30/12/2025, 13:43
Autor: Felipe Rocha

A ascensão da China como potências tecnológica e industrial tem gerado discussões acaloradas sobre o futuro do Ocidente e a necessidade de adaptação diante de um cenário em rápida evolução. As afirmações de Larry Johnson, um conhecido comentarista de assuntos geopolíticos, ganham destaque em um momento em que o Ocidente enfrenta desafios significativos para manter sua posição de liderança. Em meio a isso, a China é vista como uma força dominante, especialmente em áreas cruciais como tecnologia, fabricação e inovação.
Johnson destaca que o Ocidente, especificamente os Estados Unidos, perdeu o ímpeto, com a China superando nações ocidentais em várias frentes, incluindo avanços em tecnologia de litografia, desenvolvimento de aeronaves de 6ª geração, exploração de energia renovável e biotecnologia. Esse panorama recente e desafiador levanta a pergunta: o Ocidente está realmente preparado para competir com os avanços da China?
Os comentários sobre a realidade do atual cenário geopolítico refletem a preocupação de que o Ocidente pode não estar se adaptando da maneira necessária. Um dos comentaristas trouxe à tona que, embora a China tenha feito avanços significativos, a liderança dos EUA ainda se mantém forte em áreas específicas como design de aeronaves, pesquisa farmacêutica e agricultura, sugerindo que essa percepção de "superioridade" chinesa pode ser exagerada. Contudo, esse mesmo comentarista reconhece que as inovações chinesas têm suas raízes em práticas de engenharia reversa, apontando para as máquinas de litografia da ASML. Enquanto isso, a cadeia de suprimentos para a fabricação dessas tecnologias ainda assim reside em locais fora da China, como a Holanda.
Ainda há céticas e céticos sobre a capacidade da China de igualar ou superar as inovações ocidentais. Outro comentário enfatiza que, mesmo com todos os avanços que a China alcançou, sua capacidade inovadora deve ser observada com cautela. Muitos acreditam que, embora existam progressos, a China pode estar mais de uma década atrás em tecnologias de vanguarda. Assim, há um espaço significativo para as nações ocidentais manterem a vantagem em setores onde ainda têm controle total sobre a inovação e a pesquisa.
Entretanto, é inegável que a política e as decisões econômicas dos EUA também têm seu papel nas dinâmicas competitivas. Outro comentarista ressaltou que as políticas em relação à indústria renovável nos EUA têm mudado e, com isso, se levanta um alerta sobre o futuro da poluição e do ambiente nos Estados Unidos, já que o país continua a proteger indústrias tradicionais. O recuo da indústria automotiva americana em relação à produção de veículos elétricos foi mencionado como um indicativo preocupante da falta de visão a longo prazo. À medida que a China avança em todos os setores, incluindo a indústria automotiva, isso pode se traduzir em consequências drásticas não apenas para a economia, mas também para toda a sociedade ocidental.
A percepção de que a tecnologia e a produção na China não apenas alcançaram padrões globais, mas possivelmente os superaram, está mudando a narrativa. Enquanto uma parte da população americana lavra suas esperanças em reindustrialização, o panorama mostra um cenário muito mais complexo. Há uma expectativa crescente de que o país precise se reerguer e adaptar ainda mais cedo, para evitar a obsolescência em um mundo cada vez mais dominado por inovações chinesas.
No aspecto energético, a China se destaca pelo desenvolvimento precoce em reatores de tório e sua estruturação em energia renovável. Comparativamente, os planejamentos americanos se mostram atrasados. O país pode ser visto como retrocedendo na corrida para a energia limpa, tendo em vista que as políticas abrangentes em energias renováveis ainda estão em sua infância em relação ao que a China já começou a implementar.
Os alarmes soam, e muitos nessa discussão criticam a estagnação e os monopolistas que dominaram o mercado em busca de um progresso real e inovação. A competição é considerada vital para o futuro, mas a maneira como a justiça econômica e o poder estão sendo manejados também está sob o olhar atento de comentaristas. A verdade é que, em um mundo onde a rivalidade tecnológica é cada vez mais intensa, a chamada de alerta para a necessária mudança não poderia ser mais clara. O Ocidente precisa reavaliar sua estratégia e engajamento global se quiser alterar seu destino e acompanhar a ascensão inegável da China.
Fontes: Folha de São Paulo, The Guardian, Reuters
Resumo
A ascensão da China como potência tecnológica e industrial tem gerado debates sobre o futuro do Ocidente, especialmente em relação à sua capacidade de adaptação. Larry Johnson, comentarista de geopolítica, destaca que a China superou os países ocidentais em áreas como tecnologia de litografia e biotecnologia, levantando a questão se o Ocidente, especialmente os EUA, está preparado para competir. Embora a liderança americana ainda se mantenha forte em setores como design de aeronaves e pesquisa farmacêutica, há preocupações sobre a inovação chinesa, que, segundo alguns, pode estar baseada em engenharia reversa. Além disso, as políticas econômicas dos EUA, especialmente em relação à energia renovável, são vistas como um obstáculo para o progresso. Com a China avançando em diversos setores, incluindo a indústria automotiva, o Ocidente enfrenta a necessidade urgente de reavaliar suas estratégias para evitar a obsolescência em um mundo cada vez mais dominado por inovações chinesas.
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