12/12/2025, 13:35
Autor: Laura Mendes

Nos últimos dias, a revelação de que alguns jogadores do São Paulo Futebol Clube estariam utilizando canetas emagrecedoras, como o Ozempic, despertou uma série de reações entre profissionais de saúde e torcedores. A afirmação de um médico do clube, que considera o uso desses dispositivos "um benefício", provocou um amplo debate sobre os impactos da utilização de medicamentos originalmente destinados ao tratamento de diabetes em atletas de elite.
Essas canetas, que contêm o princípio ativo semaglutida, têm como objetivo principal controlar níveis de glicose e auxiliar no emagrecimento, especialmente em pacientes diabéticos e obesos. No entanto, sua utilização por atletas profissionais levanta questões sobre a ética e a sustentabilidade da saúde no esporte. Comentários nas redes sociais expressam preocupações sobre a falta de estudos que demonstrem a segurança e a eficácia desse medicamento em alta performance atlética.
Dentre os comentários, frequentemente aparece a dúvida sobre por que jogadores de elite, que têm acesso a recursos nutricionais e científicos avançados, estariam se apoiando em soluções farmacológicas para controle de peso. Críticos afirmam que, com toda a infraestrutura e suporte que esses atletas possuem, incluindo nutricionistas e treinadores, a dependência de canetas emagrecedoras parece ser um atalho desnecessário. Para muitos, essa prática é vista como um indicativo de que alguns jogadores poderiam estar tentando evitar o trabalho duro que o treinamento natural exige.
Os profissionais de saúde que se manifestaram a respeito enfatizam que, embora o Ozempic tenha sido aprovado para tratamento de obesidade, seu uso em atletas não é isento de riscos. Entre os efeitos colaterais conhecidos estão náuseas, diarreia e possíveis problemas mais graves, como isquemia de retina, que pode levar à cegueira. Essa perspectiva levanta questões sobre a saúde a longo prazo dos atletas e a pressão que eles enfrentam para manter um padrão de corpo ideal, que comumente é alcançado por meio de trabalho árduo.
Além dos fatores de saúde que podem ser afetados pelo uso dessas substâncias, há também um debate ético. As práticas de doping, independentemente de serem ilícitas ou legais, podem prejudicar a integridade do esporte e a saúde dos próprios atletas. A utilização de substâncias, mesmo que não proibidas, que desafiam o conceito de "treino" e "sacrifício" requer uma análise cuidadosa sobre o que significa ser um atleta profissional.
Por outro lado, há quem argumente que o metabolismo de atletas poderia responder de maneira diferente ao uso de medicamentos como o Ozempic. Em um cenário onde o índice de massa corporal deve ser controlado para melhorar o desempenho, a ideia é que essas canetas poderiam ajudar alguns jogadores a manter um equilíbrio mais favorável entre massa muscular e gordura corporal. No entanto, essa teoria ainda carece de evidências robustas que sustentem sua validade.
A presente discussão também está ligada a um panorama mais amplo sobre a busca por soluções rápidas na gestão de peso na sociedade contemporânea, onde padrões estéticos muitas vezes são irreais e geram pressões que não são apenas pessoais, mas coletivas. Como essa pressão afeta a saúde mental dos atletas deve ser igualmente considerado, levando em conta que a saúde e a performance de um atleta são interdependentes.
Uma das preocupações que surgiram é por que não se recorre a métodos tradicionais, como alimentação balanceada e treinamento mais rigoroso, em vez de depender de intervenções químicas que ainda não foram suficientemente testadas nesse contexto. Essa reflexão se torna ainda mais pertinente quando se pensa que a vida de um atleta gira em torno de sua forma física e que falhas nesse quesito podem impactar suas carreiras e saúde de maneiras irreversíveis.
Em conclusão, o uso de canetas emagrecedoras por atletas, como revelado pelo médico do São Paulo, acende luzes vermelhas sobre a responsabilidade dos clubes em promover a saúde de seus jogadores, além de um apelo à reflexão sobre os limites éticos na busca por desempenho. Serão essas canetas o futuro do emagrecimento entre atletas, ou simplesmente uma moda passageira que poderá trazer consequências graves para a saúde? O debate certamente está apenas começando.
Fontes: ESPN, Globo Esporte, UOL Esporte
Detalhes
O São Paulo Futebol Clube, fundado em 1930, é um dos clubes de futebol mais tradicionais e bem-sucedidos do Brasil. Com sede em São Paulo, o clube é conhecido por sua rica história, incluindo múltiplos títulos nacionais e internacionais, como a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes. O São Paulo é reconhecido por sua forte base de torcedores e por ter revelado diversos jogadores que se destacaram no cenário mundial.
Resumo
Nos últimos dias, a revelação de que jogadores do São Paulo Futebol Clube estariam utilizando canetas emagrecedoras, como o Ozempic, gerou reações entre profissionais de saúde e torcedores. Um médico do clube afirmou que o uso desses dispositivos pode ser benéfico, mas isso levantou um debate sobre os impactos do uso de medicamentos destinados ao tratamento de diabetes em atletas de elite. As canetas, que contêm semaglutida, ajudam a controlar a glicose e a emagrecer, mas seu uso por atletas levanta questões éticas e de saúde. Críticos questionam por que jogadores com acesso a recursos nutricionais estariam optando por soluções farmacológicas para controle de peso. Profissionais de saúde alertam para os riscos associados ao Ozempic, como náuseas e problemas mais graves. Além disso, a prática pode desafiar a integridade do esporte e a saúde dos atletas. A discussão também reflete a pressão social por padrões estéticos, levantando questões sobre a saúde mental dos atletas e a responsabilidade dos clubes em promover a saúde de seus jogadores.
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