Atletas bolivianos e os desafios do futebol em grandes altitudes

Atletas bolivianos enfrentam desafios únicos no futebol devido à altitude, que influencia seu desempenho e adaptação em nível do mar.

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28/09/2025, 16:01

Autor: Felipe Rocha

Um atleta boliviano em plena ação em um campo de futebol, cercado por montanhas, usando uma camisa nacional. O céu azul e a altitude são claramente visíveis. Ele está jogando com determinação e entusiasmo, enquanto os torcedores na arquibancada exibem bandeiras e cores vibrantes, enfatizando a paixão pelo esporte no país.

O desempenho dos atletas bolivianos no futebol é um tema que frequentemente suscita curiosidade, especialmente quando se considera a peculiaridade da altitude em que muitos deles treinam e jogam. A capital da Bolívia, La Paz, localizada a cerca de 3.600 metros acima do nível do mar, apresenta condições extremas que afetam diretamente a fisiologia dos jogadores e, consequentemente, seu desempenho em competições internacionais. Uma dúvida recorrente entre os amantes do futebol é por que jogadores que estão habituados a jogar nesses ambientes tão altos não apresentam vantagens quando descem ao nível do mar.

Um dos principais fatores que influencia essa questão é a adaptação do corpo à altitude. O ar em altitudes elevadas possui uma concentração de oxigênio significativamente menor. Com isso, o corpo humano reage desenvolvendo uma maior quantidade de hemoglobina, a proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. Este processo de adaptação permite que os atletas funcionem de maneira mais eficaz em altitudes elevadas. Porém, como explicado por alguns especialistas na área, a mudança fisiológica não se sustenta por muito tempo uma vez que o atleta retorna ao nível do mar. Após cerca de 24 horas, o corpo começa a reverter suas adaptações, levando a resultados que podem ser aquém do esperado em competições fora de sua elevação habitual.

Além disso, é importante considerar que a altitude não apenas diminui a quantidade de oxigênio, mas também impacta a capacidade de realização de treinos intensos. Na altitude, os treinos mais pesados ou explosivos são difíceis de serem mantidos, resultando em uma formação que, embora adaptada para sobreviver com menos oxigênio, pode não desenvolver a mesma potência muscular e velocidade que atletas que se treinam continuamente em níveis do mar. O treinamento ao nível do mar permite uma variedade maior na intensidade dos exercícios, o que é fundamental para aumentar o VO2 máximo, ou seja, a capacidade do corpo de absorver oxigênio.

O VO2 máximo é um indicador crucial para a performance atlética, especialmente em modalidades que exigem resistência. Atletismo, ciclismo e, claro, futebol são áreas em que esse fator faz grande diferença. Para um atleta que treina em altitude, o VO2 máximo pode ser inferior ao de um atleta que realiza sua preparação em nível do mar, devido às restrições impostas pela falta de oxigênio durante os treinos em maior elevação.

Um aspecto adicional é que a aclimatação à altitude leva tempo e os jogadores de fora, ao enfrentarem uma equipe boliviana em jogos disputados nas montanhas, podem não ter o tempo necessário para se adaptar a essa condição extrema. Assim, equipes visitantes frequentemente apresentam desempenho abaixo do esperado, mesmo que no geral suas capacidades sejam superiores.

Vale mencionar também que, embora haja a percepção de que os jogadores bolivianos têm vantagens por jogarem em grande altitude contra adversários inesperados, a realidade apresenta um quadro mais complexo. Em geral, os jogadores bolivianos, mesmo em sua própria altitude, enfrentam desafios significativos que podem comprometer sua performance em níveis internacionais. Essa dinâmica fisicamente exigente é um aspecto marcante do futebol boliviano, refletindo a intersecção entre ambiente físico e desempenho esportivo.

Por outro lado, há aqueles que questionam se realmente todos os atletas deveriam ser "superhumanos" apenas por treinarem em condições elevadas. A verdade é que a preparação física envolve uma combinação de diversos fatores, incluindo intensidade de treino, força mental e, claro, a genética. Alguns atletas poderão ter mais facilidade em adaptar suas capacidades às condições locais, mas isso não implica automaticamente que todos os jogadores bolivianos tenham um desempenho superior.

Em resumo, a realidade do futebol boliviano nos remete a um debate em constante evolução sobre a adequação do treinamento esportivo às condições climáticas. Não se trata apenas de uma vantagem do local onde se joga, mas de um complexo jogo de adaptabilidade, resistência e preparo que precisa ser considerado na análise do desempenho dos atletas. As nuances do futebol boliviano continuam sendo um tópico inspirador para todos aqueles que acompanham o fascinante universo do esporte.

Fontes: ESPN, Globo Esporte, Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Federação Boliviana de Futebol

Resumo

O desempenho dos atletas bolivianos no futebol é influenciado pela altitude em que treinam e jogam, especialmente em La Paz, que está a 3.600 metros acima do nível do mar. Embora os jogadores se adaptem a essas condições extremas, essa adaptação não se sustenta quando eles descem ao nível do mar, resultando em desempenho aquém do esperado em competições internacionais. A altitude reduz a concentração de oxigênio, levando a uma maior produção de hemoglobina, mas também limita a capacidade de treinos intensos, impactando negativamente a potência muscular e a velocidade. O VO2 máximo, essencial para a performance atlética, tende a ser inferior em atletas que treinam em altitudes elevadas. Além disso, a aclimatação à altitude é um processo demorado, o que prejudica o desempenho de equipes visitantes. Apesar da percepção de vantagem, os jogadores bolivianos enfrentam desafios significativos que podem comprometer sua performance em níveis internacionais. A preparação física no futebol é multifacetada, envolvendo intensidade de treino, força mental e genética, tornando a análise do desempenho dos atletas um tema complexo e em constante evolução.

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