18/12/2025, 15:49
Autor: Ricardo Vasconcelos

Em uma movimentação política que chamou a atenção de muitos, o projeto de lei que altera a dosimetria das penas no Brasil foi aprovado em apenas sete horas pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo Senado. Esta rapidez gerou uma série de questionamentos quanto à transparência e à real intenção dos legisladores, especialmente em um cenário onde outras propostas que poderiam beneficiar a população se encontram paradas. A aprovação relâmpago do projeto de dosimetria levanta preocupações sobre quem realmente comanda o país e a eficácia do poder popular.
As críticas surgem de diversos segmentos da sociedade, com muitos cidadãos expressando a sensação de que as decisões políticas estão nas mãos de um pequeno grupo econômico, que muitas vezes atua em desacordo com os interesses da população em geral. Um dos comentários destacados enfatizou que a população se tornou complacente, comparando a situação política a de "gado", subestimando a capacidade de mobilização real em torno de questões essenciais que afetam a vida cotidiana. Essa percepção de impotência crescente é observada em uma geração que se questiona se suas vozes são de fato ouvidas pelos representantes eleitos.
O projeto de dosimetria, segundo alguns comentários, parece ter sido elaborado com a intenção de proporcionar brechas legais significativas que podem ser exploradas por advogados de defesa bem remunerados, permitindo que criminosos de colarinho branco e outros infratores devam a penalidades menores. Esses críticos ressalvam a "coincidência" entre a aprovação dessa lei e o aumento das investigações pela Polícia Federal sobre crimes de grande escala, sugerindo que a legislação pode ser mais uma estratégia para proteger figuras proeminentes de um esquema mais amplo de corrupção.
Por outro lado, há aqueles que veem a aprovação do projeto da dosimetria como um movimento calculado que provavelmente não impactará significativamente setores mais poderosos da economia, mas que, em vez disso, pode gerar consequências inesperadas para os próprios criadores da lei. Tal pensamento reflete uma desconfiança generalizada em relação ao Centrão e aos movimentos políticos associados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, com a expectativa de que essas alterações legislativas eventualmente se voltem contra os interesses que as fomentaram.
Em um tom mais cínico, um comentarista expressou sua frustração ao afirmar que a luta por mudanças reais nas leis trabalhistas e sociais é uma batalha de longo prazo, frequentemente adiada em favor da mansão da política brasileira, com propostas que parecem ser apenas promessas vazias. Este sentimento de resignação se alinha com a observação de que, embora a população frequentemente clame "quem manda é o povo", as evidências sugerem que as decisões cruciais são de fato tomadas por uma elite econômica que opera nos bastidores, controlando as direções políticas e legislativas do país.
Além de levantar questionamentos sobre a transparência legislativa e o real controle que a elite exerce sobre as decisões, as reações ao recente avanço da dosimetria também refletem um descontentamento com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Críticos apontam que a instituição perdeu a relevância e o papel técnico que deveria desempenhar na proteção dos direitos da população, cedendo espaço a um ativismo que pouco faz para aliviar a luta do cidadão comum contra o sistema.
A insatisfação com o tratamento da população em relação às ações governamentais culmina em uma constante pergunta: até quando essas manobras políticas continuarão a ser aceitas sem que a sociedade se mobilize efetivamente? As esperanças de mudança, embora presentes, são frequentemente sufocadas pela percepção de decadência estrutural nas práticas da política brasileira. Em um país onde a sensação de injustiça é palpável, urgentemente se pede por uma resposta coletiva que retome o controle sobre as ações daqueles que deveriam emprenhar lutas em nome do povo.
Assim, enquanto a dosimetria ganhou a luz do dia com uma aprovação rápida e silenciosa, outras demandas sociais permanecem esquecidas nas prateleiras do Congresso. O clamor popular por transparência e representatividade continua a ecoar, aguardando o momento em que a sociedade finalmente tome as rédeas do próprio destino político, exigindo que seu verdadeiro papel como soberano seja reconhecido e respeitado.
Fontes: Folha de São Paulo, Agência Brasil, G1
Resumo
Em uma rápida movimentação política, o projeto de lei que altera a dosimetria das penas no Brasil foi aprovado em apenas sete horas pela Comissão de Constituição e Justiça e pelo Senado. Essa agilidade levantou questionamentos sobre a transparência e a intenção dos legisladores, especialmente em um contexto onde propostas que beneficiariam a população estão paradas. Críticas surgem de diversos segmentos da sociedade, com muitos cidadãos sentindo que as decisões políticas estão nas mãos de um pequeno grupo econômico, que atua contra os interesses da população. O projeto de dosimetria é visto como uma forma de permitir que criminosos de colarinho branco enfrentem penalidades menores, coincidindo com o aumento das investigações da Polícia Federal. Apesar das preocupações, alguns acreditam que a aprovação não afetará os setores mais poderosos da economia, mas pode ter consequências inesperadas para os próprios legisladores. A insatisfação com a Ordem dos Advogados do Brasil também é evidente, com críticos afirmando que a instituição perdeu sua relevância. A luta por mudanças reais nas leis sociais é percebida como uma batalha de longo prazo, refletindo a sensação de impotência da população diante das manobras políticas.
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