Carros eletrônicos produzem sons artificiais para segurança de pedestres

Carros elétricos agora emitem sons artificiais a velocidades baixas para garantir a segurança dos pedestres, conforme exige legislação recente.

16/09/2025, 11:10

Autor: Felipe Rocha

Com o aumento da popularidade dos veículos elétricos (EV), um fenômeno curioso tem chamado a atenção do público: o som metálico e oco, conhecido como "whirring", que esses carros emitem ao se deslocar em velocidades reduzidas. Essa questão, que em alguns lugares tem gerado discussões e críticas, é, na verdade, uma resposta a preocupações de segurança no trânsito. A produção desse som é exigida por regulamentações para prevenir acidentes, já que os carros elétricos são consideravelmente mais silenciosos em comparação com veículos tradicionais a combustão. Na prática, esse "zumbido" é um sistema de alerta acústico veicular (AVAS), uma tecnologia que se tornou mandatória na maioria dos países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos e a Europa, desde 2019.

Os veículos de motor elétrico carecem de um som distintivo para alertar pedestres e ciclistas em movimento em sua proximidade, especialmente em ambientes urbanos e estacionamentos onde a velocidade é reduzida. Um dos comentários que emergiu das discussões sobre esse assunto mencionou a experiência das entregas de e-scooters da Domino's Pizza na Holanda, onde a legislação exige que os veículos emitem ruídos. Nesse caso, a empresa optou por uma gravação peculiar que diz "Vroom! Domino's! PIZZA!", um exemplo interessante de como a indústria está inovando não apenas na eficiência do transporte, mas também na comunicação com o público.

Entusiasmo e crítica também acompanham essa nova era da mobilidade. Um trabalhador da construção civil comentou sobre a falta de barulho, ou a natureza insatisfatória de como os carros se aproximam. Essa percepção é comum entre os motoristas que já dirigiram veículos elétricos sem o sistema AVAS, criando uma falta de percepção situacional que pode ser perigosa. Muitos relatam que a habilidade para ouvir um veículo se aproximando, mesmo em baixa velocidade, é uma característica importante para a segurança, uma que era quase inexistente antes da obrigatoriedade desse sistema acústico.

Os sons variam bastante de acordo com o fabricante e, em alguns casos, o modelo. Um comentário resaltou que certas montadoras, como a Hyundai, estão testando combinações musicais em seus modelos, utilizando uma série de notas que se entrelaçam para criar uma experiência sonora particular. Por outro lado, a Tesla, famosa pela sua inovação, permitiu que os motoristas personalizem os sons, incluindo opções inusitadas como um som de "pum", gerando um certo humor no meio da seriedade da segurança veicular.

Os automóveis não apenas emitem um som para alertar pedestres, mas ele pode também ter um efeito psicológico. O som tem uma simetria que ressoa com o conceito de segurança e inovação, agindo como uma marca sonora que diferencia cada modelo e marca. Essa é uma estratégia que, conforme descrito por vários especialistas, não tem apenas um objetivo prático de evitar acidentes, mas também serve para reforçar a identidade da marca no mercado cada vez mais competitivo de veículos elétricos.

Por outro lado, existem opiniões negativas sobre o ruído produzido. Algumas pessoas expressaram descontentamento com o tom e a qualidade dos sons emitidos, considerando-os irritantes ou até mesmo comparando-os a ruídos não agradáveis que podem ressaltar como desnecessários para a experiência de dirigir. A crítica se estende ao fato de que quem desenvolve esses sons deve ter alguma responsabilidade de torná-los mais agradáveis e menos intrusivos, criando uma experiência de direção que realmente represente a inovação e o futuro do setor automotivo.

Desde que os sistemas de alerta acústico foram implementados, surgem questionamentos sobre a necessidade de mais inovação nesse aspecto. Existe um desejo entre alguns motoristas e entusiastas de têm a opção de escolher diferentes sons, de acordo com suas preferências pessoais. Essa visão inclina-se mais para a personalização e, no futuro, poderia permitir que o som de um carro elétrico seja tão característico quanto sua própria cor ou design.

Enquanto isso, em resposta a um mundo que evolui rapidamente em termos de tecnologia e conceitos de mobilidade, as marcas de veículos enfrentam o desafio de integrar não apenas eficiência energética e design, mas também a experiência sonora dos seus automóveis. O futuro dos veículos elétricos totalmente silenciosos ainda pode ser uma realidade, mas até lá, os sons que carregam a notificação de sua presença em nossas ruas e estradas continuarão a evoluir, com um equilíbrio delicado entre segurança e o apelo auditivo.

Fontes: Washington Post, Auto Blog, The Verge, Motor Trend