercussões para o futuro.

Fontes: Folha de São Paulo, BBC News, The New York Times

Resumo

Os Estados Unidos intensificaram suas operações militares na "guerra contra as drogas", atacando barcos suspeitos de tráfico no Oceano Pacífico. A iniciativa, liderada pela Administração Biden, visa controlar rotas de tráfico, mas levanta questões sobre sua legalidade e eficácia. Críticos argumentam que a abordagem militar não resolveu o problema e pode ter exacerbado a violência. Enquanto países como Portugal adotam estratégias de despenalização e tratamento, a guerra às drogas nos EUA continua a ser uma questão ideológica. As operações atuais são vistas como uma tentativa de redirecionar a narrativa política, com implicações que vão além do combate ao tráfico, incluindo preocupações sobre direitos humanos e a soberania de outras nações. A oposição interna questiona a interpretação flexível da Resolução de Poderes de Guerra de 1973 pelo presidente Biden, que pode permitir intervenções em massa sem supervisão legislativa. A dúvida persiste: essas ações militares realmente contribuem para uma solução ou apenas adicionam complexidade ao problema do tráfico de drogas?

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