China critica pesca nas Filipinas enquanto polui seus mares

A China aponta para a pesca das Filipinas como ilegal no Banco de Scarborough, mas ignora suas práticas destrutivas no ambiente marinho.

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29/12/2025, 21:10

Autor: Laura Mendes

Uma imagem expansiva do Banco de Scarborough, com várias embarcações de pesca, destacadas pela sua grandeza, em um mar sereno, com um céu azul brilhante. Ao fundo, a silhueta das Filipinas pode ser vista à distância. Em primeiro plano, uma representação irônica de um barco chinês com um grande símbolo da China pintado, descarregando uma enorme quantidade de peixes, enquanto negligencia lixo e poluição ao seu redor.

No último dia 22 de outubro de 2023, a China emitiu declarações acusando as Filipinas de realizar atividades de pesca "ilegais" no Banco de Scarborough, uma área altamente contestada no Mar do Sul da China. Essa acusação gerou uma onda de reações e discussões sobre as práticas de pesca da China e seu impacto no meio ambiente marinho. O Banco de Scarborough, conhecido como Scarborough Shoal, é um local de grande importância ecológica e econômica, sendo uma fonte vital de recursos pesqueiros para a população filipina. Contudo, a disputa territorial nessa região traz à tona questões mais amplas sobre a sustentabilidade da pesca na área e a conservação da vida marinha.

Comentários sobre a situação revelam uma crítica contundente à hipocrisia da China em matéria de regulamentação ambiental e pesqueira. Muitos destacam que, embora a China tenha levantado preocupações sobre a pesca das Filipinas, o país também tem um histórico questionável em relação à exploração de recursos no Mar do Sul da China. Um comentarista observou que a China opera a maior frota pesqueira do mundo e frequentemente pesca em águas que não são reconhecidas como suas, utilizando técnicas que causam danos significativos ao meio ambiente e à biodiversidade marinha.

Um ponto que gerou controvérsia foi a menção ao rio Yangtze, que é considerado um dos mais poluídos do mundo, contribuindo com grandes quantidades de poluição nos oceanos circundantes. A crítica sugere que a China tem um histórico de não apenas ignorar suas práticas prejudiciais, mas também de criar um discurso que a coloca como uma defensor da conservação, quando, na verdade, suas ações podem estar causando muito mais danos ao meio ambiente marinho do que as atividades de pesca nas Filipinas.

Além das preocupações ambientais, a história do Banco de Scarborough também é marcada por uma intrincada teia de relações de poder na região. Historicamente, a área tem sido um ponto focal de tensões entre a China e as Filipinas, com a China frequentemente afirmando sua soberania sobre todo o Mar do Sul da China, desconsiderando a reivindicação das Filipinas sobre esse banco de areia. Especialistas em relações internacionais afirmam que a situação no Banco de Scarborough é um microcosmo das rivalidades mais amplas na Ásia, onde questões de nacionalismo, recursos naturais e direitos marítimos frequentemente colidem.

Muitos comentários destacam a ironia de a China criticar a pesca "ilegal" das Filipinas, quando suas próprias práticas de pesca são frequentemente vistas como predatórias. A despeito das críticas internas e internacionais, a China continua a expandir sua influência na região, como evidenciado pelo aumento da presença naval e pelo desenvolvimento de ilhas artificiais, o que aumenta o ressentimento entre nações vizinhas. O uso de seus navios pesqueiros para exploração em águas territoriais contestadas tem levantado alarmes sobre a possibilidade de conflitos mais acentuados no futuro.

Dentre os comentaristas, muitos expressaram preocupação pela saúde dos ecossistemas marinhos, insinuando que a China, ao ignorar seu próprio impacto ambiental, deve ser vista como um invasor que busca ampliar seu domínio às custas da sustentabilidade e dos direitos dos pescadores locais. A extração agressiva de recursos e a construção de estruturas em áreas ecologicamente sensíveis têm sido particularmente criticadas, simbolizando uma abordagem predatória que ignora as consequências a longo prazo para a vida marinha.

Neste contexto, a denúncia da China sobre a pesca das Filipinas é vista por muitos como uma forma de desviar a atenção de suas próprias transgressões. Enquanto isso, o Banco de Scarborough continua sendo um símbolo do conflito entre desenvolvimento econômico e a preservação de recursos marinhos naturais. A situação chama a atenção para a necessidade urgente de uma abordagem mais colaborativa entre as nações da região, para resolver disputas e assegurar que práticas de pesca sustentáveis sejam priorizadas para salvar o que resta dos ecossistemas marinhos.

À medida que a retórica entre as duas nações se intensifica, permanece a incerteza sobre os próximos passos. Com o crescente reconhecimento da importância da gestão sustentável dos oceanos em um mundo cada vez mais poluído, torna-se fundamental que as nações conversem e enfoquem soluções que unam interesses econômicos e ambientais, ao invés de permitir que a disputa territorial se agrave em um conflito aberto que poderia ter consequências devastadoras para a fauna marinha e para as populações que dependem dela.

Fontes: BBC, Al Jazeera, The Guardian, National Geographic

Detalhes

Banco de Scarborough

O Banco de Scarborough, também conhecido como Scarborough Shoal, é uma área rica em recursos pesqueiros localizada no Mar do Sul da China. Este local é de grande importância econômica para as Filipinas, que dependem da pesca nesta região. A área tem sido um ponto focal de tensões territoriais entre a China e as Filipinas, com ambos os países reivindicando soberania sobre o banco de areia.

Resumo

No dia 22 de outubro de 2023, a China acusou as Filipinas de pesca "ilegal" no Banco de Scarborough, uma área contestada no Mar do Sul da China, gerando debates sobre as práticas pesqueiras chinesas e seu impacto ambiental. O Banco de Scarborough é crucial para a pesca filipina, mas a disputa territorial levanta questões sobre a sustentabilidade e a conservação marinha. Críticos apontam a hipocrisia da China, que, apesar de criticar as Filipinas, possui um histórico de exploração predatória de recursos marinhos e poluição, como a do rio Yangtze. Especialistas afirmam que a situação reflete rivalidades mais amplas na Ásia, onde nacionalismo e direitos marítimos colidem. A retórica crescente entre os países destaca a necessidade de uma abordagem colaborativa para garantir práticas pesqueiras sustentáveis e evitar conflitos que poderiam prejudicar ecossistemas e comunidades locais.

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