21/12/2025, 11:55
Autor: Laura Mendes

A véspera de Ano Novo na América Latina é um mosaico vibrante de tradições, superstição e celebrações festivas que refletem a rica diversidade cultural da região. Enquanto os fogos de artifício iluminam os céus, as famílias e amigos se reúnem para comemorar o que passou e dar boas-vindas ao ano que se inicia. Neste contexto, o ritual da queima do "Año Viejo" se destaca, especialmente em países como o Equador, onde bonecos de palha, simbolizando memórias do ano transato, são queimados para simbolizar um novo começo. Esta tradição não só representa a purificação, mas também uma maneira de desfazer-se dos maus momentos e fracassos que podem ter marcado o ano que se foi.
No Brasil, as celebrações possuem uma forte conexão com o mar, originando rituais que misturam elementos de religiões afro-brasileiras e superstições populares. Muitos brasileiros vestem branco, simbolizando paz e harmonia, e se dirigem às praias para pular sete ondas e fazer sete pedidos. Esta prática é acompanhada por orações e oferendas a Iemanjá, a rainha do mar, como forma de agradecimento e solicitação de bênçãos para o novo ano. Outra prática comum é comer doze uvas à meia-noite, uma tradição que simboliza os doze meses do ano.
A escolha de roupas íntimas de cores específicas para atrair boa sorte e amor no novo ano é também uma prática adotada em diversas partes da América Latina. Muitas pessoas acredita-se que usar roupas amarelas, por exemplo, pode trazer prosperidade, enquanto outras optam por cores associadas ao que desejam atrair ao longo do ano. Essa simbologia é tão forte que algumas pessoas até consultam numerólogos e astrólogos para determinar a cor adequada, com base em cálculos e previsões pessoais.
As superstições também permeiam as celebrações de Ano Novo. Além de se vestir de maneira a atrair coisas boas, os colombianos têm suas peculiaridades. Entre elas, está a prática de ouvir a música "Faltan Cinco Pa' Las Doce", que marca a contagem regressiva para a meia-noite. Outro ritual curioso é a "Corrida da Mala", em que os participantes pegam uma mala vazia e correm pela vizinhança à meia-noite, simbolizando o desejo de viajar mais no novo ano.
As festividades na Colômbia incluem, como em muitos outros países latino-americanos, a tradição de queimar o "Año Viejo". As pessoas elaboram bonecos humanos, geralmente com roupas velhas, que são colocados em ruas ou lareiras para serem incinerados na meia-noite, sinalizando um rompimento com o passado e um desejo de recomeço.
Entre as esquisitices mencionadas nos relatos, destaca-se o hábito de algumas mulheres que decidem não usar calcinha na véspera de Ano Novo, alegando que isso as deixa "abertas" para novas oportunidades e energias para o ano que se inicia, embora essa prática tenha suas nuances que podem variar em aceitação.
Em meio a essa cacofonia cultural e simbólica, o Ano Novo torna-se uma data não apenas para celebrar a passagem do tempo, mas também um momento profundamente carregado de significados e esperanças. Cada ritual, cada superstição, cada reunião familiar e cada festa representa um elo com o passado e um anseio por um futuro próspero e feliz.
A natureza incluiu elementos que revelam não apenas um simples "Feliz Ano Novo", mas uma íntima conexão entre o presente e o futuro, a tradição e a modernidade. À medida que a contagem regressiva se aproxima, o pulsar da cultura latino-americana se torna mais forte, e a esperança renasce junto com as primeiras luzes do novo ano, prometendo um recomeço cheio de significados e novas oportunidades. A celebração da diversidade de tradições convida a refletir sobre união, renovação e a força vermelha da esperança, que ressoa por meio dos fogos de artifício que fazem ecoar os sonhos de cada um.
Fontes: Folha de São Paulo, BBC Brasil, El País
Resumo
A véspera de Ano Novo na América Latina é marcada por uma rica diversidade cultural, refletindo tradições e superstições que variam entre os países. No Equador, destaca-se a queima do "Año Viejo", onde bonecos de palha simbolizam a purificação e o desejo de recomeço. No Brasil, as celebrações estão ligadas ao mar, com rituais que incluem pular sete ondas e fazer oferendas a Iemanjá, além de comer doze uvas à meia-noite. Em várias partes da região, a escolha de roupas íntimas de cores específicas é comum, acreditando-se que isso atrai boa sorte. As superstições também são presentes, como a música "Faltan Cinco Pa' Las Doce" na Colômbia e a "Corrida da Mala", que simboliza o desejo de viajar. Cada ritual e superstição torna a passagem do ano um momento de esperança e renovação, unindo passado e futuro em celebrações vibrantes.
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