Argentina enfrenta incertezas econômicas sob governo de Javier Milei

A economia argentina vive um momento de instabilidade sob o governo de Javier Milei, refletindo desafios como dívida crescente e inflação persistente.

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14/10/2025, 22:24

Autor: Ricardo Vasconcelos

Uma imagem que retrata uma fila longa em frente a um mercado na Argentina, com pessoas segurando cestas vazias e um outdoor publicitário em segundo plano promovendo um novo carro. No topo, uma faixa escrita "Crise Econômica", simbolizando a incerteza financeira no país. O céu está nublado e há expressões de expectativa e preocupação nas faces das pessoas.

A economia da Argentina se encontra em uma encruzilhada, sob a gestão do novo presidente Javier Milei. Suas políticas econômicas têm gerado opiniões divergentes entre os cidadãos, com alguns relatando melhorias tímidas, enquanto outros expressam preocupações sobre a sustentabilidade dessas mudanças. A inflação, embora pareça ter diminuído em comparação com os meses anteriores, ainda se mantém alta, especialmente quando avaliada em dólares, levando muitos a questionar se o país pode realmente achar um caminho para a estabilidade.

Desde que Milei assumiu a presidência, alguns especialistas e cidadãos notaram uma sensação de maior previsibilidade na economia. O fornecimento de bens, por exemplo, parece ter se estabilizado, com listas de preços que não mudam com a mesma frequência que antes. Em um relato, um cidadão afirmou que agora é capaz de planejar suas finanças por meses, algo que parecia impossível há apenas dois anos, quando mudanças repentinas de preço eram a norma. Esse aumento na estabilidade é especialmente notável no mercado imobiliário, que experimentou um influxo de empréstimos, ampliando as opções para a classe média que busca comprar a casa própria.

No entanto, muitos críticos afirmam que as mudanças implementadas por Milei não são uma solução final para os problemas estruturais da economia argentina. Autores de comentários sobre a situação econômica mencionam a contínua preocupação com a dívida, que ainda exerce um peso significativo sobre as finanças do país. As dificuldades que o governo enfrenta para garantir uma estratégia econômica estável refletem legados de administrações anteriores, que, segundo relatos, ficaram endividadas e dependentes de ajuda externa para resolver seus problemas de crédito. A situação se complica ainda mais pela dependência do país de entidades como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para sustentar suas finanças.

Mário, um comerciante local, observa que as políticas macroeconômicas atuais têm implicações diretas na vida cotidiana dos argentinos. Ele alertou que, apesar de melhorias notáveis na percepção de estabilidade, a inflação permanece em níveis alarmantes quando se considera a necessidade de utilizar dólares para transações. Muitas pessoas ainda lutam com salários que não acompanham o custo de vida, enquanto os bens de consumo e alimentos estão entre os mais caros do mundo. A situação salarial é alarmante, já que o salário mínimo atual não cobre nem uma semana de despesas básicas, conforme mencionado por uns dos comentaristas.

Outro aspecto relevante em relação à administração Milei é a incerteza política. As eleições de meio de mandato se aproximam, e muitos analistas acreditam que a popularidade de Milei pode sofrer um golpe, à medida que as promessas de campanha se chocam com a realidade econômica. Embora seu partido provavelmente ganhe cadeiras, já existe a perspectiva de que essa vitória ocorra à custa de canibalização de seus aliados eleitorais, o que pode dificultar a aprovação de leis e a implementação de políticas mais abrangentes.

Os cidadãos expressam suas dúvidas sobre o futuro econômico sob a liderança de Milei. A preocupação é palpável, pois a dívida continua a crescer, e o governo é forçado a fazer novos empréstimos apenas para cobrir os pagamentos da dívida existente. Assim, muitos temem que esse ciclo de endividamento possa criar um cenário semelhante ao colapso de 2001, quando a Argentina declarou falência e entrou em crise econômica. Observadores alertam que o uso de reservas para manipular o valor do dólar, embora possa trazer alívio temporário, não é uma solução viável e pode piorar a situação a longo prazo.

Além disso, a resposta do governo às dificuldades financeiras dos cidadãos também levanta questões. Críticos apontam que a administração não está conectada com a realidade enfrentada pela maioria dos cidadãos. A falta de atenção às preocupações da opinião pública levanta incertezas sobre o futuro político e a capacidade do governo de recuperar a confiança da população.

Nesse contexto de crescimento de tensões, emergem também as vozes que se opõem a Milei, embora não necessariamente em favor de seus antecessores, como os peronistas. Muitos cidadãos afirmam ter perdido a esperança em qualquer um dos lados da política, destacando que todas as lideranças até agora têm falhado em atender as necessidades reais do povo argentino.

A realidade econômica da Argentina continua a evoluir com o governo de Milei, deixando os cidadãos em um estado de expectativa misto de esperança e incerteza. Com as próximas eleições se aproximando, o país poderá enfrentar um novo capítulo em sua narrativa econômica e política, que promete ser tão conturbado quanto os anteriores. A capacidade do governo Milei de efetivar mudanças significativas e duradouras na economia do país ainda está em dúvida.

Fontes: Folha de São Paulo, El País, Infobae

Resumo

A economia da Argentina enfrenta desafios sob a presidência de Javier Milei, cujas políticas geram opiniões divergentes entre os cidadãos. Embora a inflação tenha diminuído levemente, ela permanece alta, levando a questionamentos sobre a estabilidade econômica. Desde a posse de Milei, alguns notaram uma maior previsibilidade, com o mercado imobiliário apresentando melhorias. No entanto, críticos alertam que as mudanças não resolvem os problemas estruturais da economia, como a dívida crescente e a dependência de instituições financeiras internacionais. A situação salarial é alarmante, com o salário mínimo insuficiente para cobrir despesas básicas. A incerteza política aumenta com as eleições de meio de mandato se aproximando, e muitos cidadãos expressam dúvidas sobre o futuro sob a liderança de Milei, temendo que o ciclo de endividamento possa levar a uma crise semelhante à de 2001. A falta de conexão do governo com as preocupações da população gera incertezas sobre sua capacidade de recuperar a confiança pública.

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