Arthur Conan Doyle retira Sherlock Holmes da história e gera revolta entre leitores

Arthur Conan Doyle, autor de Sherlock Holmes, provocou indignação em 1893 ao matar seu famoso personagem, resultando em mais de 20 mil cancelamentos de assinaturas.

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16/10/2025, 11:43

Autor: Laura Mendes

Uma cena dramática em um ambiente vitoriano onde Arthur Conan Doyle está sentado, cercado por cartas e um manto de Sherlock Holmes caído ao seu lado. A expressão de Doyle é de frustração, enquanto cartas rasgadas estão jogadas ao chão, retratando a raiva dos leitores na época. Um retrato de Sherlock aparece ao fundo, quase como um fantasma, lembrando a influência que teve.

Em uma reviravolta inesperada e, bem-sucedida na literatura, Sir Arthur Conan Doyle, o criador do icônico detetive Sherlock Holmes, intensificou uma batalha com seus próprios leitores em 1893. O autor, que tinha um relacionamento complexo com seu personagem mais famoso, optou por eliminar Sherlock na história "A Última Aventura", inaugurando uma era de choque e revolta entre seus devotados fãs. Este ato de descontentamento literário levou a uma reação fervorosa, resultando em mais de 20 mil cancelamentos de assinaturas de seus leitores e fãs.

Doyle, que começou a escrever as aventuras de Holmes em 1887, revelou em várias ocasiões que o personagem estava se tornando um fardo criativo. Apesar de sua popularidade explosiva, ele não via mais sentido em continuar escrevendo sobre Holmes, o que provocava uma série de sentimentos conflituosos. Em uma entrevista, Doyle expressou seu desagrado com o fato de que muitos leitores se tornaram tão obcecados por Holmes que não reconheceram a profundidade de seus outros trabalhos. Essa aversão culminou em sua decisão de matar o detetive na famosa queda nas cataratas de Reichenbach, onde ele foi lançado em um abismo pela rivalidade com o professor Moriarty.

O desfecho dramático teve um efeito imediato sobre seus leitores, que rapidamente expressaram sua indignação. Cartas revoltadas inundaram a caixa de correio do autor, onde muitos lamentavam a perda do personagem que se tornara parte fundamental de suas vidas e literatura. O descontentamento foi tão intenso que a publicadora de Doyle enfrentou uma tempestade de cancelamentos e uma ausência de interesse em suas novas obras. Um fã fez uma comparação com a conexão emocional que pessoas têm hoje em dia com suas séries e personagens, refletindo uma rápida mudança dos tempos, onde as comunidades se aglomeram nos centros de discussão e troca de ideias sobre seus enredos favoritos.

Alguns meses se passaram e, após perceber a magnitude do descontentamento de seus leitores, Doyle reconsiderou sua decisão e decidiu reviver Sherlock Holmes, que voltou a fazer novas aparições. A situação provoca debates históricos sobre a relação entre criadores e fãs, levantando questões sobre a responsabilidade dos autores em relação ao estado emocional e aos desejos de seus seguidores.

O autor Graham Moore, em seu romance "The Sherlockian", utiliza esse desentendimento entre Doyle e seus leitores como um ponto central, explorando como o desdém do autor se desdobrou em uma narrativa cheia de complexidade e paixão. Em resposta ao seu desgosto, os leitores se uniram de diversas formas, desde a criação de fanfics a encontros para discutir suas histórias preferidas. A era digital de hoje pode ter seus próprios métodos de interação, mas a paixão por personagens como Sherlock Holmes atravessou o tempo, unindo pessoas com propósitos diferentes, mas igualmente apaixonados.

É curioso observar como a relação entre autores e fãs se manifesta de maneiras variadas, desde a obediência às tradições até a busca de novos formatos e interpretações. Com o advento da internet, a produção de fanfics tornou-se uma forma de homenagear obras clássicas. Hoje, os fãs podem expressar sua criatividade por meio de narrativas alternativas, imagens e grupos de discussão. Esses aspectos refletem um ciclo contínuo de renovação artística, onde a história original é honrada, mas também reinventada por aqueles que a amam.

Por fim, o mundo literário de Doyle e de Sherlock Holmes serve não apenas como exemplo de uma relação intensa entre autor e público, mas também como um panorama de como a arte é moldada pela interação com os fãs. O retorno de Sherlock nos salões da literatura não é apenas um testemunho da tenacidade do personagem, mas também da força das vozes que exigiam sua volta. A saga de Arthur Conan Doyle e Sherlock Holmes é, em essência, um lembrete atemporal de que narrativas têm poder e os leitores sempre têm uma palavra a dizer.

Fontes: The Guardian, BBC, Literary Hub

Detalhes

Arthur Conan Doyle

Sir Arthur Conan Doyle foi um escritor escocês, mais conhecido por criar o icônico detetive Sherlock Holmes. Nascido em 1859, Doyle começou sua carreira como médico antes de se dedicar à literatura. Suas histórias de mistério e crime, que começaram a ser publicadas em 1887, rapidamente se tornaram populares, levando a um grande número de adaptações em várias mídias. Além de Holmes, Doyle escreveu romances históricos, contos de ficção científica e obras sobre o sobrenatural. Ele também teve um papel ativo em debates sobre espiritualismo e ciência.

Resumo

Em 1893, Sir Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes, tomou a polêmica decisão de matar seu famoso detetive na história "A Última Aventura". Essa escolha gerou uma onda de indignação entre seus leitores, resultando em mais de 20 mil cancelamentos de assinaturas. Doyle, que começou a escrever sobre Holmes em 1887, sentia que o personagem se tornara um fardo criativo, e muitos fãs não reconheciam a profundidade de suas outras obras. A morte de Holmes, que caiu nas cataratas de Reichenbach, provocou uma avalanche de cartas revoltadas e desinteresse pelas novas publicações de Doyle. Após meses de descontentamento, o autor reconsiderou sua decisão e trouxe o detetive de volta, levantando questões sobre a relação entre criadores e fãs. O autor Graham Moore, em "The Sherlockian", explora essa dinâmica, enquanto os fãs, através de fanfics e discussões, continuam a honrar e reinventar a obra de Doyle. A saga de Doyle e Holmes ilustra a força da interação entre autor e público na literatura.

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