Consumidores americanos gastam mais de 1 bilhão em compras parceladas

Durante a recente Black Friday, consumidores americanos usaram serviços de "compre agora, pague depois" para gastar mais de 1 bilhão, levantando preocupações sobre o impacto da dívida.

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06/12/2025, 17:26

Autor: Ricardo Vasconcelos

Uma imagem vibrante mostrando uma cena agitada de compras durante a Black Friday, com multidões em lojas, pessoas carregando sacolas de compras e promoções chamativas, destacando a pressão do consumismo nas festas de fim de ano. O fundo deve incluir painéis luminosos anunciando descontos em grandes lojas.

Na recente temporada de compras da Black Friday e Cyber Monday, os consumidores americanos adotaram com entusiasmo as opções de "compre agora, pague depois" (BNPL), resultando em gastos abrangentes que superaram a marca de 1 bilhão de dólares. Este fenômeno destaca a crescente dependência do crédito e levanta questões pertinentes sobre as consequências financeiras que podem advir dessa prática.

Os dados mostram que 84% das transações de compras durante esse período foram realizadas com cartão de crédito, enquanto apenas 5% dos consumidores optaram por pagamentos em dinheiro ou débito. A elevada adoção dessas modalidades de pagamento reflete uma tendência ampla nos Estados Unidos, onde o uso de crédito está se tornando uma prática comum, especialmente durante as festividades de fim de ano, caracterizadas por promoções intensas e um ambiente consumista.

Entretanto, entre os consumidores que optaram por usar serviços BNPL, muitos não esperam conseguir pagar o valor total no curto prazo. Estudos indicam que 67% dos usuários desses serviços não têm planos de quitar suas dívidas em um prazo de 30 dias. Isso levanta preocupações sobre a sustentabilidade financeira desses consumidores e o risco iminente de endividamento excessivo, o que pode resultar em crises de crédito pessoais.

Os comentários dos consumidores revelam uma divisão de opiniões sobre essa prática. Alguns veem a utilização de BNPL como uma lógica financeira racional, permitindo a acumulação de receitas adicionais de juros enquanto compram produtos com financiamento sem juros, contribuindo para uma melhor gestão do fluxo de caixa. Outros, no entanto, consideram essa abordagem um sinal de comportamento consumista irresponsável, fazendo compras de itens desnecessários que podem comprometer a sua saúde financeira a longo prazo. Essas vozes aumentam o apelo por uma reflexão crítica sobre as motivações subjacentes ao consumo durante as festividades.

A situação é agravada pelo contexto econômico atual, que, apesar de ser marcado por um aumento nos gastos de consumidores, também revela desafios significativos para a classe média e baixa. Muitos ainda enfrentam dificuldades para cobrir despesas básicas, como alimentação e moradia. A ironia nessa situação é primordialmente palpável: enquanto o comércio eletrônico vê um crescimento robusto, as dificuldades financeiras permanentes criam um abismo entre o surplus de gastos e as realidades financeiras enfrentadas por muitos consumidores.

De acordo com dados de vendas, as plataformas de e-commerce observaram um incremento nas compras online situado em 22% em comparação ao ano anterior, porém, a participação dos serviços BNPL nas vendas gerais aumentou apenas 4%. Tal tendência sugere que uma fatia crescente das compras é realizada sem a intermediação de crédito, mas as promoções oferecidas durante o período festivo parecem agregar um viés de consumo que pode ser enganoso à primeira vista.

Por outro lado, a pressão para compra de presentes — intensificada pelas campanhas publicitárias durante o Natal — estimula os consumidores a impulsionarem suas despesas, mesmo em um cenário de restrições orçamentárias. A mensagem implícita nas campanhas comerciais de que a demonstração de afeto está intrinsicamente ligada à quantidade e ao preço dos presentes tem sido vista como um dos fatores que nutrem esta cultura de gastos excessivos. Como aponta um dos comentários, essa pressão se transforma rapidamente em um ciclo vicioso de compras irrestritas que podem comprometer financeiramente muitas pessoas, especialmente àquelas que estão começando sua vida profissional ou são estudantes.

A situação financeira dos consumidores é complexa e multifacetada. Embora o uso de crédito possa oferecer conveniência e recompensas, os riscos associados ao endividamento são inegáveis. À medida que as histórias de dificuldades financeiras proliferam, é crucial que os indivíduos reflitam sobre suas práticas de consumo e as decisões financeiras que tomam. O verdadeiro desafio coloca em evidência a necessidade de mais educação financeira e reflexão sobre as implicações de cair nas armadilhas do consumismo — especialmente em um contexto em que muitos tentam equilibrar orçamentos cada vez mais apertados.

No final, a pergunta que permanece é: até onde a busca incessante por descontos e oportunidades de compras se tornará sustentável em meio a um cenário econômico global cada vez mais incerto? A conscientização sobre consumo responsável e educar-se sobre questões financeiras serão indispensáveis para os consumidores que anseiam por um futuro mais seguro e equilibrado.

A comunidade financeira e os economistas alertam que é vital para o consumidor moderno desenvolver uma abordagem prática e consciente em relação ao uso de crédito e às compras. Evitar a armadilha do endividamento e fazer escolhas mais informadas pode ser o passo necessário para garantir não apenas a saúde financeira pessoal, mas também a recuperação do bem-estar econômico em larga escala.

Fontes: The Wall Street Journal, CNBC, Bloomberg

Resumo

Durante a recente Black Friday e Cyber Monday, os consumidores americanos mostraram grande entusiasmo pelas opções de "compre agora, pague depois" (BNPL), resultando em gastos que ultrapassaram 1 bilhão de dólares. A maioria das transações foi realizada com cartão de crédito, evidenciando uma tendência crescente de dependência do crédito, especialmente em épocas festivas. No entanto, muitos usuários de BNPL não planejam quitar suas dívidas rapidamente, levantando preocupações sobre o endividamento excessivo. Enquanto alguns veem o BNPL como uma estratégia financeira viável, outros consideram um comportamento consumista irresponsável. A situação é ainda mais complicada pelo contexto econômico, onde muitos enfrentam dificuldades financeiras para cobrir despesas básicas. Apesar do aumento nas vendas online, a participação do BNPL nas compras gerais cresceu apenas 4%. A pressão para comprar presentes durante as festividades intensifica os gastos, levando a um ciclo vicioso de consumo. A necessidade de educação financeira e reflexão sobre práticas de consumo é crucial para evitar armadilhas de endividamento e promover um futuro econômico mais equilibrado.

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