Brasil ocupa primeiro lugar global em desigualdade de renda

Um estudo recente revela que o Brasil é considerado o país com a maior desigualdade de renda do mundo, gerando preocupações sobre políticas públicas.

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15/09/2025, 00:22

Autor: Laura Mendes

Uma cidade brasileira com contrastes sociais vívidos, onde favelas se erguem ao lado de luxuosas mansões. Pessoas de diferentes classes sociais interagem, simbolizando a disparidade de riquezas. Um grafismo extraído do desnível social é adicionado, destacando a linha divisória entre as duas realidades.

O Brasil, um dos países mais ricos em recursos naturais do mundo, enfrenta uma grave crítica em suas estruturas sociais: o país é classificado como o número um em desigualdade de renda global. Dados recentes levantaram alarmes sobre a disparidade acentuada entre ricos e pobres, levando a discussões intensas sobre o que poderia ser feito para reverter essa situação. As estatísticas levantam questões sobre a precisão de rankings que incluem esses índices, especialmente ao considerar países como a África do Sul, que também lutam com níveis significativos de desigualdade.

Os dados disponíveis revelam que a riqueza média de um brasileiro gira em torno de 5 mil dólares em 2023. Entretanto, ao considerar o contexto e a estrutura social do país, essa cifra parece enganar. Informações dos registros do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) em 2020 mostram que os 32 milhões de brasileiros que declararam impostos estão coletivamente no controle de 11 trilhões de reais em bens e direitos. Isso equivale a aproximadamente 350 mil reais por declarante. Contudo, essa média ilustra apenas uma faceta da realidade, pois é o 1% mais rico que detém a maior parte dessa riqueza, com uma média de 5 milhões de reais em bens, refletindo uma polarização impressionante nos dados.

Embora a desigualdade no Brasil seja amplamente reconhecida, as comparações com outros países, especialmente dentro do G20, revelam que a percepção pode ser distorcida. Enquanto os brasileiros lutam com preços diferentes para bens essenciais, essa diferença de preço pode, paradoxalmente, distorcer a imagem da desigualdade comparativa. Um comentário observou que, por exemplo, Pequim e Dallas têm um PIB similar, mas a diferença de renda e custo de vida geram confusões em como a desigualdade é percebida. Pequim, com um salário mediano de 25 mil dólares anuais, é considerada mais desigual que Dallas, onde o salário mediano chega a 60 mil dólares. Aqui, a diferença de preços de itens de consumo pode alterar drasticamente a percepção da desigualdade.

Vários comentários destacaram que a desigualdade no Brasil é um produto complexo de fatores históricos, econômicos e políticos. A luta por uma reforma agrária, limites à acumulação de riqueza e até propostas de renda básica universal foram mencionadas como soluções possíveis para atenuar a disparidade. Esses debates, embora longe de serem simples, refletem a urgência na busca por alternativas que promovam mais igualdade social.

Além disso, a questão do trabalho não declarado e dos bens não contabilizados nas declarações do IRPF deveria ser considerada em qualquer análise. É sabido que o patrimônio de muitos brasileiros pode estar subestimado por causa desse sub-registro, algo que poderia alterar ainda mais as estatísticas de desigualdade administrativa. Com efeito, a falta de dados confiáveis, a manipulação de informações por interesses políticos e a dificuldade em obter informações precisas resultam em índices que nem sempre contam a história completa.

A dinâmica da desigualdade não é apenas um assunto teórico; ela afeta diretamente a vida das pessoas. Em um país onde 1% da população detém uma quantidade desproporcional de riquezas, enquanto uma parte considerável da população vive em condições precárias, as consequências sociais e econômicas são palpáveis. A crescente polarização entre diferentes classes sociais resulta em tensões sociais que podem acarretar dificuldades para a coesão social e o desenvolvimento econômico.

Por fim, enquanto o Brasil se vê no topo da lista global de desigualdade, o debate continua entre especialistas, ativistas e cidadãos comuns sobre como lidar com essa realidade complexa. O que os dados mostram é que a luta contra a desigualdade é multifacetada e requer um compromisso coletivo para que mudanças significativas possam ser feitas. As autoridades, economistas e a sociedade em geral precisam de um diálogo mais profundo e bem fundamentado, que leve em consideração não apenas os números, mas as vidas por trás deles.

Fontes: IBGE, Folha de São Paulo, O Globo, dados do IRPF

Resumo

O Brasil é classificado como o país com a maior desigualdade de renda do mundo, uma realidade alarmante que levanta discussões sobre possíveis soluções. Em 2023, a riqueza média de um brasileiro é de cerca de 5 mil dólares, mas essa média esconde a concentração de riqueza nas mãos de 1% da população, que detém a maior parte dos bens. Comparações com outros países, como a África do Sul, mostram que a percepção de desigualdade pode ser distorcida por fatores como custo de vida. A desigualdade no Brasil é resultado de uma combinação de fatores históricos e econômicos, e propostas como reforma agrária e renda básica universal são debatidas como possíveis soluções. Além disso, o trabalho não declarado e a falta de dados confiáveis complicam a análise da desigualdade. A polarização social é evidente e gera tensões que afetam a coesão e o desenvolvimento do país. O debate sobre a desigualdade continua, exigindo um compromisso coletivo para promover mudanças significativas.

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