CEO da Apple Tim Cook critica regulamentação de idade na App Store

Em Washington, Tim Cook, CEO da Apple, se opõe a leis de verificação de idade, defendendo a privacidade e a competição justa na tecnologia.

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11/12/2025, 13:13

Autor: Felipe Rocha

Tim Cook, CEO da Apple, em uma reunião no Congresso dos EUA, cercado por legisladores, enquanto defende a privacidade do usuário e critica requisitos de verificação de idade. A imagem destaca a tensão entre tecnologia e regulamentação, com uma representação dramatizada de uma balança equilibrando uma maçã e documentos legais.

O CEO da Apple, Tim Cook, esteve em Washington nesta semana, onde criticou uma recente onda de legislações que exigem verificação de idade para o acesso à App Store. Essas novas normas, que têm como objetivo proteger menores de conteúdos inapropriados, surgem em um contexto de crescente preocupação sobre o impacto das tecnologias digitais na juventude. Em sua defesa, Cook enfatizou que as propostas podem levar a uma intensificação da vigilância e da coleta de dados pessoais, infringindo a privacidade dos usuários.

Nos últimos meses, legisladores de três estados dos EUA aprovaram leis que estabelecem a necessidade de consentimento parental para jovens abaixo de 18 anos para acessar certas plataformas digitais. Entre as críticas apresentadas por Cook, está a argumentação de que as soluções propostas não apenas colocariam em risco a privacidade dos usuários, mas também onerariam os desenvolvedores com custos altos e responsabilidades adicionais, que podem inviabilizar o mercado de aplicativos independentes.

"Essa propostas representam uma forma de vigilância disfarçada", afirmou Cook. Para ele, a solução correta não seria criar sistemas que exigem extensivas verificações de identidade, mas sim projetar dispositivos que deram aos pais a autoridade de gerenciar o uso da tecnologia por seus filhos. Essa visão sugere que a responsabilidade deve recair sobre os guardiães e não sobre as empresas que desenvolvem as plataformas.

Os comentários de Cook vêm em um momento em que há um crescente clamor público por regulamentações mais rigorosas sobre como as tecnologias interagem com as crianças. Diversas pesquisas apontam que os jovens estão cada vez mais expostos a conteúdos prejudiciais online, levando muitos a exigirem que as empresas de tecnologia implementem medidas proativas para proteger essa faixa etária. No entanto, críticos afirmam que as abordagens atuais podem se tornar excessivamente intrusivas.

Um dos pontos levados em consideração durante as discussões foi o impacto que essas leis poderiam ter sobre a liberdade de expressão. Para alguns comentaristas, a ideia de imposições que podem limitar o acesso a informações valiosas e a cultura digital é um ataque aos direitos individuais. Cook rebateu essas preocupações ao afirmar que a Apple sempre se comprometeu a equilibrar a segurança e a privacidade dos usuários com as necessidades de inovação e acessibilidade.

Além disso, existem preocupações práticas sobre como essas leis seriam implementadas. A verificação de idade de usuários, em muitos casos, exigiria que empresas desenvolvessem novos sistemas que coletariam informações sensíveis. Em um mundo onde a proteção de dados é cada vez mais crucial, Cook proclamou que "o verdadeiro desafio da tecnologia moderna não é apenas criar novos produtos, mas fazê-lo em conformidade com um padrão ético que proteja os direitos dos usuários".

As discussões em Washington não se limitaram às preocupações de Cook. Influentes figuras do setor de tecnologia tambémparticiparam das audiências e expressaram suas preocupações. As demandas por regulamentação na indústria tecnológica são complexas e travadas, onde um lado pede por mais proteção e responsabilidade, enquanto o outro clama por liberdade e inovação.

De acordo com tecnólogos que apoiam a posição de Cook, um sistema de verificação de idade operacionalizado por força da lei poderia estimular empresas a criar sistemas de controle indesejados que comprometeriam a privacidade dos usuários em larga escala. Para muitos, esse tipo de regulamentação poderia se transformar em um caldeirão de problemas, prejudicando as startups e fortalecendo o domínio das grandes corporações que já estabelecem seus padrões próprios.

Além desse debate, a Apple está sob o olhar atento dos reguladores devido à sua política de práticas em sua loja de aplicativos e a maneira como gerencia a competição e o acesso à sua plataforma. Não é segredo que a gigante da tecnologia já enfrenta queixas sobre suas taxas de comissões e a proibição de alternativas de pagamento em sua App Store, criando um ambiente em que pequenas empresas se sentem sufocadas.

Com a pressão crescente tanto no governo quanto entre o público, onde a responsabilidade social na tecnologia é cada vez mais demandada, as palavras de Cook ecoam como um aviso. Ele afirma que, embora compreenda as boas intenções por trás dessas propostas, é preciso evitar soluções que auxiliem apenas a vigilância, em detrimento da liberdade de expressão e da privacidade dos indivíduos.

Seguindo esse caminho, Tim Cook busca também reunir apoio entre seus pares da indústria para criar uma abordagem mais equilibrada. Ele tem reafirmado a necessidade de colaborar com outros líderes da tecnologia passando para um modelo que focasse na proteção familiar sem sacrificar os direitos individuais. As próximas semanas provavelmente trarão mais desenvolvimentos desse assunto, à medida que legisladores examinam experiências em outras partes do mundo e avaliam como podem infundir tais práticas dentro da estrutura legal americana.

A situação permanece em evolução e promete debates intensos sobre o futuro da tecnologia e a proteção dos menores, temas que exigem tanto cuidado quanto inovação nas abordagens a serem adotadas. A expectativa é que as assessorias de Cook e outros líderes da tecnologia ajudem a moldar um ambiente onde os benefícios da tecnologia possam coexistir de maneira viável e responsável com os direitos de privacidade dos usuários.

Fontes: The Verge, Wired, CNBC, The Guardian

Detalhes

Tim Cook

Tim Cook é o CEO da Apple Inc., uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, conhecida por seus produtos inovadores como o iPhone, iPad e Mac. Cook assumiu a liderança da Apple em 2011, sucedendo Steve Jobs, e tem sido fundamental na expansão da empresa, promovendo a sustentabilidade e a privacidade dos usuários. Ele é um defensor da responsabilidade social na tecnologia e frequentemente se pronuncia sobre questões de privacidade e direitos dos consumidores.

Resumo

O CEO da Apple, Tim Cook, criticou em Washington novas legislações que exigem verificação de idade para acesso à App Store, alegando que essas normas podem comprometer a privacidade dos usuários e aumentar a vigilância. As leis, já aprovadas em três estados dos EUA, exigem consentimento parental para jovens abaixo de 18 anos acessarem plataformas digitais. Cook argumentou que essas soluções não apenas onerariam desenvolvedores, mas também poderiam restringir a liberdade de expressão. Ele defendeu que a responsabilidade deve recair sobre os pais, e não sobre as empresas de tecnologia. As discussões sobre regulamentação na indústria tecnológica são complexas, com um lado pedindo mais proteção e o outro clamando por liberdade. Cook também destacou que a Apple enfrenta pressão regulatória devido a suas práticas na App Store e enfatizou a necessidade de um equilíbrio entre segurança, privacidade e inovação. Ele busca apoio entre outros líderes do setor para criar abordagens que protejam as crianças sem sacrificar os direitos individuais.

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