10/12/2025, 12:43
Autor: Ricardo Vasconcelos

A administração do ex-presidente Donald Trump está promovendo uma controversa proposta que poderia impactar diretamente o turismo nos Estados Unidos. Segundo um aviso publicado na última terça-feira no Federal Register, a administração planeja exigir que todos os turistas estrangeiros forneçam seus históricos de mídias sociais dos últimos cinco anos ao solicitarem entrada no país. A medida, que se aplica independentemente do país de origem do viajante, levanta questões sobre privacidade, segurança e os potenciais efeitos no setor de turismo, que já enfrenta dificuldades significativas aumentadas pela pandemia.
Os críticos da proposta rapidamente se mobilizaram, argumentando que a exigência é uma violação da Declaração de Direitos, que garante liberdade de expressão e privacidade aos cidadãos e visitantes. O primeiro comentário destacado entre os cidadãos que se manifestaram sobre o tema sugere que a política é uma maneira de levar adiante um projeto de vigilância em massa, que poderia desencorajar turistas e impactar negativamente a imagem dos Estados Unidos no exterior.
Muitos usuários relataram uma mudança em suas percepções sobre a visita aos EUA. Um tradutor de uma das opiniões sugere que, por conta das novas regras, muitos turistas podem estar optando por destinos mais amigáveis, como Canadá e México. A ideia de que o turismo nos EUA pode se tornar uma experiência em que as pessoas são submetidas a olhares desconfiados e auditorias de suas vidas digitais tem levado a um aumento de opiniões contrárias à visitabilidade do país.
O impacto desta medida pode ser evidente em eventos futuros que promovem a visitação como a Copa do Mundo de 2026, programada para ocorrer em várias cidades norte-americanas. O clima de insegurança e desconfiança poderia afetar a decisão de muitos viajantes, que já estão reconsiderando suas opções devido ao aumento da vigilância e da burocracia na entrada. Há uma preocupação crescente sobre como essa política pode afastar visitantes que tradicionalmente buscam aproveitar as atrações turísticas, tornando os Estados Unidos menos atraentes em comparação a outros destinos.
Além disso, a proposta já está gerando consequências imediatas. Algumas empresas, especialmente na Europa, começaram a adotar políticas de segurança mais rígidas para seus funcionários que viajam a negócios para os EUA, fornecendo eletrônicos "limpos" que não contêm informações pessoais ou profissionais dos viajantes. Essa estratégia, que antes era comum apenas para a China, agora se estende ao território americano, simbolizando uma luta mais ampla contra o imperialismo digital que está sendo percebido por muitos.
Embora a administração subsidie tais medidas com o argumento de que aumentaria a segurança nacional, a realidade é que o turismo se tornou uma indústria vital para a economia dos Estados Unidos, e um declínio no número de visitantes pode ter repercussões desastrosas. A combinação do estado atual da economia e a possibilidade de restringir ainda mais o fluxo de turistas estrangeiros representam uma colisão de forças que pode levar a um colapso nas receitas provenientes do turismo.
Não é surpresa que muitos turistas e potenciais visitantes estejam expressando sua recusa em visitar os EUA. Críticos se levaram a questionar a relevância dessa estratégia em tempos em que o turismo luta para se recuperar após a crise provocada pela COVID-19. Eles acreditam que a proposta não só afasta os visitantes como também distorce a narrativa em torno da segurança e do turismo, criando um ciclo negativo que não beneficia a economia local e que resulta em desconfiança internacional contra a administração.
Enquanto algumas vozes continuam a defender a implementação de tais medidas, a maioria dos especialistas alerta que essa abordagem pode acabar prejudicando o que resta do soft power americano e da sua imagem global. Em um mundo cada vez mais interconectado, práticas que fomentam a desconfiança e a agressividade podem criar um estigma que não é facilmente revertido. Assim, a administração deve estar ciente dos potenciais efeitos colaterais que suas decisões políticas podem ter sobre a atração dos Estados Unidos como um destino turístico.
Neste clima de incerteza, as opiniões dos possíveis visitantes são mais ainda relevantes, e é fundamental aguardar as reações formais da comunidade internacional e do setor turístico diante desta nova proposta controversa.
Fontes: NBC News, Yahoo News, Folha de São Paulo
Detalhes
Donald Trump é um empresário e político americano que serviu como o 45º presidente dos Estados Unidos de janeiro de 2017 a janeiro de 2021. Conhecido por seu estilo controverso e suas políticas populistas, Trump foi uma figura polarizadora no cenário político, promovendo uma agenda de "América Primeiro". Antes de sua presidência, ele era um magnata do setor imobiliário e estrela de reality shows. Sua administração foi marcada por políticas de imigração rígidas, tensões internacionais e um enfoque em desregulamentação econômica.
Resumo
A administração do ex-presidente Donald Trump está considerando uma proposta polêmica que exigiria que turistas estrangeiros fornecessem seus históricos de mídias sociais dos últimos cinco anos ao entrarem nos Estados Unidos. Essa medida, que suscita preocupações sobre privacidade e segurança, pode impactar negativamente o turismo, um setor já fragilizado pela pandemia. Críticos argumentam que a exigência viola direitos fundamentais e pode afastar visitantes, levando-os a optar por destinos mais acolhedores, como Canadá e México. Além disso, empresas na Europa já começaram a implementar políticas de segurança mais rigorosas para funcionários que viajam aos EUA, utilizando eletrônicos "limpos" para proteger informações pessoais. Especialistas alertam que essa abordagem pode prejudicar a imagem global dos Estados Unidos e seu poder de atração turística, especialmente em eventos futuros como a Copa do Mundo de 2026. A proposta está gerando um clima de desconfiança que pode ter repercussões econômicas significativas, e as reações da comunidade internacional e do setor turístico são aguardadas com expectativa.
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