10/12/2025, 12:07
Autor: Ricardo Vasconcelos

A política brasileira tem passado por um momento delicado, caracterizado por uma intensa polarização entre as correntes que se autodenominam de esquerda e direita. Nos últimos dias, a discussão acirrou-se com uma pauta particularmente espinhosa: a regulamentação das plataformas de entrega de alimentos e a proposta de revisão do Código Penal, que, segundo muitos críticos, podem aumentar a desigualdade social e permitir a impunidade de criminosos.
O debate tem se intensificado à medida que a figura do mandato coletivo, como o de Guilherme Boulos, ganha espaço nas redes e nos meios de comunicação, impulsionando uma proposta de regulamentação de aplicativos. O impacto desta proposta é real, com informações indicando que, caso siga adiante, os preços de alimentos como lanches e refeições podem subir drasticamente, tornando-os inacessíveis para a população de baixa renda, que depende desses serviços como a única opção de alimentação rápida e acessível. O alerta é de que o “lanche popular” poderá se tornar um artigo de luxo, limitando ainda mais o acesso da classe trabalhadora.
Essa situação gera reações de insatisfação, principalmente entre os que se identificam com a direita política. Comentários publicados por cidadãos revelam um sentimento de traição por parte daqueles que deveriam representar seus interesses. A frustração se materializa em declarações de que a política tem se transformado em um jogo de poder, onde os políticos seguem uma agenda que favorece a corrupção em vez de combate-la. As palavras de um comentarista sintetizam essa aflição: "O combate à corrupção era um valor inegociável, hoje a esquerda se aproveita para criticar isso, e a decepção é generalizada."
Os críticos da atual política também se referem a casos de compra de votos e corrupção, mencionando nomes e situações que refletem a desconfiança generalizada. Um cidadão questiona a legitimidade de quem se apresenta nas urnas, levantando dúvidas sobre a integridade de personagens como Lira e Cunha. É um sentimento que ecoa entre muitos, refletindo um mal-estar com a corrupção enraizada no sistema político.
O que se percebe é um ciclo vicioso, onde o povo se vê obrigado a escolher entre suas crenças e os interesses políticos que, à primeira vista, podem parecer alinhados, mas acabam se revelando apenas uma troca de figurinos. Uma das questões centrais que vêm à tona é a necessidade urgente de uma reforma no Código Penal, que há décadas não é atualizado. A crítica é unânime: as leis atuais são vistas como arcaicas e incapazes de abarcar a complexidade das questões contemporâneas relacionadas ao crime e à segurança pública. Um comentarista expressa que essa falta de ação por parte do legislativo é cúmplice da estagnação do sistema, ressaltando que muitos políticos se esquivam de assumir responsabilidades ao se ficarem reféns de “especialistas” que não têm ligação com a realidade da população.
Em um cenário onde a criminalidade parece crescer e as soluções para combatê-la ficam relegadas a segundo plano, a expectativa de mudança se transforma em um clamor por uma política mais ética e representativa. Contudo, o que muitos observadores notam é que a noção de que existiriam posições puras, seja de esquerda ou direita, é uma ilusão. A ideia de que existe uma classe política que defende de maneira genuína os interesses do povo é questionada, resultando em uma frustração coletiva que não parece encontrar remédio nem na balança das escolhas eleitorais.
Essa situação leva muitos a crer que as divisões políticas atuais são apenas uma fachada para esconder uma conivência que existe entre os partidos. Sem uma proposta clara e representativa, os cidadãos permanecem se questionando sobre a sinceridade e a moralidade da classe política. O conceito de direita ou esquerda, também muito debatido, poderia, segundo alguns, ser superado, em favor de uma visão que considere a oportunidade e a ética como pilares fundamentais da política.
Diante de todo esse panorama, surgem dúvidas se a população encontrará uma saída viável para esse labirinto político. À medida que os discursos se radicalizam, a compreensão mútua parece cada vez mais distante. Existe uma clara demanda por transparência e ética, que na visão de muitos, ainda está muito longe de ser alcançada na atual configuração política do Brasil. Essa busca por um novo normal no cenário político é uma missão coletiva, que exigirá não apenas engajamento, mas uma reavaliação do que significa realmente servir ao povo. A pergunta que se coloca agora é: será que estamos prontos para essa mudança? Para que isso aconteça, é fundamental que a sociedade se una para exigir e implementar reformas que, eventualmente, levem a uma real mudança no comportamento dos que ocupam os bancos do poder.
Fontes: Folha de São Paulo, O Globo, Estadão
Resumo
A política brasileira enfrenta um momento de intensa polarização, especialmente em relação à regulamentação das plataformas de entrega de alimentos e à revisão do Código Penal. Críticos alertam que essas propostas podem aumentar a desigualdade social e a impunidade. O mandato coletivo de Guilherme Boulos tem ganhado destaque, propondo regulamentações que podem elevar os preços de alimentos, tornando-os inacessíveis para a população de baixa renda. A insatisfação é palpável entre os eleitores de direita, que se sentem traídos por políticos que não cumprem suas promessas de combater a corrupção. Além disso, há uma crescente desconfiança sobre a legitimidade de figuras políticas como Lira e Cunha. A falta de atualização do Código Penal é uma preocupação, com muitos clamando por uma reforma que aborde as complexidades contemporâneas do crime. A frustração com a classe política é evidente, levando à percepção de que as divisões entre esquerda e direita são superficiais. A demanda por ética e transparência na política é urgente, e a sociedade deve se unir para exigir reformas que promovam mudanças reais.
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